terça-feira, 4 de junho de 2013

"motocicleta é perigoso, Vidal"

Enquanto o trem do HOG RJ seguiu sem problemas, tanto na quinta quanto na sexta, para São Paulo e voltou sem problemas no domingo, os vários colegas que preferiram viajar fora do trem acabaram se solidarizando com os envolvidos no acidente de domingo a tarde, quando quatro HDs colidiram com dois automóveis que engavetaram por conta de chuva e pista molhada.

Não tenho como fazer juízo sobre o acidente porque não tenho informações detalhadas, apenas que houve o acidente e os colegas que vinham na estrada foram parando para prestar socorro e acompanhar as acidentadas no hospital. Graças a boa estrela de todos, tudo acabou em prejuízo material.

Escrevi em um tópico no Fórum Harley sobre um acidente com um novato, onde se creditava o acidente à pouca experiência. O acidente de ontem não envolveu calouros, mas todos com experiência na estrada e em suas motos. Acidentes acontecem, vou transcrever a minha resposta porque acho que se encaixa perfeitamente.

"Motocicleta é km rodado, não se discute. Problema são os "efeitos colaterais" de ter muitos kms rodados com a mesma motocicleta porque a tendência ao excesso de confiança aumenta bastante, principalmente porque o piloto acha que não acontece mais nada por ele pois ele "sabe o que a moto é capaz".

Todo mundo cai: tombo bobo, acidente grave ou simplesmente não agüentar o peso porque pisou em um folha solta no chão. E quando não é isso, foi porque algum infeliz achou que o carro passava no espaço deixado pela moto e vai dividir faixa entre a moto e outro carro, distraiu com o rádio, celular, filho no banco traseiro e assim por diante. São vários relatos assim. E nem comento as imprudências do dia a dia que nós mesmos fazemos porque entramos em "psycho mode" depois de se aborrecer em casa ou no trabalho.


Moto vem sendo minha companheira há mais de trinta anos e nem por isso esqueço como é perigoso (e fica cada dia mais perigoso) usá-la. Não vou desistir de pilotar, mas não dá para esquecer disso.


Treinar manobras de emergência até virar reflexo condicionado, procurar oportunidades para manter e avaliar sua pilotagem nas várias condições (até um passeio coxa do HOG serve para você se avaliar na estrada ou pegar chuva voltando para casa). 


A simples troca de capacete já traz mudanças radicais na pilotagem: para quem anda com um capacete aberto, com grande visão periférica e muito vento na cara (barulho e pedriscos) e coloca um capacete fechado limitando a visão periférica e bem mais silencioso vai perceber que andará mais rápido (perde a noção de velocidade pelo aumento do vento) e toma mais susto coma chegada de veículos ao lado (não percebe tanto o que acontece em volta porque não consegue ver como via no capacete aberto).


Motocicleta é detalhe e quanto mais se anda, mais se percebem os detalhes à sua volta e quanto mais você treina os limites, mais percebe até onde tua moto te ajuda e quando ela vai passar a te atrapalhar.


A idéia é chegar aos 90 de idade em cima de uma moto (provavelmente será um Trike ou terá marcha a ré porque o corpo mão vai agüentar o esforço), mas para isso tem de usar o que já aprendi e prestar atenção a alguma coisa que ainda preciso aprender.


Calouros caem porque não tem quem mostre onde pode a acontecer um imprevisto ou onde eles falham. Veteranos caem porque não tem humildade para receber uma crítica.


Mas todo mundo cai."


Ride safe!

4 comentários:

Moto Turismo Sem Rumo disse...

Comecei a acompanhar seu blog há pouco tempo, adquiri minha primeira HD há menos de uma semana, mas antes dela venho de uma escala: Virago 250, Shadow 600, Shadow 750 e agora uma Dyna. Com estas tive somente dois acidentes, um com a Virago no segundo dia de pilotagem e outro com a Shadow 750 após levar uma fechada de um senhor de idade. A observação que vc fez sobre o silencio ao usar o capacete fechado é bem interessante pois nunca reparei nisso. Sempre andei com capacete aberto. Meus amigos até reclamam por eu andar devagar, sempre tive o mesmo ritmo e só agora me dei conta que meu ritmo mais lento se deve ao capacete aberto, por conta do que vc citou, pedregulhos, vento, barulho, etc. Tenho 26 anos e piloto desde os 18, graças a Deus nunca me acidentei na estrada e lendo o que vc postou posso dizer que devo isso ao fato de usar capacete aberto, apesar de muitos terem preconceito por conta disso. Por mais que me critiquem por usar esse tipo de capacete, eu sempre usarei, pelo fato de aumentar a visão periférica e agora por saber que ele me limita, dando mais segurança nas viagens.
Abraço

PEN disse...

Concordo que o capacete aberto pode até dar uma dimensão mais apurada da velocidade e por consequência uma noção mais realista do potencial risco de um acidente de moto, discordo com a generalização da perda de visão periférica. Muitos capacetes fechados não devem nada para um aberto.
Decidi não usar capacete aberto e procuro manter manter um estilo seguro com velocidade comedida.
Como o Wolfmann escreveu, todo "mundo cai", e quando acontecer PREFIRO TER MINHA SEGURANÇA MAXIMIZADA.
Peço que deêm uma olhada neste link:http://dontai.com/wp/2010/05/20/motorcycle-helmet-impact-zones/
Reparem que o percentual maior de impacto é exatamente onde o capacete aberto não protege.

Anônimo disse...

Olá Wolfmann, sempre leio seus posts. por favor estude mudar as cores de fonte vs fundo de tela. Bastam 5s lendo seus textos pra vista ficar "marcada" e eu continuar vendo o texto mesmo quando estou olhando para outro lado.
Desculpe pelo feedback, mas quero continuar a ler seus posts e espero estar contribuindo para melhorá-lo

wolfmann disse...

Se refere a parte copiada? O fundo normal já foi modificado algumas vezes.

Deixei de colar formatado para evitar que haja sobreposição de fundos.