Não é novidade que moto parada é convite para defeito, por isso no sábado passado sai com as duas motos que já estavam paradas há dez dias.
Embora ainda não tenha liberação médica (o médico apelou para o bom senso e evitar extravagâncias), aproveitei o dia de menor trânsito e rodei 50 kms com cada uma.
Comecei pela CVO: ligou sem problemas. A moto é realmente uma delícia para se rodar sem trânsito. Rodei sem qualquer tipo de problema. Retornei à garagem.
Sai em seguida com a Fat: ligou também sem problemas (ainda bem, pois a bateria é nova). Estranhei bastante rodar com a Fat nos primeiros quilomêtros, avalio em pelo menos dez minutos tensos por reações muito diferentes das reações da CVO. Após esse início tenso, fui me acostumando novamente e terminei o trajeto mais confortável.
Foi a primeira vez que fiz essa troca em sequencia, sem dar tempo aos reflexos de fazerem a aclimatação, esquecendo uma moto para lembrar da outra, e deu para perceber como as duas motos são diferentes em tudo: frenagem, aceleração, ciclística e pilotagem.
Enquanto a CVO é uma moto fácil de conduzir (depois que se acostuma com o morcego), a Fat é uma moto que exige mais força para entra na curva: aros e ângulo de cáster fazem uma enorme diferença nesse quesito.
Mesmo que o motor da CVO não fosse tão evoluído em relação ao antigo TC88 da Fat, ainda assim a melhor ciclística da família Touring garante a pilotagem mais segura e mais divertida.
E não dá para comparar a frenagem das duas motos: a Fat te faz iniciar a frenagem com mais tempo, negociando as reduzidas em conjunto com o freio traseiro para que o freio dianteiro só se responsabilize pela parada final. Coisa que na CVO você nem precisa se preocupar: o ABS Reflex para a moto no local que você pretende sem grandes negociações: basta apertar o manete que a parada acontece.
Por outro lado recomendo a quem tiver realmente interesse em saber como frear com segurança que faça um estágio em uma moto grande sem ABS: é importante adquirir essa técnica de negociação. Eu mantenho o mesmo estilo da Fat na CVO e faz diferença na suavidade da frenagem.
Eu realmente não devia ter feito isso: perceber a evolução entre as duas motos fez com que o processo de desapego comece.