quinta-feira, 26 de julho de 2018

ABRACICLO: números do primeiro semestre

Sem novidades: a BMW segue como líder no segmento premium com uma previsão de vender entre 7500 e 8000 unidades (fechou o primeiro semestre com 4098 produzidas e 3754 vendidas) e a HDMC segue em segundo, cada vez mais distante, com previsão de vender entre 5500 e 6000 unidades (fechou o primeiro semestre com 2723 produzidas e 2790 vendidas).

Os dois fabricantes espelham um 2018 melhor que 2017 onde a BMW produziu 6641 unidades e vendeu 7054 unidades, e a HDMC produziu 4781 unidades e vendeu 5141 unidades.

Vai ser esperar para ver.

O top ten da HDMC fica com a best seller Iron (488 vendidas e 462 produzidas), Fat Bob 107 (220 vendidas e 209 produzidas), Fat Boy 107 (216 vendidas e 211 produzidas), Fat Boy 114 (207 vendidas e 163 produzidas), Sportster 48 (195 vendidas e 169 produzidas), Ultra Limited (170 vendidas e 187 produzidas), Breakout 114 (154 vendidas e 164 produzidas), Road Glide Ultra (138 vendidas e produzidas), Fat Bob 114 (138 vendidas e 139 produzidas) e fechando com a Sportster Roadster (131 vendidas e 120 produzidas).

Algumas observações: a Heritage parece que perdeu um pouco do seu público fiel: com apenas 92 unidades vendidas, fica bem abaixo do top ten e a Heritage sempre foi assídua frequentadora nos tempos do Twin Cam. Resta saber para onde se dirigiu esse público: aposto na Softail Slim que custa R$9.000,00 a menos (12%) que podem ser revertidos com troco para pedaleiras e banco com sissybar para a garupa.

Aliás o quesito preço também atinge a Softail Slim na briga com a prima Street Bob: entre as Softail Slim e Street Bob, a Street Bob mostra melhor aceitação (112 conta 86 Slim vendidas). Ambos modelos destinados ao mesmo público (bobbers monoposto) e com pequenas diferenças no acabamento (tanque, painel e guidão diferentes), a diferença de 15% no preço faz a diferença na hora da escolha. 

Eu continuo preferindo a Slim, mas reconheço que o modelo não apresenta atrativos suficientes na comparação com a Street Bob que façam com que o comprador decida gastar mais R$ 9.000,00 por um tanque maior, painel analógico e guidão hollywood, quando pode usar os mesmos R$ 9.000,00 na compra de pedaleiras e banco com sissy bar para a garupa.

Uma análise dessa "briga em família" mostra um cenário muito bom para a Street Bob.

Enquanto a família Sportster segue com excelente resultado, respondendo por quase 30% das vendas, a renovação dos modelos Fat Bob e Fat Boy mostra que temos nessa dupla um adversário para as Sportsters: se agregarmos as motorizações 107 e 114, esses dois modelos são responsáveis também por quase 30% das vendas.

E para terminar, na batalha das Road Kings, o fator novidade se mostra mais uma vez imbatível: a Road King Special já tem o dobro das vendas da Road King Classic mesmo sendo mais "pelada" que a irmã Classic (faltam faróis auxiliares e wind shield).


HD 115th anniversary celebration event: Milwaukee 2018

Entrando em ritmo de finalização de preparativos para participar do evento em Milwaukke.

Viagem marcada para 17/8 para fazer parte do grupo da Brazil Bike Travel pela segunda vez.

Este ano a viagem será mais "sossegada": apenas 3000 kms saindo da Luisiana (New Orleans) e subindo pelo Mississipi, Tennessee (Memphis, Lynchburg, Nashville), Kentucky, North Carolina (Robbinsville), Missouri (Saint Louis), Illiinois (Pontiac e Chicago) e Wisconsin (Milwaukee).

Serão 19 dias com várias paradas mais longas para poder conhecer a destilaria do Jack Daniels, visitar Graceland, fazer o tail of the Dragon durante o percurso até Milwaukee.

Provavelmente ficarei "mudo" durante a viagem, mas assim que chegar farei o relato.

Polaris encerra a comercialização das Indians: um mês depois do anúncio

Há um mês atrás a Polaris anunciava o término das importações das Indians para o Brasil.

No Salão Duas Rodas do ano passado, a Polaris anunciava o final da montagem CKD dos modelos informando que as motos passariam a ser importadas montadas aguardando a melhora da situação econômica no Brasil.

Esse anúncio já deixou muitos proprietários preocupados e muitos outros interessados mais receosos ainda em efetivar a compra da Indian.

Assim que foi feito o anuncio surgiram várias discussões sobre o que seria da marca e dos proprietários das pouco mais de mil motos vendidas no mercado brasileiro.

No Fórum Harley eu escrevia na época o seguinte comentário:

Como disse o Bira era uma morte anunciada desde o momento que encerraram as operações CKD.

Quem teve a oportunidade de fazer o ride test sabe que o Thunder Stroke é melhor que o Twin Cam, tanto é que a HD se apressou em trazer o M8. A Scout é outro nível, capaz de bater qualquer concorrente. Ou seja, a Indian tem um bom produto e a tendência no mercado interno americano é seguir incomodando a HD.

O problema no nosso mercado, além da estagnação da economia, foi o projeto de implantação  da Polaris que não decolou. Com preço acima da concorrência, a moto virou símbolo de status enquanto foi novidade. Com a chegada do M8 deixou de ser novidade e virou uma moto cara, e considerada feia por uma parcela significativa dos consumidores de produtos do segmento Custom.

Junte a isso o pequeno número de dealers no Brasil, a inexistência de oficinas especializadas, a dificuldade em encontrar soluções aftermarket deixando os proprietários presos às autorizadas e temos um produto sem a principal característica do segmento custom: a possibilidade do proprietário poder fazer uma personalização fora do catálogo.

Em termos de concorrência, o único benefício foi forçar a HD a adotar soluções mais modernas no seu catálogo porque em termos de preço a Indian deu um tiro no pé do consumidor porque nunca se transformou em opção para o consumidor (sempre mais cara que as HDs) e permitiu que a HD se reposicionasse no segmento Custom aumentando a tabela, coisa que o mercado não permitia porque o Grupo Izzo jogou os preços para baixo quando encerrou a operação deixando uma tabela bem defasada de herança para a HDMC.

Lamento pelos proprietários que ganharam uma herança para os filhos, porque vender uma Indian usada já era sinônimo de perder dinheiro e agora vai ser equivalente a vender um Gurgel BR800, mas a Indian nunca foi um concorrente para a HDMC no Brasil: sempre se comportou como uma parceira.(

Com esse modelo de negócios, a Polaris já vai tarde.

O Bira que menciono é o blogueiro que vem mantendo o blog "Bira de Harley" e vem deixando vários relatos interessantes sobre as Softail M8. Ele deixou uma postagem no blog dele que vale a pena ler: http://bira-hd.blogspot.com/2018/06/meus-dois-centavos-sobre-saida-da.html

Mas exatamente o que mudou no segmento custom dentro do mercado brasileiro? Nada, absolutamente nada. 

Nem sequer se nota grande variação de preços, e era esperada uma desvalorização, e muito menos uma maior oferta de usadas no mercado.

Os dealers Indian ainda estão com as portas abertas, fazendo negócios nas últimas unidades e mantendo tanto boutique quanto oficina abertas para prestarem serviços e dar garantia.

A Polaris por sua vez ainda não elegeu os representantes que serão responsáveis pelo cumprimento da lei do consumidor de manter peças e serviços por dez anos.

A única coisa que mudou foi o aparecimento de alguns "importabandistas" trazendo peças e acessórios de Indian mediante encomenda e prévio pagamento (normal em um universo tão reduzido de consumidores).

Aos colegas que andam de Indian fica a solidariedade pela forma que foram mal tratados pela Polaris e a certeza que em breve os serviços paralelos vão tratar de dar suporte para manterem suas motos rodando.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Oberon Performance: atendimento ao consumidor não funciona

Em 05/06/18 eu postei sobre uma compra de manetes reguláveis, que infelizmente não deu certo porque o modelo indicado no site não serviu apesar de constar como sendo apropriado para motocicletas com embreagem hidráulica.

Entrei em contato com o Customer Service da empresa (a inglesa Oberon Performance) explicando o problema (manete não funciona com embreagem hidráulica) e a empresa pediu detalhes do pedido e o motivo do problema.

A empresa confirmou que os modelos serviriam para uso em embreagem hidráulica, fato que não se comprova, e pediu fotos para constatar o problema.

Enviei fotos dos manetes recebidos e fotos dos encaixes dos manetes na moto e recebi a resposta que o manete correto era o C400 e não o C140 que eles indicam no site.

Se prontificaram a trocar o produto, desde que eu enviasse o produto recebido via DHL Express (modalidade que a empresa trabalha para envio dos produtos comprados via web).

Enviar o manete via DHL Express implica em alguns problemas e mais custos para a troca da manete: é preciso declarar o motivo do envio, pagar taxas e frete além de voltar a pagar as taxas de importação e frete do novo manete que seria enviado pela DHL Express.

Apenas para ilustrar, a DHL é uma empresa mundial de encomendas postais e a modalidade Express implica no uso de seus despachantes para desembaraço das encomendas junto a Receita Federal. Isso resulta em um recebimento em casa, em prazo menor, mas com custos cerca de 50% mais caros por usar toda a estrutura da DHL para desembaraço da encomenda na Receita.

Resumo da ópera: enviar para trocar fica mais caro que comprar a manete certa.

Relatei o problema à empresa, eles se prontificaram a estudar uma forma de baratear o novo frete, mas decidi pela não troca e nova compra.

A nova compra deve ser feita pelo site novamente, e aí começa um novo problema: o manete indicado pelo Customer Service não consta do site, sendo assim voltei a entrar em contato com a empresa pedindo auxílio na nova compra explicando o produto não aparece no site e por isso não pode ser comprado.

A empresa responde assim: "If you could send the lever with the wrong fitting back we will change the fitting to the correct one. Hope this will help ". Traduzindo para o popular: não vendo, só troco.

E aí fica o problema: ou se gasta mais pela manete correta por não poder comprar uma nova, ou fico sem a manete. E reclame com o bispo...

Eu vou tentar da maneira mais difícil, mas efetivamente não recomendo a comprar na Oberon Performance via internet. Se você encontrar "ao vivo e a cores" os manetes, recomendo a compra. O produto é bom, bem acabado e funciona bem (pelo menos o de freio funciona bem), mas não tente isso via internet.

terça-feira, 24 de julho de 2018

comparando a Road Glide com a Street Glide

Um colega de Fórum Harley, proprietário de uma Street Glide, fez contato comigo para conversar sobre uma troca de moto: a esposa quer mais conforto e com a promoção de julho para as Road Glide Ultra, ele estava inclinado a fazer essa negociação.

Não conheço a Road Glide (o focinho de tubarão consegue atrapalhar ainda mais a minha visão), mas comentei sobre a possibilidade de colocar um tour pack removível na Street Glide e, como ele cogitou a Road King Special, até mesmo colocar esse acessório na Road King.

É lógico que a Road King perde no aspecto do conforto para as Glides devido ao infotainment que as equipa, mas para quem prefere a frente limpa é sempre uma opção.

Durante a troca de mensagens o Marcondes mandou uma comparação entre a Road Glide Ultra e a Street Glide que vale a pena repassar:

Peguei uma RGU para teste este FDS e rodei 450km com ela.
Do teste da RGU tenho a seguinte avaliação:
1. Extremamente macia (mais do que a SG);
2. Bolha perfeita. Não tem a turbulência no capacete que a SG apresenta;
3. Motor da moto do teste mais “lerdo” do que a minha. Não sei se é questão de amaciamento (ela tinha 2800km rodados), mas a SG é uma bala em relação a RGU, mesmo tendo o mesmo motor M8;
3. Entrada de ar pelos faróis da RGU diminui o calor que a SG sofre pelo morcego;
4. Conforto para o garupa, sem comentários. Excepcional;
5. Ciclística um pouco melhor do que a SG;
6. MUITO mais difícil de manobrar com ela parada. São 420kg contra 370kg da SG. Sem a “ré patroa” fica complicado;
7. Aparenta consumir mais combustível. A minha faz 18km/l no circuito misto daqui da Serra. Na estrada fez 20 (quando fui à Natal);
8. Freio, uma parede. Mesma coisa da minha;
9. Comodidade do tour pack para guardar os capacetes;
10. O “tubarão” fica um pouco avançado em relação ao “morcego”;
Acho que são essas as impressões.
Forte abraço e bons ventos.
Marcondes
Vale apenas destacar, o que fiz na mensagem seguinte para o Marcondes, que os motores não são os mesmos: a Street Glide usa o M8 de refrigeração a ar e a Road Glide Ultra usa o M8 de refrigeração híbrida e isso faz diferença no uso.

Mesmo assim acredito que a diferença de performance seja devida a mapas de injeção diferentes, assim como peso e aerodinâmica diferentes.