segunda-feira, 11 de julho de 2016

Harley or Indian, that's the question

Com o esforço do dealer carioca da Indian em demonstrar os modelos da marca da Polaris (visitaram e/ou visitam praticamente todos os pontos de encontro de harleyros no Rio), o assunto desse fim de semana em duas confraternizações que participei nesse fim de semana foi exatamente esse: Indian ou Harley?

Analisando os modelos que competem entre si (Chief Classic e Fat Boy; Chief Vintage e Road King; Chieftain e Street Glide; Road Master e Limited) vemos que as HDs tem preço mais competitivo, mas um produto mais defasado tecnologicamente, embora com mais estilo.

Em termos financeiros, a Indian não consegue ter melhor preço nem mesmo nos EUA, quanto mais no Brasil onde enfrentam o problema de baixa escala de produção. A Harley-Davidson consegue colocar seu produto com preços melhores por produzir de cinco a dez vezes mais que a Indian, além de contar com uma rede de concessionários bem maior que a Indian.

Em termos de tecnologia, o Thunder Stroke 111 é um motor totalmente novo, que entrega muito torque, bastante potência sem causar tanto incomodo ao piloto com a dissipação de calor como o Twin Cam da Harley. Some-se a isso o tamanho do motor: 103 ci do Twin Cam comercializado pela HD e 111 ci do Thunder Stroke comercializado pela Indian e teremos um pacote que impressiona qualquer harleyro.

Além da motorização, as suspensões adotadas pelas Chief (mono braço com balança) e pelas Chieftain e Road Master (monobraço ajustado pneumaticamente com balança) são bem mais confortáveis que as suspensões que já conhecemos das famílias Softail e Touring da HD, sendo outro ponto muito comentado por quem faz o ride test.

Até agora, para quem não tem problemas com o bolso, a Indian vem sendo a escolha natural, mas quando o universo de consumidores aumenta, a HD começa a mostrar a fidelidade de seus proprietários. O estilo retrô da Indian não agrada a todos e muitos sequer cogitam largar suas HDs pelas novas Indian por questões meramente emocionais. 

Nesse momento é que se dividem os potenciais compradores das duas marcas: no emocional.

Eu cheguei a ter "pensamentos impuros" com uma Chieftain, mas quanto mais rodo com a CVO, menos falta sinto das suspensões macias e do motor de baixa temperatura da Chieftain. É uma questão de identidade pessoal com a moto, que impressiona sempre que a vejo: seja pela pintura, seja pelo estilo bagger mais acentuado que a Chieftain ou seja pelo morcego da HD bem mais clean que o morcego da Chieftain cheio de plásticos cromados, mas bem que a HD podia seguir o exemplo da Indian e colocar as informações de consumo e velocidade no painel das Tourings.

Já a Indian podia aprender um pouco de estilo com o infotainment da HD...

Para terminar o assunto um detalhe que muita gente está preocupada: como será o pós-venda da Indian? Será tão competitivo quanto vem sendo o pré-venda feito pelo dealer carioca?

Não posso falar pelos demais dealers da Indian por falta de contato com os mesmos, mas o dealer carioca parece que não vai deixar o nível cair. Mesmo com uma oficina pequena, eles estão aptos a atender os proprietários atuais, principalmente porque o volume de motos ainda é pequeno (e não deverá atingir o limite da oficina antes de dois anos, quando acabam as primeiras garantias). O melhor exemplo foi a rápida solução para um problema ocorrido logo no início das operações do dealer carioca, que preferiu uma solução conciliadora ao invés de discutir o caso na justiça.

Ter vontade de acertar é o melhor caminho para um bom pós-venda.

Um comentário:

Matheus disse...

I have a dream!

Um motor de ponta, a ar, torcudo e que não bebe que nem um carro.
Numa moto com mecânica simples, sem um quilo de computadores e sensores.