quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

conclusão do test drive do Bira e uma pequena previsão do público alvo das novas Softails

Continuando com a análise, fiz um teste hoje quando cheguei ao trabalho na minha. coloquei a mão na tampa do cabeçote, e realmente é mais quente que a M8, mas nada absurdo. Todavia, a real fonte de calor das Softails TC é o tanque de óleo (nas M8 foi deslocado pra baixo do motor, como era o "oil pan" das antigas Dynas). Fui colocar a mão no tanque de óleo da Deluxe e tive que tirar a mão imediatamente pra não me queimar! Não é à tôa que quem anda nas Softail TC passa TANTO calor: você está literalmente sentado sobre uma panela de óleo quente, que fica exatamente entre as pernas. Acredite quem quiser, mas esse é o fator que mais me incomoda na minha 2014 e que tá me convencendo a trocar pela 2018. 

Sobre a nova linha (lembrando que a Deluxe ainda não chegou na loja), eis o que eu vejo sobre o provável público alvo das novas Softails.

Da Fat Bob já falei, é a mais "polivalente" em termos de mercado e tem potencial pra agradar bastante gente pelas suas características dinâmicas. De acordo com informações do meu amigo que trabalha na HD é a que tá saindo mais aqui em Brasília (tanto 107 quanto 114). Citando o que falei na primeira parte do post: "...um público bem variado: vai pegar alguns órfãos da V-Rod (outros vão pra Breakout); vai pegar novos consumidores (ex pilotos de esportivas e nakeds que resolveram migrar pra HD - boa parte desses vai pegar as 114); vai pegar alguns consumidores tradicionais que saíram das Sportsters mais esportivas (como a antiga 1200XR e a atual Roadster); vai pegar o pessoal mais "tiozão" (tipo eu) que quer dar uma remoçada no estilo de moto; vai pegar o HOG endinheirado que tem uma Ultra e tem dinheiro pra ter outra HD menor pra usar na cidade. " (ou pra iniciar o filho mais velho). 

Da Heritage, vai ser a moto pra quem quer usar pra viajar ou prefere uma moto com aparência de equipada para tanto (meu caso - se conseguir viajar, beleza, se não, tenho os alforges pra levar minhas tralhas do dia a dia kkkk). É uma moto completa, mas sem frescura. O pessoal que quer uma moto equipada pra viagem mas liga demais pra aparência da moto (leia-se o pessoal que tá dizendo que "mataram a Heritage mimimimi") ficará mais bem servido com uma RK Classic (em que pese ser uma condução totalmente diferente e um exagero pra uso na cidade) que custa só 4 mil a mais. 

A Street Bob eu vejo como o "pulo" natural (já que a Low Rider não veio pro Brasil) pra quem sair das Sportsters, tanto pelo porte mais reduzido quanto pela posição de pilotagem (pedaleiras centrais, etc), sem contar é claro pelo preço, é a mais barata das novas Softails (54 mil se não me engano). Vai atender também aos órfãos da Blackline e das FXST, em que pese não ter o comando avançado (coisa fácil de colocar) nem garupa de fábrica (só instalar). É o modelo que eu vejo como mais  parecido com estas, até pelos detalhes diversos (tamanho do guidão, farol pequeno, etc.). Tem o tanque pequeno, sim, mas é uma característica "padrão" das FX novas (Softails com pedaleira), cuja única exceção é a Sport Glide que não veio pra cá. Vai ser também uma das queridinhas do pessoal da customização, "prevejo" muitos projetos radicais saindo a partir das Street Bob.

A Deluxe nova (que ainda não vi) vai ser a opção para os fãs de moto cheia de cromado, lembrando que vai custar uma nota preta pra equipar igual a Heritage caso seja essa a intenção do comprador (creio que serão raros, a maioria dos que precisam das características de uma Heritage vai acabar aceitando o novo visual ou partir pra uma RK Classic); Como ela é baixinha e bonita, também vejo como uma futura queridinha da mulherada. Vai virar o modelo predileto das Ladies of Harley do HOG, escrevam o que tô falando. 

A Breakout vai continuar com seu público cativo, e atrair os órfãos da V-Rod.

A Fat Boy vai continuar sendo a HD preferida daqueles que têm dinheiro sobrando e estão comprando a primeira Harley pra vender depois de 3 anos com 3000km rodados. Se a anterior já era cara de manter por causa do pneu traseiro, essa vai ficar ainda mais cara. Vai afastar o pessoal que comprava pra usar, da mesma forma que a "cabeça de touro maudernizada" vai afastar fãs tradicionais do modelo. Vai continuar sendo "porta de acesso" à marca e moto de imagem, agora mais que nunca. 

A Slim é uma tremenda tela em branco. Vai ser a Softail preferida daqueles que querem pegar a moto já pensando em customizar, mas não como projeto, e sim como customização pra uso próprio. O perfil do comprador da Slim será muito provavelmente aquele que quer uma Softail FL (plataforma e tanque largo), mas não tá podendo bancar uma Heritage e prefere comprar uma pra equipar aos poucos (e não faz questão de alforges fixos), o que provavelmente explica porque ela também não tá vendendo quase nada (o comprador típico da Slim é o que fará uma compra planejada e tá esperando as promoções). Mas também "prevejo" projetos radicais saindo delas.

2 comentários:

Unknown disse...

Eu vejo muita gente falando mau da fatboy, q é moto de cocha e blá blá blá.. não sou cocha, comprei a minha em suaves 60 prestações e optei por esse modelo devido ao conforto em viagens. Mas minha pergunta seria porque esse preconceito com a fatboy?

wolfmann disse...

eu tive Fat Boy durante 10 anos, vendi porque estava deixando a moto encostada na garagem sem uso.

Foi um tempo que aproveitei bastante e serviu como uma bela entrada no mundo HD.

Normalmente que chama a Fat Boy de coxa são aqueles que usam a "versão feminina" da HD (as Sportsters) e querem dar o troco na brincadeira.

Esquece isso e vai curtir a sua Fat Boy.