terça-feira, 31 de janeiro de 2017

SMB 2017: ecos do salão

Encerrou no domingo 29/01 o Salão Moto Brasil.

Esse evento vem crescendo na aceitação do público (ainda abaixo do esperado) e dos expositores.

Este ano comprei o ingresso, mas acabei não indo por conta de compromissos.

Esse ano contou com a participação de dealers de quase todas as marcas (exceção feita a Triumph) e mais uma edição do evento promovido pelo Lord of Motors: o Bike & Art Show.

No Bike & Art Show customizadores de todo o país se reúnem para mostrar seus trabalhos e na votação popular ganhou o Fazzi, de Niterói. Na votação entre os customizadores Celio Dobrucki e Eric da Red Lag Garage empataram.

Em que se pese a época do ano (janeiro, onde as novidades já são todas conhecidas), o SMB vai se tornando um evento marcante no calendário nacional.

Sucesso e parabéns aos organizadores.


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

afinal, o que é um evento?

Já é notório o caso do Bodes do Asfalto que foi multado no Ceará sob a alegação de que estaria organizando um evento em rodovia federal sem a devida autorização, em infração ao art. 174 do CTB.

Segundo Tulio Dantas, membro do MC e amigo meu de BSB, não havia qualquer tipo de evento, mas sim um deslocamento do MC.

Ora, esse tipo de deslocamento é comum nos MCs, que marcam seus passeios para confraternizar ou fazer os passeios mandatórios das atividades dos mesmos. O próprio HOG organiza esses passeios semanalmente.

Essa novidade veio trazer insegurança a quem viaja em grupo, pois não havia uma definição do que seria um evento em estrada federal, deixando a cargo da autoridade policial definir, conforme a ocasião, o que seria um evento e impossibilitando que se viaje em grupo como já é uma prática usual entre os adeptos do moto-turismo.

Depois de muitas postagens, comentários e posicionamentos defendendo o deslocamento em grupo, a PRF soltou nota técnica endereçada aos policiais encarregados de fiscalização de transito para evitar múltiplas interpretações do que seria um evento em estrada.

A nota técnica 1/2017/DFTT/CGO pode ser acessada no site da PRF e não pretendo copiar a mesma na postagem, mas sim destacar alguns pontos que merecem maior esclarecimento da parte da PRF, apesar de entender que a nota técnica representa um avanço em relação à situação anterior onde nada era definido.

Inicialmente a nota técnica destina-se a criar base para evitar que a circulação da estrada seja perturbada por um evento e uniformizar a fiscalização desse tipo de evento (ítens 3.1 e 3.4 da NT).

Dentro dessa orientação a PRF, na falta de legislação complementar do Denatran, estabeleceu dois critérios (ítem 3.6 inciso I) cumulativos para que seja considerado um evento: causar problemas de circulação na rodovia e organização prévia visando um objetivo comum.

É sempre bom frisar que o ítem 3.6 inciso III afirma que o mero deslocamento de grupo de motociclistas ou ciclistas respeitando as normas e conduta especificadas no CTB NÃO constitui infração ao art. 174 do CTB, mesmo que o grupo esteja se deslocando em formação.

Outro ponto a frisar é que essa NT deve ser observada por todos os PRFs em serviço, conforme o ítem 4.1.

Se você for observar bem a NT, vai ver que a fiscalização não pode supor que houve uma organização para atingir um destino ou que o trem atrapalhe o transito, coisa fácil no deslocamento de qualquer trem com mais de dez motos, uma vez que o mero deslocamento não é motivo para autuar o trem.

Por outro lado um trem que não dá passagem, trafegando durante todo o trajeto na faixa da esquerda, ou que ostensivamente entra em conflito com outros usuários da estrada para não permitir que o trem seja "invadido" não estará em conformidade com as normas e condutas previstas no CTB e vai permitir ao policial autuar pelo artigo 174.

São os dois lados da moeda: nem o grupo tem todos os direitos sem nenhum dever e nem a autoridade policial pode autuar a seu bel prazer.

Espero que essa ocorrência no Ceará, que nos trouxe essa NT, seja um marco para que possamos usar as estradas com mais segurança. 

De nada vale uma viagem em grupo, onde cada membro se conduz de maneira individual. Do mesmo modo de nada vale uma viagem em grupo onde o grupo vai causando problemas ao longo da estrada.
É preciso cada vez mais se conscientizar de que viajar em grupo traz segurança ao grupo que assume a postura onde cada um se preocupa com o companheiro: seja não perdendo o companheiro de trás de vista ou seja evitando quebrar a formação, mantendo sempre as normas de conduta que são conhecidas de todos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Resumo da quinzena

Janeiro, mês de férias e praia.... para quem pode.... eu sigo na batalha rotineira.

Com pouca coisa acontecendo vamos fazer um resumo dos fatos de janeiro.

Para começar temos o Salão Moto Brasil 2017 acontecendo no fim do mês. Vai de 26 a 29/1 no Rio Centro com estacionamento para motos e triciclos liberado. Você pode encontrar ingressos na Indian Rio, na Rio HD e pela internet. O Lord vem fazendo divulgação e é visita obrigatória o stand do Lord of Motors e as motos customizadas, que traz mestres da customização divulgando seus trabalhos.

Outra notícia bomba foi a decisão da Polaris de encerrar a marca Victory. Wilson Roque fez uma postagem em seu blog (leia aqui), Dan Morel comentou sobre o assunto na time line dele e houve muita especulação sobre o assunto.

Meu ponto de vista é que a Victory perdeu seu lugar para a Indian: em 1998 (ano da fundação da Victory) a Polaris ainda não tinha a Indian no seu horizonte e tomou a decisão de implementar uma marca para entrar no segmento custom americano.

Assumindo a Indian em 2013, a Polaris ficou com duas marcas, a Indian em crescimento e a Victory estagnada, com a mesma tecnologia. Como qualquer empreendedor sabe, melhor concentrar esforços em quem pode crescer, e a Victory morreu. Chegaram a comentar sobre os motivos que levaram a Polaris a não vender a marca Victory, mas no meu ponto de vista seria dar vinte anos de investimento em buscar um lugar no mercado a um investidor que provavelmente não atribuiria valor a esse investimento.

Nisso, a centenária Indian reforça seu lugar ao sol e podemos esperar que a produção seja reforçada para suprir a demanda.

Aqui no Rio, a Indian Rio segue a todo vapor e inaugura o ponto de encontro para happy hour, na própria revenda com direito a food truck e rock, nesta quarta-feira 18/1 a partir das 19h. Passarei lá para ver o movimento, mas a turma do cacique já tem onde se reunir durante a semana.

E para terminar, Wilson Roque pode testar as novas Limited e Street Glide Special com o motor M8 e as novas suspensões. Ele aponta os pontos positivos e negativos e de uma maneira geral, aprovou os dois modelos e, principalmente, aprovou o M8.... Pensamentos malignos para a CVO neste ano.....

Leia sobre a Limited aqui e sobre a Street Glide Special aqui.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

balanço de 2016: comparando a Fat e a CVO

Acabou 2016: vendi a Fat e estou rodando de Street Glide.

Esse resumo diz muita coisa, mas vale o balanço entre as duas motos. Em 2016 foram cerca de 6000 kms rodados, divididos entre as duas motos.

Enquanto iniciava o aprendizado com a SG, convivi bem entre as duas motos, mas conforme a experiência ia aumentando, a Fat foi ficando encostada até decidir pela venda ao ver a moto parada na garagem por duas semanas, sendo forçado a usá-la para mantê-la em condições de rodagem.

Esse foi o principal motivo da venda da moto: a forma como a SG demonstrou ser interessante de usar, mesmo com o perfil de uso urbano que aconteceu em 2016.

A diferença de tecnologia entre as duas motos é marcante, principalmente no quesito freios onde o ABS reflex da SG, aliado ao disco duplo dianteiro e as linhas de freio em aeroquip (que adotei na Fat) fazem uma diferença grande na eficiência da frenagem, deixando a SG bem mais segura para o uso.

A tecnologia da SG também se mostra bem interessante em termos de motor: o TC110SE é um motor muito mais acertado que o TC88. O EIMTS (desligar o cilindro traseiro), o closed loop e o mapa SE junto com o Stage I original deixam a moto muito redonda (senti grande diferença quando foi trocado o sensor O2 que estava defeituoso e não havia percebido até a msg de erro aparecer pois a Fat não contava com sensor O2) me fazendo inclusive repensar a necessidade de remapear. Talvez um ajuste na mistura para compensar o excesso de alcool que nosso combustível tem, mas até o momento tem se mostrado bem acertado, principalmente após a troca do sensor de O2. Ponto a ser decidido em 2017.

Outra diferença marcante entre as duas motos foi o quadro. Enquanto o quadro softail da Fat se mostra neutro, o quadro touring da SG mostra qualidades que permitem uma condução muito mais tranquila no momento de decidir a trajetória em curvas, permitindo menor angulação e correção dentro das curvas.

Um ponto que gostei bastante foi o infotainment: o som tem boa potência, o GPS (muito criticado por proprietários) não me deixou na mão até agora e o bluetooth funciona muito bem, o que me permite deixar o Ipod na mochila, dentro do alforge, sem precisar fazer a ligação por cabo (na entrada USB tenho um pen drive).

Outra coisa que me acostumei facilmente foi a facilidade dos alforges: nada melhor que deixar de carregar mochila ou amarrar a mesma no banco para não ter que carregar. É chegar, abrir e guardar.

Mas nem tudo é positivo. A SG tem maior peso, maior inércia, exige mais do momento da saída até o momento da "recolha do trem de pouso", quando os pés sobem para a plataforma.

Do mesmo jeito, exige mais cuidados na hora de estacionar (empurrar a SG montado é tarefa bastante exigente).

E a embreagem hidráulica é capítulo à parte nessa comparação. Enquanto a Fat tinha uma embreagem muito macia (contava com o auxílio do easy boy), a embreagem da SG se mostra muito dura e cobra muito no momento de fazer "meia-embreagem". É preciso reaprender a dosar a embreagem para não acabar com com as mãos doloridas.

No quesito consumo, a SG se mostra menos econômica: 10,5 km/l na cidade contra 13 km/l da Fat Boy e 18 km/l na estrada contra 20 km/l da Fat Boy. Culpa do motor maior (TC110SE contra o TC88).

Sobre a performance, posso dizer que para o meu perfil de uso tanto uma quanto a outra satisfazem plenamente, apenas a SG se mostra mais divertida. Falta um escape mais sonoro.

No uso urbano a Fat leva vantagem. Pelo menor peso e quadro mais neutro, a Fat aceita melhor rodar no corredor, manobra com mais facilidade e fica mais ágil na mudança de um corredor para o outro. A SG é mais comprida e mais pesada e acaba prendendo mais na hora que você quer fazer uma manobra, mas tudo é prática: hoje em dia tenho muito mais agilidade que tinha quando comecei o aprendizado.

Sobre o conforto: a suspensão traseira da SG não é a suspensão traseira tradicional das tourings e isso tem um preço: por ser mais esportiva, é mais dura e copia mais as irregularidades do piso enquanto a suspensão softail, mesmo não sendo um "cadillac", absorve mais essas imperfeições. Com a SG você vai procurando escapar dos buracos, coisa que nem sempre se faz com a Fat.

O morcegão é outro capítulo a parte: eu acabei me habituando, mas continuo não gostando. Gosto de ver a roda dianteira, coisa que o morcegão não deixa, mas em compensação as perneiras e a carenagem frontal protegem da chuva e do vento, coisa que a frente limpa não permite.

Resumindo: gostei dos dez anos de Fat Boy, mas não deixou saudades. Já o relacionamento com a SG se mostra interessante, mas não consigo dizer que é uma moto definitiva, apesar de ser bem superior à Fat.

E entre uma regulagem do mapa em dinamômetro e ponteiras novas, vamos ver o que 2017 traz para a SG CVO.