quinta-feira, 9 de junho de 2011

nova ou usada? Dúvida antiga.

É recorrente a pergunta de quem quer começar a andar de HD sobre o que vale mais a pena comprar: zero km ou usada.

Eu já tenho a minha convicção sobre isso e sou partidário das usadas. As usadas normalmente são bem cuidadas e com baixa quilometragem pelo uso normal dos proprietários de HD (viagens esporádicas, passeios curtos nos fins de semana e sem uso durante a semana). Achar uma moto usada com menos de 8000 kms e dois anos de uso não é uma coisa rara.

Além disso é possível encontrar uma moto usada já com alguns acessórios de colocação frequente como escapes ou ponteiras esportivas e filtro de ar de alta vazão, além dos badulaques de sempre (tampas, pedaleiras, punhos, um banco mais confortável, amortecedores mais eficientes nos casos das Dynas e Sportsters e assim por diante).

Já a moto zero tem a grande vantagem de ser zero. Ninguém usou, o risco de um defeito escondido não existe e se houver algum problema, a garantia (que parece estar sendo mais ágil) resolve. Você vai deixar a moto do jeito que você quer, sem aproveitar nenhum projeto anterior.

Ajudou ou complicou? O certo é que o futuro proprietário tem de comprar a moto pensando no seu uso e seu bolso.

As diferenças de preços entre uma usada pouco rodada e uma moto zero são pequenas o que convida a compra da moto zero, mas levando em consideração o ipva (que deverá estar pago pelo vendedor para que a transferência possa ser feita - esse é o procedimento padrão do DETRAN-RJ) e possíveis acessórios já incluídos na negociação pode ser que a diferença a ser paga na moto zero não compense tanto assim. Cada caso é um caso.

Para quem tem essa dúvida vale lembrar o seguinte: as Sportsters 883 injetadas não tem modificações expressivas no seu projeto desde que passaram a ser injetadas (as 2009 em diante não aceitam retífica para a conversão para 1200 sendo necessário a compra do kit completo). As modificações foram estéticas (novas cores ou novo acabamento com a iron 883).

As Dynas são as mesmas desde que passaram a ser fabricadas no Brasil. Vale lembrar que as FXDC são mais bem acabadas (com instrumentos no tanque), tem banco e guidão considerados mais confortáveis pelos proprietários em geral e contam com discos flutuantes e pinças brembo.

As softails sofreram uma mudança interessante a partir das 2011: passaram a usar o ABS nas FLST (Fat Boy, Heritage e Deluxe) e esse detalhe é um diferencial a ser levado em conta na hora da escolha entre usada ou zero km. Lembrando que os motores foram modificados em 2006, passando do TC88 (1450cc) para o TC96 (1600cc) e caixa de marchas de seis velocidades ao contrário da anterior de cinco.

As tourings trazem a mudança mais marcante: a adoção dos novos motores TC103 (1700cc) na linha 2011. Passaram pela mesma mudança de motores e caixa das softails em 2006 (TC88 para TC96), em 2009 adotaram o novo quadro e agora aprimoram um pouco mais ao adotar os motores TC103. Definitivamente é a família com os melhores motivos para comprar uma moto zero.

As XR1200 mudaram seu acabamento em 2010 (passaram a vender a 1200X), as Rockers também mudaram acabamento e a Heritage Custom saiu do catálogo assim como já havia saído a Nightster 1200 e só podem ser encontradas usadas.

Para quem gosta das carburadas, lembrem que esses modelos costumam ser mais valorizados por serem mais raros. As Sportsters foram carburadas até 2007, as softails até 2003 e as Tourings até 2002. Antes de 2000 todas usavam os motores Evolution (em uso nas Sportsters até hoje) e as que tenho visto anunciadas normalmente estão bastante modificadas e usando peças after market.

Boas compras.

12 comentários:

Leandro disse...

Ae wolf, então... falando em Dynas que é o que ando pesquisando rss vi que a diferença de valores entre uma 2009 (por exemplo) e uma zero é razoavel em torno de 7~8k o que para mim, é uma bela de uma grana rss Eu já estava de olho em umas 09 mesmo e com sua recomendação no outro post vou insistir na ideia e ver o que consigo. =)

Abs!

Tovar disse...

Para quem está afastado dos grandes centros, levar a moto para revisão dentro da garantia pode ser incômodo.

wolfmann disse...

Tem vários fatores extras a serem levados em consideração na hora da compra, eu apenas levantei os que todos acabam comentando.

Por exemplo, se você tem facilidade em trazer peças, de cara facilita muito a manutenção. Depender do correio, e-bay, receita é muita aporrinhação.

Eu gostaria mesmo era que a fábrica disponibilizasse um 0800 para atender proprietários vendendo as peças ou indicando um dealer que possa fazer isso, cobrando frete para locais mais distantes ou reservando a peça nas cidades onde existem os dealers.

Se isso acontece, facilita muito a vida do proprietário. O problema é que eles não querem vender a peça, querem vender a peça e o serviço. Aí é dureza.

Gustavo O disse...

Wolfmann
Parabéns pelo blog. Lembrando que as dynas 2010-up tem motor preto e cromado iguais aos touring e a xr1200x tem várias melhorias comparada à xr1200(amortecedores, freios e por aí vai)

wolfmann disse...

Gustavo toda as colaborações são válidas. Valeu pela lembrança dos detalhes que faltaram falar.

Albatroz27 disse...

Tem uma coisa importante. Geralmente você paga uma espécie de "premium price" por uma moto (ou carro) zero pelo baixo risco de problema e a própria garantia. Curioso que como a situação do dealer HD no Brasil é precária, isto se torna mais um componente que reflete no preço da moto usada, diminuindo o preço entre a zero.

[]s

Albatroz27 (FHD)

Corrente ou Engrenagem ? disse...

Bom dia Wolfmann, seus textos são excelentes, e ajudam muito a futuros PHDs decidirem o que fazer, o que comprar, etc... Parabens.
Gostaria de perguntar se eu posso colocar este texto e outros futuros no site Biker Friend´s, divulgando seu Blog e seu trabalho junto ao motociclismo HD, para responder, meu email é bikerfriends@gmail.com , forte abraço , Luizinho HDMC

Pedrão disse...

E aê Velhinho,
Passei prá dar um salve.
A FXD tá virando raridade nas ruas. Os cromos estão dominando.
Abs,
Pedrão

fernando disse...

tenho uma harley rocker 2010, e ja esta com 21000 mil km, desde que a comprei não faço viagens curtas, e minha moto esta como zero, continua a mesma motocicleta, esa concepção de que harley é moto de domingueiro fere um pouco nossos ouvidos, a minha idéia de harley, é liberdade e viagens longas, se for andar 200 km, nem saio da minha casa, e acho que minha moto não deveria perder valor pelo km, é melhor mais km de estradeiro do baixo km de domingueiro. por mfavor desculpe minha opnião, mas domingueiro na estrada não, so causa problemas e falta de respeito nos locais onde param. o que é uma pena, motociclista é gente, deve respeito e merece o mesmo respeito

wolfmann disse...

Luizinho fique a vontade para publicar os textos do blog. São quase todos de minha autoria e o objetivo do blog é difundir as experiências. Te recomendo uma lida nos comentários porque muitas vezes o debate é interessante.

wolfmann disse...

Pedrão estou devendo umas visitas no Belmonte, mas ando realmente ocupado com o meu caçula. A Silvana está se preparando para o exame da Ordem em curso noturno e tenho me ocupado do garoto... mas vai melhorar.

Topa um passeio até Curitiba? Vou para lá pegar frio e fazer o Rastro da Serpente e a Serra da Graciosa.

wolfmann disse...

Fernando, toda opinião é válida. A idéia é sempre de aumentar o debate.

Concordo com você que o km rodado é um dos acessórios mais interessantes da moto. Mostra a durabilidade e resistência.

Não acho que uma HD seja desvalorizada por seus kms rodados.

Na realidade o uso médio das HDs é pequeno e aos fins de semana. Infelizmente ou felizmente, depende do ponto de vista, é comum encontrar motos paradas por meses porque o colega harleyro não tem tempo para dedicar ao lazer de sair de moto, ou tem problemas em conciliar a rotina doméstica/trabalho com os passeios ou simplesmente não se adaptou ao estilo da moto.

Nessa hora o colega desiste e põe a venda. Posso te dar vários exemplos disso.