segunda-feira, 12 de novembro de 2012

viagem em grupo: grande ou pequeno?

Eu não gosto de viajar sozinho. Muita coisa pode acontecer e estar acompanhado pode fazer diferença na hora do aperto. Não havendo outra solução, vou sozinho como foi o caso no ano passado onde fui encontrar com o Celestino em Penedo para seguirmos para Curitiba.

Já fiz várias viagens no trem do HOG com mais de vinte motos (nosso maior trem foi até Campos do Jordão em 2009 com 106 motos sem qualquer tipo de apoio ou escolta) do mesmo modo que já fiz várias viagens com grupos de até oito motos.

Qual é o melhor? Vai depender do grupo. Neste ano de 2012, a maioria dos passeios do Chapter RJ teve trens com mais de 30 motos e já comentei que o entrosamento foi sendo aumentado conforme os colegas participavam com mais assiduidade dos passeios. No trem gigante de 2009 e no trem de 2008 (95 motos para Tiradentes) havia muitos grupos menores compondo o trem gigante e esse entrosamento foi fundamental para que não tivéssemos problemas.

Na viagem para Florianópolis não tivemos um trem numeroso, mas sim vários pequenos grupos saindo e escolhendo os caminhos mais convenientes. Eu fiz a viagem toda em dupla com o Alexandre Marinho e um trecho entre São Paulo e Curitiba em um grupo de seis motos. Como dizem os companheiros de QI, o "grupo coeso de dois" facilitou muito a viagem até Florianópolis: as negociações de ultrapassagens, a passagem em corredor (e tivemos algumas ocasiões onde não havia escolha exceto trafegar no corredor) e a manutenção do ritmo de viagem foram muito facilitadas por estarmos em dupla.

Quando estivemos trafegando com o grupo maior, há havia uma certa preocupação em manter formação, evitar espaços e cuidar do companheiro que vinha atrás. Lógico que o grupo de seis motos era bem mais visível na estrada que uma dupla de motos e nisso reside a grande vantagem de viajar em grupo: o aumento da segurança pelo aumento da visibilidade do grupo, mas também aumentava a preocupação na hora de negociar as ultrapassagens. Trafegar no corredor não aconteceu, mas com certeza necessitaria de um cuidado maior por conta de uma moto ficar entalada enquanto outras tivessem passado.

Imaginem então as dificuldades dos trens gigantes em fazer essas manobras comuns. Dificilmente um trem com mais de 50 motos consegue trafegar junto sem o auxílio de escolta, havendo necessidade de vários Road Captain para manter esse grupo coeso se não houver escolta.

Minha escolha é sempre pelo grupo menor, mais homogêneo e com entrosamento. Sempre que um grupo cresce muito é recomendável dividi-lo, estabelecendo pontos de encontro e separando os grupos conforme a experiência e o entrosamento. Um iniciante rodando em um grupo mais experiente vai passar por muitos sustos e a tendência é atrasar o grupo. Esquecer a vaidade nessa hora é fundamental para a segurança de todos: se você não acha que consegue acompanhar o ritmo mais forte, procure se incorporar ao grupo onde você seguirá mais confortavelmente.

Estrada não é lugar para auto-afirmação. Rode com segurança em um grupo que mostre ter a mesma experiência que você, será mais fácil ganhar entrosamento e logo você vai ver que esse grupo estará rodando tão bem quanto o grupo mais experiente.

Eu considero um grupo com até oito motos o número ideal para uma viagem longa: o Capitão de Estrada consegue manter o Cerra-fila no alcance dos seus espelhos e as negociações de ultrapassagens são muito mais tranquilas. Viagens mais curtas e em estradas mais sossegadas permitem grupos maiores com a mesma tranquilidade. Quanto maior o grupo fica, maior será a necessidade de serem estabelecidos companheiros responsáveis pela segurança do grupo. Esses colegas servem como marcos para o grupo manter sua coesão e facilitam o entrosamento.

E uma última colocação: não tenha vergonha de confessar alguma dificuldade para que o Capitão de Estrada possa ajustar o ritmo para manter a segurança e muito menos tenha vergonha de chamar a atenção de algum colega que esteja colocando em risco o grupo. Ninguém é dono da verdade e muitas vezes alguns vícios de pilotagem podem ser melhorados se alguém mostra o que está acontecendo.

Viajar com os amigos é bom, mas a ideia é ir e voltar juntos.

2 comentários:

Guilherme Guazzelli disse...

Polícia desmonta esquema de furto de motos Harley-Davidson


http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/11/policia-desmonta-esquema-de-furto-de-motos-harley-davidson.html

Alexandre Marinho disse...

Prezado Wolfmann, aproveito o espaço aqui para agradecer a oportunidade de compartilhar a estrada com você e a turma de SP. Obrigado e até a próxima!