quinta-feira, 23 de outubro de 2014

catálogo 2015 já está chegando aos dealers

Apresentada a linha 2015 no site e no evento SPHD, já gera comentários sobre a saída e entrada de modelos.

A grande surpresa para a maioria foi a descontinuação da 883R e o grande lançamento desse ano parece ser a Softail Breakout.

Não sei quais são os critérios para a escolha dos modelos que compõe o catálogo anual, mas sempre se pode tentar especular. 

Entendo a saída da R, os números dela estavam vergonhosos perto das vendas da Iron, assim como entendo a saída da Super Glide Custom, que sempre foi um modelo que entrava em produção no segundo semestre quando os best sellers já tinha atingido a meta e por isso mesmo sempre foi considerada como um "patinho feio" pela HDMC Brasil (nada contra o modelo, mas analisando os números da ABRACICLO nota-se essa tendência da montadora).

Definitivamente não entendo a saída da Switchback. Não tinha grande procura por conta da concorrência da Heritage (sempre atinge as metas) e das Tourings, mas com certeza tem espaço no mercado brasileiro: está pronta para a estrada, tem uma garupa com conforto razoável perto das Sportsters que tem preços iguais ou mais baratos e era a mais barata no leque de modelos "prontos para a estrada" (alforge/windshield). Só entendo a saída dela para dar espaço para outra Dyna na linha de produção, o que deve ter acontecido já que a planta de Manaus é reduzida e não tem muito como crescer.

E dentro desses parâmetros, podem esperar que algum modelo saia do catálogo no ano que vem quando a Street 750 chegar ao Brasil (não veio esse ano porque ainda não tem freios ABS, obrigatório no Brasil). Eu aposto na Iron.

Já as novidades escolhidas poderiam ter sido outras. A Low Rider é uma aposta em um mercado de sucesso no Brasil: o público vintage, acho que a Sportster 72 não veio por acharem que o visual da Low Rider seria mais atraente.

A Softail Breakout já era aposta certa desde o sucesso da Breakout CVO. A CVO tem interessados até hoje, chegaram mesmo a pedir uma  cota extra, mas a matriz não enviou e colocaram o modelo standard para este ano. Acredito que quem queria a CVO vai comprar a standard, ainda mais com a diferença de preço. Quem pagou caro é que deve ter ficado aborrecido.

A Street Glide Special vem para unificar os acessórios das Glides. Os infotainment diferentes acabam dando dor de cabeça, desse jeito eles trazem a "top de linha", arrumam mais uns trocados e racionalizam a linha de montagem.

A única novidade que não entendi a escolha foi a Street Bob. Não tem apelo, não teve grande aceitação e eles conhecem a preferência pela Wide Glide. Só posso imaginar que deixaram a Wide Glide de fora para evitar concorrência com a Breakout, já que as duas tem o mesmo estilo (roda fina na frente, grande entre eixos, comando avançado) com um preço bem mais em conta (aposto uns 10k a menos).

Além da Wide Glide continua fazendo falta no nosso mercado a Softail Slim (que poderia facilmente estar no lugar da Fat Boy tradicional, uma vez que a Fat Special tem melhores números e com certeza iria suprir a falta da Fat tradicional) e a novo Ultra Limited Low. São motos com altura de banco menores e temos um grande mercado para "baixinhos" no Brasil.

E sem dúvida alguma, falta o TC103. Gosto muito do TC96, mas não dá para continuar defasado em relação ao mercado internacional. Atualmente os 96 atendem apenas o mercado brasileiro e japonês (algo perto de 12000 motores fabricados por ano). No mercado japonês parece que existe uma isenção para motores e o TC103 não teria direito a essa isenção, por isso segue em produção e o mercado brasileiro deve servir para manter o nível de produtividade, não vejo outro motivo para manterem os 96 em linha aqui no Brasil, principalmente porque os 103 estão homologados desde 2011 nas Touring.

4 comentários:

Mazz disse...

Vale lembrar que a Ultra low tem também uma tampa da primaria inteira, menor... ou seja mais espaço para as pernas de nós, baixinhos.

Bayer // Old Dog disse...

Curiosamente, algumas motos daqui tem o mesmo perfil das vendidas no Japão. A XR, por exemplo, usa só no Brasil e no Japão a correia e polia com menos dentes, assim como algumas Dynas.

Talvez a "logística" da Harley coloque a gente junto deles.

Mas isso é um chute, com os dois pés... Não faço idéia de porque os novos motores não chegam aqui. É o que mais me perguntam.

LUIZ disse...

Parabéns pelo blog, realmente muito bom.

Também não consigo entender porque não trazem o motor 103 na linha softail. Andei numa Hertitage 103 fora do Brasil e senti grande diferença, especialmente no troque.

Será em razão do eventual aumento de preço? Não sei, mas é Mt bizarro isso.

Grande abraço,

Luiz

wolfmann disse...

Como já comentei no post, acredito que de alguma forma a condição do mercado japonês, onde o TC 103 é anti-econômico em relação ao TC 96, obrigaria a ter um volume de fabricação maior é o resultado disso é a necessidade de um mercado para escoar o excesso de produção.

O nosso mercado seguiria como apoio ao mercado japonê para continuar viabilizando a fabricação.

Mas é apenas uma teoria.