Não acredito em gestão profissional para um relacionamento entre fãs e a marca e por isso bato na tecla que o compromisso do H.O.G. é com seus membros e não com o lucro que pode advir do relacionamento deles com a marca.
Em post iniciado na divulgação do evento pelo HOG RJ, o meu amigo Newton Valle coloca algumas posições antagônicas a esse pensamento apoiando que o HOG existe como diferencial da marca, mas para uso da marca. Respeito. Nesse post ele fala no diferencial, na estratégia e na bagagem gerencial dos gestores e na importância do evento como forma de unificar e superar diferenças locais.
Eu respondi sobre isso no próprio post dele, mas não gostaria de usar o espaço para divulgar e motivar o evento para discutir sobre o H.O.G. por isso transcrevo o meu comentário aqui:
Para um proprietário de um veículo ou de um computador talvez a experiência adquirida nas vária s áreas de venda de bens de consumo seja válida, mas para o pós-venda HD e o relacionamento com os proprietários de HD que não tem um bem de consumo, mas sim a consumação de um sonho de infância não basta saber vender. Tem de saber vender e manter o sonho e não a máquina.
Enquanto mantiverem apenas o compromisso com o lucro, coisa que os gestores da HDMC Brasil vem fazendo muito bem e devem estar agradando a todos os acionistas que mantém as ações em seus portfólios, não irão conseguir estreitar laços de relacionamento com os clientes e em breve comprar uma HD vai representar tanto quanto comprar uma televisão. A AMF começou assim e levou a marca para um buraco de onde só saiu quando tivemos um harleyro a frente das ações para recuperar o prestígio e as tradições que estão representadas hoje pelo HOG e os diversos grupos e clubes pelo mundo a fora.
A estratégia vencedora de marketing que levantou a HDMC há trinta anos incluía respeito pela marca, respeito pela tradição e respeito pelos seus consumidores, mais do que meros compradores de produto.
O respeito pela marca é muito mais que comprar a boina do Willie G, é defender as virtudes de um projeto atemparão.
Respeito pelas tradições é bem mais que freqüentar os cafés da manhã, é entender porque encontros de motociclistas como Sturgis fortalecem laços de forma espontânea entre colegas de estrada que vêem nas suas motos um bom motivo para se encontrar ao invés empurrar evento sob a mesma alegação e achar que basta um logo para que todos aceitem.
E respeito pelos seus consumidores, seguidores, fãs ou como quiser chamar, passa por viver a experiência de ter e rodar com uma HD. Não basta pegar uma moto emprestada no dealer para um passeio. Tem de correr atrás de rolamento para substituir os rolamentos xing-ling que colocam nas motos, ou insistir pela troca de um regulador de voltagem que não funciona ou arrumar um jeito de soldar o maldito cano de descarga que insiste em quebrar pela troca de quadro. Tem de perguntar aos colegas como fazer isso e estreitar laços exatamente porque está tendo a experiência de cuidar da sua HD e na hora do almoço no passeio de B&V trocar essas experiências.
E isso a gente não consegue na experiência do varejo ou no banco de faculdade e é isso que supera diferenças locais.
Fica o espaço aberto a todos que quiserem se manifestar.
3 comentários:
Wolfmann, perfeita sua colocação!
Wolfmann, você colocou a questão de uma maneira muto clara.
É isto o que eles não entendem, até porque não tiveram a vivência com a marca e seus clientes. O Izzo também não entendia, daí a campanha que todos fizemos contra a forma como tratavam os Harleyros no pós-venda. E deu no que deu.
Agora, vemos um grupo que pode (e deve) ter sido muito eficiente vendendo carros, cometendo erros grosseiros no tratamento com quem possui uma motocicleta Harley-Davidson. Nós não temos uma moto. Temos uma Harley! Isto é coisa muito diferente.
A AMF tem muito talento e fez (ainda faz) muito sucesso vendendo equipamento para boliche. Mas como gestor de Harley-Davidson, foi um desastre.
Extremamante bem colocado!
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