terça-feira, 28 de junho de 2011

Vento lateral e piso molhado

Um assunto que já falei duas vezes ( http://wolfmann-hd.blogspot.com/2009/11/vento-lateral.html e http://wolfmann-hd.blogspot.com/2008/11/vento-lateral.html ), mas na volta para São Paulo voltei a passar por essa situação e valem a pena algumas considerações.

Os Dunlops originais foram substituídos por Metzelers e estes já contam com cerca de 7.000 kms rodados. Desde o início do uso dos Metzelers venho sentindo a diferença de perfil de construção entre as marcas.

Enquanto os Mets se mostram mais aderentes e mais rápidos nas curvas, exigem mais habilidade para serem usados nas retas. Durante a viagem é nítida a diferença a favor deles em condições ideais (pista seca, vento frontal e piso em boas condições), mas basta que o asfalto seja um pouco mais rugoso e já copiam as imperfeições do piso para o guidom. Em pista molhada aquaplanam com mais intensidade (parecem que balançam mais) e com vento lateral são nitidamente piores que os Dunlops.

Venho buscando uma calibragem que consiga o melhor conforto com a melhor pilotagem e já venho usando uma pressão inferior à pressão recomendada pelo manual para a moto stock (usando pneus Dunlop): venho usando 28 libras em cada roda contra as 32 libras recomendadas.

A calibragem para moto carregada é 36 lb em cada roda e por conta disso calibrei os pneus na saída do Rio com 30 lbs em cada roda. Viagem transcorreu sem maiores problemas além do desconforto normal que os perfis de construção já trazem desde o início do uso com os Mets.

Em piso molhado senti ligeira melhora na pilotagem, que me permitiu manter boa velocidade na estrada (sempre no limite indicado ou um pouco acima), mas cruzando com caminhões em pista simples a rajada frontal me deixava incomodado por deixar a frente leve. Nada que o ser humano não se adapte.

O grande problema foi o vento lateral em pista molhada. Mantendo a calibragem de 30 lbs em cada roda, o vento lateral incomodou bastante por conta da força das rajadas e da constância das mesmas. Em determinado momento cheguei a ser deslocada quase dois metros lateralmente por conta da pancada dada pela rajada lateral.

O problema diminuiu quando voltei a calibragem às 28 lbs, mas acho que poderia ter baixado ainda mais a calibragem da roda dianteira... talvez 26 lbs ou mesmo 24 lbs para deixar a frente mais pesada.

Essa sensação de frente leve não acontecia com os Dunlops originais. Também estava sujeito as variações por conta das rajadas laterais, mas o desconforto e a necessidade de correção de trajetória em reta não era tão acentuada.

Comparando com as Sportsters que estavam usando pneus Dunlops originas e com a Electra Glide que usava pneus novos Bridgestone, o comportamento da Fat era muito mais afetado pelo vento lateral. Mesmo levando em conta os aros sólidos da Fat Boy, ainda assim a diferença de estabilidade era grande, forçando a um ritmo bem mais lento que os demais (enquanto seguiam na casa dos 100/110 km/h, eu segui na casa dos 80/90 km/h).

Só tenho a agradecer a presença do amigo Celestino e sua Electra Glide, e antes o Chacon e seu Scenic, como meus alas durante o pior trecho da viagem. Deu bastante segurança saber que tinha um companheiro na aventura de domar a Fat e seus Mets no meio da ventania.

Fica o aprendizado (ainda a ser confirmado e espero que não seja breve) para baixar a calibragem dos Mets em condições adversas. O consumo do pneu pode aumentar (e o consumo de combustível também deve seguir o mesmo caminho), mas aumenta a segurança.

Para referência, os Mets já chegam na quilometragem que os colegas que usam os Mets há mais tempo que eu dizem ser o início da meia-vida (7.000 kms para serem aposentados aos 15.000 kms) e o desgaste não parece ser tanto. Vamos ver com se comportam daqui em diante... se confirmarem o desgaste aos 15.000 kms, terão uma vida útil de cerca de 25% menor, mas o custo de 40% mais baixo ainda compensa... se passarem a marca dos 15.000 kms estarão valendo ainda mais.

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