segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Viajar em grupo: ainda vale a pena?

A Dutra foi palco para a a viagem de diversos grupos em direção ao evento de Penedo. Eu fui, de carro, acompanhando o trem do HOG RJ.

Durante o percurso segui atrás do cerra-fila e vi o trem do HOG praticamente durante todo o caminho desde o posto do Belvedere, logo após o primeiro pedágio.

O Trem do HOG fez diversas ultrapassagens e foi pouco ultrapassado. Em diversos momentos teve motocicletas fora do HOG entrando e saindo do trem, assim como carros, que aproveitavam os espaços maiores que o recomendado pela técnica do riding group.

Também vi diversos grupos menores, alguns de amigos com quem já fiz diversas viagens de moto, seguindo de forma compacta e ordenada.

Vi outros grupos menores, de motoclubes diversos, que se podia dizer que andavam juntos porque estavam juntos pois seguiam de forma individual.

Ou seja, a Dutra era um cenário, na maior parte do tempo, com cenas muito perturbadoras.

Viajar em grupo não significa viajar em segurança se as regras mínimas não forem seguidas e não houver coesão no grupo.

Um grupo muito heterogêneo deve se ater às regras do group riding se deseja seguir em segurança. Um grupo homogêneo supera qualquer problema com base no conhecimento que cada integrante tem dos seus colegas.

Vou citar dois momentos: observando o trem do HOG, em determinado momento, o Capitão de Estrada iniciou uma ultrapassagem sem que o cerra-fila tivesse espaço para sair da formação e cobrir a mudança de faixa dentro da pista. A parte dianteira do trem ultrapassou de forma segura, mas a parte traseira (pelo menos dez motos que estavam mais atrás) acabou ultrapassando o obstáculo parte no corredor e parte no acostamento da faixa da direita... tudo isso para não perder o trem que seguia em maior velocidade. A visão disso assusta.

Outro momento é cópia do relato feito pelo Valladares no tópico criado no Fórum HD destinado a convocar interessados em viajar até Penedo:
Faaaaaaaaaaalaí galera,
Cheguei em casa agora, são 20:10h, depois de um rolézinho showzaço até Penedo pro encontro internacional de motociclistas, que por sinal foi uma mmmmmmerda, muito fraco. Em Terê, com um frio da porra (10°) e chuvisco estava melhor em qualidade de tendas com produtos a venda. Mas, como sempre tem um mas, o rolé valeu pracaráleo... na ida éramos eu, Pedrão, Guima, Jeff (diga não cachorro louco), Garuda, AlexHRT e o Albatroz-Seize (que infelizmente voltou pro Rio no pedágio da Dutra). Fomos num trem bom com uma velô de cruzeiro de 140~150km/h com umas muito boas esticadas, por um bom tempo, de até 185Km/h (o trem todo.. ). Chegamos em Penedo e fomos direto pro evento (fraquiiiiinho, mas ficamos por lá tomando umas cervas e comendo um churrasco de gato). Voltamos na mesma tocada e fomos direto pra dispersão no quiosque do Parque dos Patins, na Lagoa. Lá apareceu de novo o Seize, chegou o Eduharley e o foragido Filipe.
Caras, foi muito divertido jogar tanta conversa fora, e falar tanta merda como se falou...Hoje o dia valeu por muitas, mas muitas, terapias...
Ah, já ia esquecendo, encontramos os nossos amigos Wolfmann e o Oliver na cidade; e já na saída, no posto de gasolina o figuraço Héliojr, que estava estreiando o Power commander, depois de passar pelo Dinamômetro...tava babando feito criança com brinquedo novo... ...
Valeu galera.
Sds,


O grupo do FHD já se conhece de outros passeios e conseguiu uma viagem tranquila, chegando mesmo a imprimir velocidades bem acima do permitido. O grupo do HOG foi imprimindo uma velocidade pouco acima da permitida, mas o desentrosamento foi fatal, principalmente para quem vinha na parte de trás do trem que precisou recorrer a práticas nada recomendáveis para acompanhar o trem.

Como já disse antes: você não precisa andar no trem, mas se decide fazer a viagem dentro do trem a segurança do grupo é responsabilidade de cada um.

Sugiro que o tema segurança seja muito reforçado nos briefings feitos antes da saída para os passeios.

10 comentários:

Rômulo disse...

Também já vi algumas situações de arrepiar, não acontecendo acidentes graves por sorte. Minha opinião o limite de segurança é extrapolado quando o trem tem uma quantidade muito grande de motos, utiliza uma estrada sem estrutura adequada e numa velocidade elevada. Prefiro muito mais uma viagem de 4 ou cinco motos que um com 50.

Anônimo disse...

Bom dia.
Já fiz viagens em grupo e acho a modalidade "trem" muito boa, mas quando o grupo é coeso , experiente e disciplinado. Recentemente participei de um trem de Teresópolis a Cordeiro, percurso de uns 110 Km (só ida) com um grupo de motociclistas muito experientes, sendo que o Comandante , de realmente comandava e o ferrolho fazia o seu papel, e tudo foi muito bem.
Participei também de um gupo de 4 pessoas, onde o percurso era todo demarcado, com início, fim e paradas no meio, mas cada um ia por si e se reunia nos pontos de parada.
Mas...As Harley Davidson tem essa tradição, esse "modus operandi" de andar em grupo, e o grupo das Harleys tem como prática chegar junto no destino. Quando as HDs chegam, chegam todas juntas no destino. É a lenda e a tradição.
Essa prática do trem tem que continuar e ser incentivada pelos proprietários.
Quanto ao trem citado por ti, imprimir velocidades de 140 ou até 185 Km/h é totalmente fora dos propósitos de formações de HDs. Uma prática perigosa e desaconselhável.

Paulo Kastrup disse...

Adelino, concordo inteiramente com o seu post....se não forem seguidas as regras de "group riding", ao invés de gerar segurança um trem um pouco maior gera "perigos" para o grupo...

Quando saio no trem do HOG eu sempre procuro ir na parte da frente, justamente por perceber essa falta de coesão na parte final....e muita gente que não segue as regras (não ultrapassar dentro do trem, não mudar de faixa, manter a distância, etc.)...

Acho que caberia aos diretores do HOG "perceber" quem não segue as regras e orientar para ter grupos mais seguros, e sempre conversar e identificar nos briefings os menos experientes e dar uma orientação melhor....

Unknown disse...

Wolfman e companheiros motociclistas, eu fui no triam em do FHD, pq foi bom? digo alguns dos motivos, todos já haviam andado juntos em vários outros passeios, até mesmo aqui no transito do Rj, eu conhecia meu companheiro da frente e o de trás, respeitávamos a formação e a distância, todos com tocadas bem parecidas, hora bem devagar, hora um pouco mais veloz....no trem havia 883, fat, dyna, heritage...e todos foram "juntos" e com segurança.

wolfmann disse...

Eu já fiz algumas viagens em trens grandes (mais de 50 motos) onde nunca tive os sustos que tive andando no trem para Penedo.

O número de calouros aumenta sempre e, concordando com a posição do Kastrup, acho que eles merecem mais atenção dos veteranos que vem viajando com o trem do HOG porque muitos já estão desistindo.

Também acho que a falta dos veteranos diminui a segurança do trem do HOG, mas isso é uma decisão pessoal dos colegas. Eu mesmo não andaria no trem do HOG, salvo em ocasiões comemorativas como os eventos nacionais do HOG.

Quanto à velocidade imprimida pelos amigos do FHD, realmente não dá para recomendar esse exemplo, mas quando você está rodando com um grupo bem afinado o ritmo aumenta muito e quando você se dá conta está bem acima da velocidade permitida exatamente por conta do excelente entrosamento que se consegue. É compreensível, mas não é recomendável.

Valla disse...

Ôba !
Um comentário: o nosso trem só imprimiu uma velocidade alta em momentos propícios e quando a pista assim o permitia. Além, obviamente, da total integração do grupo que era de poucos participantes (somente seis) e por pilotos experientes e que já rodaram juntos algumas vezes. Quando rodamos em grupo médio e grande, a velô máxima permitida da estrada sempre foi obedecida, com exceção daqueles que queriam dar uma esticada e ordeiramente se separavam do trem e mandavam bala, retornando ao trem numa boa depois de limpar os bicos.
Acho que rodar em trem é muito legal, principalmente quando se está lá atrás curtindo o visual do grupo a frente, mas confesso que em grupos de 12~20 motocas, com pessoal de todos os níveis de 'expertise' a preocupação aumenta para todos e principalmente para o road leader e pro ferrolho. Por isso que em nosso grupo temos também um cowboy-batedor que, quando necessário, dá um suporte extra, ora ‘arrebanhando’ o grupo, ora servindo de batedor abrindo passagem pro trem
Sem dúvida alguma rodar em grupo reduzido é muito bom, mas não podemos deixar que a tradição do trem seja posta de lado.
Abraços a todos,
Valladares

wolfmann disse...

Presidente, usei seu comentário como exemplo do que considero um trem seguro. Mesmo imprimindo uma velocidade acima do limite (e as vezes a estrada chama mesmo o acelerador), isso só aconteceu por conta do entrosamento do grupo conseguido pela regularidade dos passeios do FHD carioca.

Valla disse...

Meu Guru,
O Meu comentário foi somente para responder ao Anônimo (!?), pra esclarecer as coisas e não parecer que o nosso trem era composto por celerados...hehe..nem tanto.
Abração a todos.
Valladares

Pack disse...

Adelino, não acredito que o problema seja somente dos novatos não. Eu me considero novato, uma vez que tenho dois anos de HD e em diversas saídas que participei, notei que alguns veteranos acabam colocando o trem em perigo, talvez até por se considerarem 'safos' os suficiente e acabam ignorando regras basicas de segurança (alguns novatos acabam seguindo as cagadas). Também acho que alguns novatos não tem a menor idéia do que estão fazendo, talvez por não terem o mínimo de instrução de como andar em grupo, nesse caso concordo com o Paulo, no mínimo ler a apostila do Riders I.

Parei de andar com o HOG exatamente por sentir cada vez mais perigo ao andar no grupo. Prefiro ligar para os amigos e marcar um grupo menor, conheço diversas pessoas que estão tomando a mesma atitude. Se a diretoria do HOG não fizer nada a respeito dos caroços, novatos ou veteranos. A tendencia é cada vez mais o trem ficar perigoso, porque quem anda direito vai passar a andar sozinho ou em grupos menores. E aí é claro, novatos vão chegando no HOG e encontram uma bagunça, e fazem igual.
Hoje tenho andado somente com grupos pequenos, mas nada mais bonito que um trem de 50 motos andando direitinho, como aquele do Rally de Campos do Jordão, é só ter segurança.

wolfmann disse...

Pack, se você já consegue visualizar essas atitudes em um trem, não é mais novato.
Acho que os briefings voltam a ser depreciados exatamente porque ninguém tem saco de repetir as mesmas informações para quem não quer ouvir, mas mesmo assim a prática não pode ser abandonada ou menosprezada.

Eu concordo com você sobre a forma com que alguns se comportam no trem. Eu mesmo já repreendi alguns veteranos sobre isso, o que normalmente deixa a situação meio delicada, mas é preciso assumir que para andar no trem você se preocupa com o grupo e não em ficar fazendo presepadas para aparecer.

Andar em grupo é escolha individual: se não quer, não ande! Se vai andar com o grupo, respeite!

Quanto a posição dos diretores sobre assumir uma postura mais hierárquica e impor disciplina, isso também é pessoal e nem todos tem disposição para agir de forma impopular. Infelizmente não existe um meio termo nesse caso.

O que posso te sugerir é frequentar e fazer o passeio com um grupo de amigos. Se o trem não tem segurança, dê sinal ao capitão de estrada e saia do trem com seu grupo. Muitos vem tendo essa atitude e considero a mais correta.