segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Harley-Davidson: line up 2025 apresentado

Está no site o line up para 2025 tanto nos EUA quanto no Brasil. São poucas diferenças entre os dois catálogos e se resumem às presenças da Road King Special nas Tourings EUA, três modelos da Pan América nos EUA contra apenas um no Brasil e a Nightster em dois modelos que não aparece no catálogo brasileiro.

As novidades para 2025 estão na tecnologia embarcada que estará disponível em todos os modelos: ABS, C-ABS, TCS, C-TCS, DSCS, C-DSCS e TPMS.

Essa sopa de letras pode ser traduzida como controle de última geração de ABS e ABS em curva (C-ABS), controle de tração e controle de tração em curva (C-TCS), controle de derrapagem e controle de derrapagem em curva (C-DSCS) e controle de pressão dos pneus.

As Tourings seguem se diferenciando das Cruisers pelo assistente de rampa e a frenagem combinada dianteira/traseira, a possibilidade de escolher entres três modos de pilotagem Road, Sport e Rain, a nova iluminação em LED e o painel totalmente digital com sistema operacional Harley-Davidson.

O motor M8 114 está prestes a ser descontinuado e está presente apenas em um modelo no catálogo americano: a Road King Special, e no Brasil não haverá mais nenhum modelo com o motor M8 114 pois a Road King Special, a Ultra Limited, Road Glide Limited e Fat Bob não estão mais no catálogo HD Brasil. Heritage e Fat Boy seguem no catálogo, mas equipadas com motor M8 117.

A adoção do motor M8 117 no line up Brasil não garante igualdade de performance entre os modelos porque o M8 117 terá diversas versões sendo oferecidas. Teremos uma versão standard com potência de 89 hp equipando a Heritage e a nova versão da Street Bob, versões com performance customizada com adoção de filtros de alta vazão com 103 hp equipando a Breakout e 106 hp equipando a Fat Boy, versão high output com potência de 113 hp equipando as Low Rider S e Low Rider ST e uma versão com refrigeração líquida no cabeçote com 107 hp equipando as conhecidas Street Glide e Road Glide e a novidade Street Glide Ultra.

As versões CVO serão oferecidas nos modelos Street Glide e Road Glide que estarão equipadas com toda a tecnologia embarcada das Tourings e continuam usando o M8 VVT121 com potência de 118 hp, além da Road Glide ST desenvolvida a partir dos protótipos que correm a categoria "King of Baggers" que usam o M8 VVT121 high output de 126 hp, sendo a Harley-Davidson mais potente oferecida no catálogo.

Vale lembrar que a RG ST tem freios e suspensões diferenciadas e com preparação Stage III e com oito modos de pilotagem à disposição do proprietário: os três já presentes nas Tourings (Road, Sport e Rain) e dois modos dedicados às pistas (Track e Track plus) e a possibilidade de customizar outros três modos de pilotagem pensando no proprietário que venha a fazer o Stage IV e coloque os Big Bore de 131ci.

Não foram divulgados preços para a linha 2025 já que a linha 2024 segue nos salões dos dealers e contam com várias promoções.

A turma do tourpack deixa de ter a opção da Ultra Limited e Road Glide Limited e passa a ter apenas a Street Glide Ultra no catálogo Harley-Davidson. Veremos se teremos muitas "viúvas" da Road Glide Limited e da Ultra Limited porque não acredito em preços acessíveis para a compra da nova Street Glide Ultra, que a lógica indica ser bem acima dos valores praticados nos modelos que saíram de linha, mas é uma opção que atende às garupas exigentes e proprietários que gostam de um motor mais forte.

Minha aposta é aumento nos modelos Heritage e Fat Boy por conta do motor 117, o modelo de entrada deve passar a ser a Street Bob por contar com o motor standard 117 e ter um tanque menor pelo estilo adotado, um aumento também na Low Rider S, que deixará de ser o "modelo de entrada", para chegar mais perto do preço de tabela da irmã Low Rider ST, além dos reajustes forçados pela defasagem cambial que as autoridades econômicas brasileiras ainda não conseguiram segurar.

E para terminar, lamentar apenas a retirada de linha de modelos com muita história em seus currículos: Road King e Ultra Limited. Esses modelos, junto a Fat Boy projetada por Willie G, Davidson, foram sinônimo de Harley-Davidson, sendo imitadas por todas as montadoras que pensaram em um modelo custom para seus catálogos.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Harley-Davidson: mudanças no line up

Ao contrário dos anos anteriores, não houveram vazamentos sobre novidades e/ou lançamentos para 2025 no line up da Harley-Davidson.

Normalmente já teríamos pelo menos a paleta de cores para a linha 2025 e nem isso temos.

Se compararmos os modelos apresentados no site EUA e os modelos apresentados no site Brasil, vamos encontrar que a única diferença entre os dois é a presença da Road King Special como modelo 2025 no site EUA.

No Brasil, a Road King Special já teve uma produção muito pequena em 2024, levando a crer que possa ser um modelo que seja excluído do catálogo Brasil, assim como a Low Rider S que teve uma produção muito abaixo da irmã Low Rider ST levando a crer a mesma coisa.

O que chama a atenção no site EUA é a dúvida: que modelos serão atualizados para seguirem em linha de produção. A base das duas Tourings mais procuradas já foi atualizada na Street Glide e Road Glide, que estão oferecendo o tour pack como acessório. Será isso um indício que a Harley-Davidson vai desistir das "poltronas do garupa" como item de série e simplificar a linha de produção?

A presença da RKS no catálogo EUA sem qualquer atualização dá esperanças que o mesmo possa ser feito com a Limited e a Road Glide Limited, mas não é uma aposta a ser feita porque a RKS pode ser o "modelo de entrada" das Tourings para atender o cliente que sempre apostou na simplicidade.

Os demais modelos não aparecem nem no catálogo EUA e nem no catálogo Brasil.

Acompanhando....

Low Rider S: licenciamento 2025

Low Rider S está licenciada para mais um ano.

Desta vez bastou pagar IPVA e GRT de licenciamento e emissão de CRLV-e para que o documento estivesse à disposição no aplicativo carteira digital, sem necessidade de fazer o processo para emissão no aplicativo Portal Digital Detran.

O valor do IPVA voltou a diminuir em função da tabela FIPE para a LRS estar menos valorizada, mas a GRT continua aumentando o que deixou os valores finais praticamente iguais.

Em 2024 a LRS pagou R$ 1.524,78 de IPVA e GRT no valor de R$ 268,65, que acabou subindo para R$ 345,42 com a cobrança retroativa da GRT de emissão de CRLV-e de 2023.

Em 2025 a LRS pagou R$ 1507,75 de IPVA (redução de 1,13%) e GRT de R$ 281,29 (aumento de 4,69%).

Comparando os valores finais, a LRS pagou em 2024 R$ 1.793,43 e em 2025 R$ 1.789,04 representando uma redução final de 0,24%, menor que a margem de erro usada em planilhas de custos para atualizações.

Desnecessário dizer que cobrar por serviço que representa mera atualização de banco de dados, uma vez que todo o processo é feito on line e a impressão (caso o contribuinte deseje ter o CRLV impresso) é feita pelo contribuinte, é no mínimo uma forma de manter estruturas estatais como cabide de empregos.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

ABRACICLO: fechamento 2024

Foram publicados os números da ABRACICLO com o fechamento de 2024.

A boa notícia é que, com exceção da DUCATI, as demais tiveram sua produção aumentada em relação à 2023. A má notícia é que as metas que vinham sendo corrigidas acabaram não sendo atingidas, com exceção da Triumph.

O caso da Triumph mostra como um cliente oficial, no caso a Polícia Rodoviária Federal, pode mudar o patamar de produção de uma montadora.

A Triumph participou e venceu uma licitação pública para fornecer motocicletas para modernização da frota da PRF e com isso praticamente dobrou a produção de 2023 para 2024. A Triumph produziu 6.781 unidades em 2023 e fechou 2024 com 13.164 unidades, representando um aumento de 94% e ainda superou levemente a meta corrigida para 2024, que era de 13.000 unidades, em 1,3%.

A BMW e a DUCATI praticamente chegaram nas metas corrigidas, com pequenas diferenças: -0,5% para a BMW (meta corrigida de 16.100 unidades) e 0,7% para a DUCATI (meta corrigida de 1.100 unidades).

A Harley-Davidson não produziu em dezembro e em janeiro já tinha tido a linha produção praticamente parada (produziu apenas 76 unidades da Pan America) e com 10 meses de produção em 2024 (fevereiro a novembro) acabou com -11% em relação à meta corrigida (2.250 unidades).

Os números finais para o segmento premium são os seguintes: a BMW mantendo o primeiro lugar com 16.009 unidades (aumento de 15% em relação a 2023), Triumph em segundo com 13.164 unidades (aumento de 94%), Harley-Davidson em terceiro com 2.001 unidades (aumento de 23%) e DUCATI fechando o segmento com 1.092 unidades (um decréscimo de 11%).

O top ten da Harley-Davidson mostra o efeito "novidade" com a Street Glide 117ci em primeiro (247 produzidas), Road Glide 117ci em segundo (210 produzidas), Pan America em terceiro (208 produzidas), Breakout 117ci em quarto (182 produzidas), Sportster S em quinto (159 produzidas), Ultra Limited em sexto (156 produzidas), Fat Boy em sétimo (153 produzidas), Fat Bob em oitavo (152 produzidas), Heritage em nono (150 produzidas) e Low Rider ST em décimo (122 produzidas).

Os modelos CVO tiveram suas metas atingidas, com três modelos e 42 unidades produzidas e vendidas.

A Road Glide Limited ficou bem perto do top ten com 111 unidades produzidas e merece destaque. Já a Road King Special e Low Rider S ficaram muito abaixo, mostrando que podem estar perto da saída do catálogo brasileiro pela falta de interesse.

Consultando o catálogo HD Brasil 25 só encontramos os dois modelos que foram atualizados: Street Glide e Road Glide. Os demais modelos 24 ainda não aparecem no site HD Brasil, que informa que em breve será atualizado e até o momento não houveram modificações na tabela de preços de venda.


sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Low Rider S: seguro renovado para mais um ano

Recebi a proposta para a renovação do seguro da Low Rider e novamente ganhei meu presente de natal.

Estão mantidas todas as coberturas, reboque ilimitado e franquia reduzida com a mesma seguradora (Porto Seguro) e o prêmio a ser pago foi reduzido para R$ 1.151,49 a ser pago em em uma parcela com 5% de desconto.

O seguro foi renovado no ano passado por R$ 1.442,16, sendo o segundo ano de com redução de valor, embora a FIPE tenha subido cerca de 1,5% de dez/23 para dez/24.

O valor da renovação para o próximo ano representa uma redução de cerca de 20% em relação ao último prêmio pago e, segundo a corretora, seguindo a lógica normal para depreciação ao longo dos anos e o bônus pela renovação sem sinistros.

E mesmo com subida da FIPE, desde que comprei a moto em dezembro/2020, a tabela FIPE ficou novamente abaixo do valor pago na compra.

Mesmo com o aumento na tabela FIPE acredito que o licenciamento para o próximo ano deve ficar muito próximo do valor pago este ano.

Vamos aguardar as tabelas do governo do estado do Rio de Janeiro.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Harley-Davidson USA: mudança na estratégia de marketing?

A HDMC USA conhece suas limitações em relação ao seu público consumidor e está sempre buscando estratégias que possam atrair um público novo para seu "universo".

Fica claro que os produtos tradicionais tem pouco ou nenhum atrativo para o consumidor mais jovem e a matriz tenta soluções como foi o lançamento do modelo LiveWire, que hoje é uma divisão independente na HDMC USA produzindo e vendendo motocicletas e bicicletas elétricas e tem uma performance interessante quando comparada com outras empresas do setor que utiliza os motores elétricos em duas rodas.

Recentemente a HDMC USA lançou sua campanha mundial "United We Ride" buscando mostrar que a empresa está implementando valores inclusivos e se inserindo de maneira gradual na agenda woke.

Essa estratégia não foi bem recebida pelos consumidores mais fiéis da marca gerando um boicote e muitas reclamações no mercado americano fazendo com que a matriz repensasse a estratégia e abandonasse as políticas inclusivas que vinha adotando.

Essa ação da HDMC USA não é fato isolado: várias outras grandes empresas americanas estão seguindo esse mesmo caminho e cancelando iniciativas.

Ford, Toyota, John Deere (empresas de máquinas agrícolas), Molson (fábrica de cervejas) e Microsoft são empresas que adotaram o mesmo caminho.

Dentro desse retorno, a HDMC USA parece interessada em aumentar a linha de produção dos motores Milwaukke 8, deslocando a linha de produção dos motores Revolution Max para a Tailândia.

O M8 equipa todos os modelos tradicionais da marca e o aumento de espaço dedicado a fabricação desta linha de motores indica que a HDMC pretende aumentar a produção de modelos que adotem esses motores.

E nada indica um desinteresse da parte da HDMC nos modelos "não tradicionais" Sportster S, Nightster e Pan America, que utilizam o motor Rev-Max. Esses motores serão produzidos na Tailândia (apesar de protestos dos sindicatos nos EUA) e exportados para os EUA a fim de equipar e manter a linha de produção dos modelos acima citados.

O que isso pode impactar no mercado brasileiro? É cedo para responder, mas vou me permitir especular. 

A linha de produção em Manaus funciona em cima de metas anuais e tem espaço para, pelo menos, triplicar sua produção.

Com o aumento provável da produção de modelos tradicionais nos EUA, existe boa possibilidade para que as metas nacionais sejam revistas para cima e em caso de aumento de metas de produção fica claro que as metas de vendas também devem ser aumentadas.

Com aumento da meta de vendas, a filial brasileira vai precisar repensar seu "marketing de escassez" e avaliar não só a forma de financiar as novas vendas, como atrair o cliente que está afastado pelos valores praticados no mercado de motos zeros, reposicionando alguns modelos ou até mesmo toda a tabela para permitir vender a produção excedente.

Vamos acompanhando para ver até onde teremos mudanças no mercado brasileiro. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

ABRACICLO e FENABRAVE: descompasso entre metas de produção e emplacamentos

Fechando o terceiro trimestres de 2024 e tudo indica que as montadoras decidiram esquecer de vez o ano de 2023

Enquanto 2023 foi um "ano de espera", 2024 vem sendo um "ano de recuperação", mas as metas de produção e emplacamentos mostram que as estratégias para o último trimestre e consequente fechamento do ano devem estar sendo revistas.

A FENABRAVE mostra aumentos significativos da Triumph e Ducati enquanto Royal Enfield, BMW e Harley-Davidson seguem um ritmo de crescimento mais comedido.

A Royal Enfield emplacou 12.389 unidades, projetando uma meta de 16.500 para o ano e encerrar como top one em 2024 com um aumento de 18% nos emplacamentos

A BMW emplacou 11.224 unidades, projetando uma meta de 15.000 para o ano e ficar com o segundo posto em 2024 com um aumento de 7% nos emplacamentos (o menor crescimento entre as 5 montadoras).

A Triumph emplacou 8.593 unidades, projetando uma meta de 11.500 para o ano e completar o pódio do top three como em 2024. Se mantiver a meta terá um aumento impressionante de 60% nos emplacamentos.

A Harley-Davidson emplacou 1.449 unidades, projetando meta de 2.000 unidades e um aumento de 25% nos emplacamentos.

A Ducati emplacou 876 unidades, projetando meta de 1.200 unidades e um aumento de 41% nos emplacamentos.

Se o cenário da FENABRAVE é otimista, o cenário da ABRACICLO se mostra ainda mais otimista: a BMW anotou 12.107 unidades montadas e uma meta de 16.100 unidades produzidas, a Triumph produziu 9.789 unidades e uma meta de 13.000 unidades produzidas, a Harley-Davidson produziu 1.694 unidades e uma meta de 2.250 unidades produzidas, a Ducati produziu 821 unidades e uma meta de 1.100 unidades produzidas.

Comparando os números da FENABRAVE e da ABRACICLO mostram que as montadoras devem diminuir o ritmo de suas linhas de produção, focando nos modelos mais vendidos, para evitar um encalhe nos estoques das fábricas.

Mesmo assim vale notar que a Royal Enfield com uma estratégia de preço mais acessível e grande produção vem tendo bons resultados, assim como a Triumph ao apostar na faixa das 400cc que caiu no gosto do consumidor.

O top ten da Harley-Davidson até o terceiro trimestre é o seguinte: em primeiro temos a Street Glide 117ci (200 unidades produzidas) seguida pela Road Glide 117ci (192 unidades produzidas), Pan America (180 unidades produzidas), Breakout 117ci (162 unidades produzidas), Fat Bob e Sporster S (138 unidades produzidas), Heritage (126 unidades produzidas), Fat Boy (120 unidades produzidas), Ultra Limited (114 unidades produzidas) e Low Rider ST (108 unidades produzidas).

O fator novidade e o motor mais atualizado das duas tourings standard (Street Glide e Road Glide) cumpriram seu papel e deixaram as duas no topo da classificação.

A "garupa exigente" pode ser a responsável pela manutenção da Ultra Limited no top ten, uma vez que é a única com o "sofá" para a garupa presente.

Os motores 117ci mostram seus atrativos com a Breakout deixando para trás modelos tradicionais como Fat Boy, Fat Bob e Heritage, assim como a Low Rider ST entre os cinco modelos mais produzidos.

A família CVO trouxe o exclusivo motor 121 VVT e vendeu a cota rapidamente (12 Road Glide ST e 18 Street Glide) e engoliu o motor 117 da Road Glide (apenas 12 das 30 planejadas).

E por fim vale mostrar que a RKS precisa ser repensada: apenas 48 unidades produzidas, ficando a frente apenas da Low Rider S 117ci que perdeu definitivamente seu lugar para a irmã carenada.