Termino as postagens sobre estes dias fazendo um balanço do evento.
O Wilson Roque já deu um panorama bem fiel do que foi o evento no seu post http://wilsonroque.blogspot.com.br/2012/11/national-hog-rally-2012-o-que-eu-vi-no.html .
Eu participei do evento em dois dias (sexta e sábado) e na sexta tivemos uma falha gritante: as únicas festas que participo com hora para terminar são aniversários de crianças. Divulgar uma festa "anos 60", convocar os participantes para se vestirem à carater e na hora em que muitos estão chegando para a festa serem barrados porque o evento tinha hora para terminar (22h) é minimamente deselegante. Melhor seria ter programado um show com a banda Get Back (muito boa por sinal) e fim de papo.
Outro escorregão da organização foi a foto oficial. Sem nada programado, o momento escolhido (logo após o desfile das bandeiras) foi mau escolhido. Poucos participantes estavam presentes e a foto oficial nem de longe espelha a realidade do que foi o número de presentes ao evento.
As competições dos motor games pouco divulgadas não permitiram que houvesse uma competição entre os Chapters já que muitas das gincanas tinham poucos inscritos e quase sempre do mesmo Chapter, se transformando em uma competição interna premiando não os melhores, mas sim aqueles que souberam das competições.
O próprio Rally não teve a competição esperada porque alguns dos melhores colocados em Rallys anteriores sequer se inscreveram (detalhe triste para o acidente onde uma Electra ficou bastante avariada e felizmente não houve maiores danos pessoais para o piloto e seu filho que servia de navegador no rally).
A competição mais disputada foi o torneio de marcha lenta onde tivemos representantes de vários Chapters e não apenas de um ou dois Chapters como foi no dia anterior.
Fiquei decepcionado com a falta de modelos 2013 e falta de informações sobre a linha 2013. Essa era a hora de mostrar o que teremos no ano que vem: pinturas comemorativas (nem que fosse apenas em fotos), modelos novos (continua a novela da vinda da Sportster 72 e Softail Slim) e a adoção de motorização 103 na família softail são notícias que interessam aos proprietários e que a fábrica não mostra interesse em divulgar ou não, mantendo um mistério que não ajuda a vender o resto da produção 2012 e nem faz decolar a produção 2013.
Da mesma forma, a loja dedicada ao Harley life style não trouxe sequer uma amostra do que se pode encontrar da coleção dedicada aos 110 anos.
Com tudo isso, ainda assim meu balanço do evento é positivo. Tivemos uma festa bem organizada, com serviço impecável. O staff do P12 é muito atencioso. O buffet noturno era fraco em relação ao buffet diurno e isso fez diferença na sexta à noite e foi perfeito no sábado à noite após um dia inteiro de serviço de canapés, pastéis, espetinhos e bebida à vontade (Jack Daniels inclusive).
Os colegas que participaram ficaram satisfeitos e o evento esvaziado pelo protesto de alguns colegas que entenderam por não estar presentes apesar de terem seguido para Florianópolis, deixou o evento muito confortável para os que participaram.
Alguns improvisos, como a mudança de local para o leilão beneficiente, o jantar em pé e a premiação em palco apertado mostram que houve falta de uma melhor avaliação do que poderia acontecer de imprevisto (e aconteceu).
O próximo evento Harley tem local para acontecer: São Paulo para comemorar os 110 anos da HDMC. Ainda não tem data fechada, mas deve acontecer em Junho conforme o calendário de comemorações dos 110 anos da HDMC. Com base na experiência dos últimos eventos (segunda edição do RHD e a primeira edição do HOG Rally) acho que a equipe que irá organizar o evento pode e deve prestar atenção à alguns detalhes: divulgação completa do evento, formato do evento e valor do evento.
A divulgação do RHD foi bem melhor que a divulgação do Rally. Programação completa, com atrações conhecidas (nada contra as bandas do Rally) ajuda a vender o evento. Do mesmo modo, antecedência na divulgação da programação é necessária. Muitos precisam se programar para participar do evento e planejar a viagem.
Outro aspecto é o formato do evento. No RHD e no Rally, o evento com apenas três dias deixa apenas um dia útil para o evento, já que o primeiro é dedicado ao credenciamento e o último à dispersão. Não vale a pena programar um evento e propor um valor elevado para o passaporte se a maioria não vai aproveitar a programação completa do evento. Faz-se necessário retornar ao formato de quatro dias, dando enfase ao segundo e terceiro dia e mostrando que vale a pena participar do evento por completo para que o passaporte para o evento completo seja mais atraente.
Da mesma forma, concentrar o evento em um local, obrigando aos participantes a ficarem confinados sob pena de perder alguma atividade não é o melhor formato. Colegas que estavam conhecendo a cidade, como sempre se fez nos Rallys, acabaram perdendo a oportunidade de participar das atividades dos motor games simplesmente por não estarem no local do day use.
Uma maior liberdade em conjunto com uma divulgação antecipada de atividades (eu não tinha a menor idéia do que seriam os motor games ou as atividades de praia divulgadas na programação) melhora a avaliação do evento. Afinal, quem foi para Floripa com certeza gastou o dinheiro do passaporte na cidade, mas faltou convencer os colegas que valia a pena gastar esse dinheiro exclusivamente com o evento.
Ou se muda o formato ou se começa a vender o evento de forma segmentada como foi feito nos últimos dias de venda do Rally, onde se podia participar de um dia (a escolha e com preços diferenciados), dois dias ou do evento completo. Insistir em vender o evento completo para quem não vai participar do evento completo ou não pretende se confinar a um só local, só afasta os interessados em participar.
E por último, a principal reclamação: o preço do evento. A organização deve se decidir se pretende pagar o evento com a venda de ingressos, com o patrocínio ou se a fábrica vai dar a contra-partida aos proprietários que fazem o grande marketing de vendas dos produtos HD.
Se vai pagar o evento com a venda de ingressos, deve resolver se pretende fazer isso apostando na escala de vendas ou na margem de revenda do ingresso. Começar colocando o preço lá no alto, para vir baixando ou adaptando conforme as vendas não decolam só mostra desrespeito aos colegas que compram com antecedência.
Acredito que esse desrespeito e a indecisão sobre como vender o evento é que provocou a enxurrada de protestos, não participação de muitos que viajaram e as várias cornetadas sem fim sobre queixas de preços altos.
Gostaria de deixar claro que não considerei o preço do passaporte caro pelo evento que participei, mas as promoções para vendas na bilheteria onde se comprava dois passaportes para o sábado e ganhava um terceiro deixaram a impressão que o valor poderia ter sido menor, sem falar que na compra direto na bilheteria sequer se anotava o número HOG para uma verificação se estava ou não em dia com a anuidade ou se era membro do HOG (outro fato que mostra desrespeito aos colegas membros do HOG).
Termino com uma sugestão: estabeleçam uma política transparente para as cortesias a serem distribuídas. Distribuir cortesia para agradar amigos em detrimento de colegas que se dedicam ao HOG não é correto no meu julgamento. Eu mesmo fui surpreendido por estar em uma lista de cortesia concedendo desconto no meu passaporte, o qual agradeço ao Estevão Sanches pela gentileza. Gentileza essa que foi estendida aos Road Captain do Chapter RJ e que não foi aproveitada por todos, já que muitos não puderam estar presentes.
A regra antiga era de cortesia aos diretores e seus acompanhantes. Hoje com um número maior de componentes do staff de estrada dos Chapters, entendo que a cortesia integral deva se limitar aos diretores, o Head Road Captain sem favorecer acompanhantes e conceder cortesia parcial para os Road Captains.
Do mesmo modo, o staff que participa do apoio ao trem (Gerentes, Mecânico e Motorista do carro de apoio) deve ter cortesia integral ou parcial. Imprensa e fornecedores conforme a orientação da fábrica seguem a regra da cortesia, assim como companheiros que tem notória participação na divulgação da fábrica.
Qualquer pessoa fora desse grupo não deve e não pode ser considerada para receber cortesia sob pena de desrespeitar os companheiros que pagam por seu passaporte e não tenham dúvida que aqueles que tiveram esse privilégio sem terem feito por onde, vão comentar e deixar os colegas pagantes ainda mais aborrecidos com os valores pagos.
Valorizar os proprietários de HD e membros do HOG é uma forma de valorizar a marca e é nisso que se apoia um marketing de satisfação onde o cliente satisfeito é veículo de venda dos produtos HD.
Quanto antes isto for entendido, melhores serão os resultados. Já acabou o tempo onde a simples chancela HD vendia qualquer coisa à legião de fãs da marca. Hoje os fãs continuam fiéis à marca, mas não tão fiéis à fábrica.
Vale o bordão: se eu tiver que explicar (mais), você não vai (continuar) entender(ndo).
2 comentários:
Para bom entendedor, uma palavra basta. E o último parágrafo é um golpe de mestre. Se não entenderam, não adianta mais explicar. Excelente postagem.
Muito bem o relato,sobre o evento. Esclarecendo que o protesto feito por mais de 200 pessoas que foram a Florianópolis e não participaram do evento,não diz tanto a respeito sobre o valor e sim pela falta de consideração com os proprietários de HD desde o lançamento do evento em junho de 2012. Falta de comunicação do HOG BRASIL com os clientes fiéis a marca.
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