domingo, 19 de julho de 2009

movimento "fuck the factory" começa a crescer

O Grupo Izzo presta realmente um grande desserviço à marca Harley-Davidson no Brasil.

O mau atendimento no pós-venda com falta de peças (em algumas oportunidades faltam insumos básicos, como foi o último caso onde faltou óleo lubrificante para efetuar as trocas de óleo) e falta de preparo dos mecânicos, além da falta de acessórios que forçam os proprietários a procurar caminhos alternativos para cuidar e personalizar suas motocicletas começa a alimentar um movimento contra a marca no Brasil nos moldes do movimento que já acontece nos EUA.

O movimento "fuck the factory" nos EUA tem sua motivação contra os rumos tomados pela matriz no sentido de popularizar uma imagem de harleyro de fim de semana, os tradicionalistas se revoltam contra essa "invasão" de seus domínios harleyros (quem viu Wild Hogs sabe do que falo). Pregam contra a ostentação da marca e o uso mais popular por pessoas que são profissionais liberais durante a semana e rebeldes no fim de semana.

Já no Brasil o movimento vem crescendo pelo descaso com que são tratados os amantes da marca: não cumprimento de prazos de entrega, seja de moto nova ou seja de moto deixada para serviço na oficina, uso de material com falha de produção (o caso dos rolamentos é o exemplo atual) e a má qualidade do serviço realizado nas oficinas autorizadas, aliado aos problemas para cumprimento da garantia, vem aumentando bastante o número de proprietários de HD insatisfeitos com a autorizada e por tabela com a Harley-Davidson.

Protestos e iniciativas propondo boicote à marca, produtos da boutique e oficina autorizada, mesmo com prejuízo dos direitos à garantia de fábrica, já começam a ser veiculados por e-mails e conversas em encontros. Embora ache inócua essa tentativa de boicote (o número de futuros clientes garante uma sobrevida à autorizada brasileira, pois os clientes insatisfeitos ainda são em menor número), cumpre divulgar que o "fuck the factory" está presente e crescendo no Brasil.

Eu mesmo já não tenho a mesma vontade de usar a marca e não porque não continue achando a moto boa. Uma das melhores que já tive o prazer de pilotar, com nuances entre os modelos que acabam marcando este ou aquele modelo, mas sim porque já não tenho a disposição para ser identificado como mais um que a autorizada brasileira enganou.

Continuo com o mesmo interesse em conhecer as características de cada moto, de entender como funciona (até mesmo para não ser enrolado na oficina) e de dar opinião para quem tem interesse. Do mesmo modo continuo interessado no trabalho desenvolvido pela diretoria do HOG RJ, amigos que trabalham de forma voluntária para agregar cada vez mais os aficcionados da marca e no HOG. E falo do HOG RJ não porque ache que isso não aconteça nos demais Chapters, mas sim porque conheço e vivencio esta realidade, deixando para os colegas de fora do RJ julgarem o serviço dos seus Chapters de origem.

O produto é bom, tem defeitos como qualquer outro, mas o revendedor oficial se mostra cada vez menos merecedor de confiança para tratar qualquer coisa, desde vender uma camiseta até dar um diagnóstico sobre um defeito reclamado.

No Brasil o "fuck the factory" merece uma adaptação. Como diz um amigo do ES: "Fuck IZZO".

3 comentários:

HARLYSTAS - RIO GRANDE DO SUL disse...

Wolfman,
Tenho algumas novidades importantes sobre as questões relacionadas ao Grupo Izzo. Me encaminha um e-mail ( reinaldo.forte@gad.com.br ) que eu te retorno para combinarmos uma estratégia conjunta de divulgação de parte delas. Grande abraço REI

Lobo disse...

Tomar cuidado para não confundir o fuck the factory com o fuck the dealer.

No caso tupiniquim, trata-se mais de um movimento fuck the dealer, do que propriamente F.T.F.

O pós-venda do grupo IZZO é rídiculo faz tempo, ainda bem que cada vez mais pessoas estão se dando conta disso, inclusive a própria HD.

Abrax

wolfmann disse...

Concordo em genêro e grau com você. A revolta cresce contra o dealer, que trata cada vez mais o cliente como se fosse descartável, descaracterizando completamente a tradição HD de se apoiar nos proprietários.
Se hoje a HD continua crescendo, isso se deve fundamentalmente a grande legião de aficcionados pela marca pois o dealer só consegue denegrir a marca.