Fiz as postagens anteriores para formar o cenário atual e opinar sobre o "salseiro" de comentários e conversas que li e participei.
Prejuízo global da HDMC, troca do CEO, aumento de preços, fim da Sportster... será o fim da HDMC? Será o fim da HDMC no Brasil?
Dan Morel em seu blog e nas postagens no site Minuto Motor vê a situação da mesma forma que eu: é uma crise global, a empresa faz mudanças no seu planejamento estratégico para superar as dificuldades e busca sobreviver no cenário de incerteza.
Para o consumidor de life style a situação atual é depressiva porque o life style é produto supérfluo e sofre mais com a crise.
Para o consumidor dos modelos da marca a situação muda muito pouco porque o universo de motos rodando no mundo garante um mercado after market capaz de mantê-las rodando sem maiores problemas, desde que se arque com o custo da defasagem cambial.
Para o novo consumidor que buscava os produtos diferenciados que a marca prometia (Big Trail, naked bike, moto elétrica) o panorama é o pior possível porque o novo programa Rewire encerra com essas alternativas e valoriza o que a fábrica faz tradicionalmente, riscando as inovações prometidas (pelo menos no primeiro momento).
Para o consumidor brasileiro o cenário é cinza. Não só pelas incertezas, mas também pela novo planejamento estratégico. Não acredito que a HDMC saia do Brasil, mas acredito que vai trabalhar com uma estrutura reduzida visando elitizar ainda mais o produto para manter a lucratividade na margem de revenda ao invés de manter a lucratividade na escala de produção.
A fábrica de Manaus é um trunfo para manter a estrutura, mas a decisão de cortar as Sportsters do catálogo mostra que não devemos esperar motos abaixo de R$ 50.000,00 (a Sportster já custa isso).
Também acredito que a rede de dealers vai diminuir como parte da redução da estrutura, não só porque os contratos previam vendas em maior volume, mas também porque os custos para o dealer devem crescer com a elitização do produto.
Este mês acontece o dealers convention, que deve ser virtual. Se não for cancelado ou adiado devemos ter algumas novidades sobre os modelos que serão cortados do catálogo global conforme a promessa de Zeitz ao assumir o cargo de CEO.
Apenas para deixar registrado, o corte de 30% dos modelos envolvem 10 a 11 modelos (são 34 no catálogo global), vou fazer minha aposta no que vai sumir para 2021:30% seria equivalente a 10 modelos (a linha americana total tem 34 modelos).
Já anunciaram 3 fora do catálogo 2021:
-Deluxe
-Breakout
-FXDR
A imprensa especializada coloca na lista os modelos “repetidos” (com motorização 107 e 114), cortando os 107
-Street Glide
-Road Glide
Temos a mesma moto com nomes diferentes: Street Bob (cromada) e Softail Std (dark): aposto na Street Bob porque a Softail STD é lançamento.
Para completar os 10 modelos podem parar de vez com as Sportsters: Iron 883 e 1200, Roadster e 48.
E tirar a família Sportster do catálogo pode ser provisório porque já apareceu uma patente de um novo motor com comando variável de válvulas, que pode ser o sucessor do motor Evolution dando origem a uma nova família Sportster.
Um comentário:
Boa análise.
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