quinta-feira, 5 de setembro de 2013

a caminho do 110th Experience: Black Hills

Outra ligação entre os parques de Yellowstone e Black Hills que o planejamento da viagem marcava nova divisão em dois dias: o primeiro com 390 milhas até Sheridan (Wyoming) com pernoite em um BW e o segundo com um pouco menos (270 milhas) até Rapid City (South Dakota) para passar duas noites, também em BW.

A rodagem do primeiro dia foi praticamente em auto estrada contornando Yellowstone: primeira parte em uma highway de pista simples com mão e contra-mão e a segunda parte em highway de pista dupla e sentido único. Piso bom, curvas apenas no início do dia, velocidade de cruzeiro alta (limites entre 65 e 75 mph) e muito frio pela manhã (termômetros das motos chegaram a marcar 40 F, perto de 5 C).

Paramos no dealer HD Beartooth em Billings (Montana), onde vi os primeiros modelos 2014 ao vivo. Não gostei da Fat Bob, a Wide Glide é uma moto que faria sucesso no Brasil (principalmente com a saída da Blackline), o Rushmore Project - novidade das Tourings - deixou a Ultra e a Street Glide com uma cara mais moderna, acerto da HDMC. Os novos morcegões foram melhorados aerodinamicamente e ganharam uma abertura para ventilação que parece direcionar o ar para a cabeça do piloto. O tourpack também foi modificado, me dando a impressão de estar maior. Alforges seguem iguais.

Não vi os novos motores, exclusivos das Ultras Limited. Pena.

Em compensação achei o sensor que faltava para a Fat.

A loja é grande e tem representação da Eagle Rider que permitiu a troca do pneu dianteiro na moto do Alexandre Marinho, já bem desgastado. Aliás a Eagle Rider também foi acionada para um defeito na moto do Carmelo: o regulador apresentou defeito na estrada e ele conseguiu que o dealer de Yellowstone rebocasse e fizesse o serviço, com o endosso da empresa. "So far, so good" para a BBT e a Eagle Rider.

No caminho passamos por Little Bighorn (Montana), local onde o 7º Regimento de Cavalaria EUA foi dizimado graças à arrogância do general Custer, que decidiu encarar uma desvantagem numérica de 10 para 1 e enfrentar Crazy Horse e 3000 índios. Até hoje o 7º de Cavalaria é estigmatizado dentro do US Army por essa batalha perdida.

Sheridan (Wyoming) é uma cidade pequena, basicamente servindo como ponto de alojamento para visitantes (vários hotéis na Main Street) e que acrescentou pouco à viagem, exceto uma boa cama. Acontecia um Rodeio na cidade, mas ninguém se animou a ir ver a festa.

No dia seguinte aturamos uma estrada mónotona até Rapid City (South Dakota), sempre em auto estrada de limites de velocidade altos, muitas retas e poucas curvas: muito bom para usar o cruise control. Chegamos e nos alojamos no BW, jantar em um Shopping perto do hotel que tinha várias opções de restaurantes: Red Lobster, Olive Garden e Outback.

Manhã seguinte começou com algum atraso: algumas motos tiveram problemas e foram levadas ao dealer HD em Rapid City para reparos, deixando alguns a pé. Solução foi alugar um outro carro para fazer os passeios. Eu estava com GPS e saímos antes que todos estivessem de volta para aproveitar o dia, conosco seguiram o PJ, Vonzodas e Willie, todos agregados por mim já que os conheço de São Paulo.

Visitamos o memorial Rushmore, onde estão esculpidos os quatro grandes presidentes dos primeiros 150 anos da república americana: Washington, Jefferson, Lincoln e Roosevelt.

Em seguida descemos para Deadwood, Sturgis, Hill City e memorial Crazy Horse onde está sendo esculpida no morro um estátua de Crazy Horse em seu cavalo. Em relação às esculturas dos presidentes, Crazy Horse será cerca de dez vezes maior. Em construção desde 1948, ainda está longe do final.

Sturgis ainda tinha vestígios do Rally acontecido no início do mês, onde a Indian apresentou seus três modelos. É uma cidade pequena, com uma avenida principal, muitos bares e hotéis menores. O dealer HD é grande e com muita coisa. Silvana fez a festa.

Já Deadwood tem mais vida turística, principalmente a Main Street com seus bares tradicionais, preservados como ainda estivesse no século XIX. Foi lá que aconteceu o assassinato de Wild Bill Hickok (correção feita pelo Tulio Dantas, leitor e colega forista do Fórum Harley. Valeu, Túlio!) e existe um marco lembrando isso. Cidade de velho oeste, com vários museus lembrando isso. Existe um dealer HD que é apenas uma boutique.

Hill City é a menor das três, com apenas uma rua e a atração principal é o dealer HD, também apenas boutique.

Durante o Rally de Sturgis (primeira semana de agosto), essas três cidades ficam recheadas de HDs, rodando entre elas.

Wyoming e South Dakota parecem se incomodar menos com o ruído dos escapes esportivos e já ouço o ruído que estamos acostumados no Rio.

Ligação entre Rapid City e Black Hills foi feita em auto estrada, mas a maior parte do passeio foi feita em estrada por dentro das cidades e parques, com velocidade menor e várias curvas completando um trajeto de quase 150 milhas.

Nesse passeio experimentei a Ultra Electra Glide que estava com o Alexandre Marinho: por melhor que seja a moto, não é meu número. Senti falta do vento na cara: por conta do morcegão e das perneiras, o vento apenas turbilhona em volta sem bater no piloto. Não é isso que eu penso como pilotar uma motocicleta.

Some a isso a falta da visão próxima (só tinha visão cerca de dois metros a frente) e a sensação de estar fechado em compartimento fica completa.

Sei que muito se acostumam, mas encarar uma Electra só acontece se a Silvana quiser voltar a andar de moto.

Em termos de pilotagem,  a Electra é uma moto muito dócil rodando. Saindo da imobilidade requer atenção e força para colocar os quase 400 quilos em pé. Muito confortável, tanto para o piloto quanto para o garupa e se comportou muito bem nas curvas de Black Hills. A gente precisa acostumar com o maior número de informações que o painel fornece e a comodidade da eletrônica e conjunto de som.

A Ultra é mais alta que a Electra (andei nas duas nesta viagem), mas a ergonomia não precisa de grandes ajustes (wind shield mais baixo, talvez o da Street Glide, e um banco mais cavado devem deixar a moto "no jeito"). A Electra "vestiu" melhor, bastando um windshield mais baixo.

Também experimentei a Street Glide: o vento dança menos em minha volta e com o windshield mais baixo a cabeça balança mais já que o vento se concentra no capacete ao invés de bater no corpo todo por conta do morcegão. Esse balanço da cabeça incomoda. Das três é a que menos esquenta, mas continuo perdendo a visão próxima.

O motor TC 103 responde bem, mas esquenta mais que o da Fat. Mesmo rodando sentia o calor sendo dissipado no tanque de óleo. Parado em cruzamento ou sinal, sentia a batata da perna esquentar quando encostava na tampa da primária, fato que não acontece na Fat. De toda forma atende bem os objetivos de rodar muitos quilômetros.

Boas motos, mas como disse antes, não é meu  número, principalmente a Ultra. Realmente estou na turma do "menos é mais".

Até este momento, já ultrapassamos a marca de 2.000 milhas rodadas, e ainda falta chão até Milwaukee.

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