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sexta-feira, 30 de junho de 2017

o que esperar de um evento

Fim da Bike Fest em Tiradentes e novamente ouvi muitas críticas sobre o excesso de participantes, dificuldades em bares, bandas fracas, além das já tradicionais queixas sobre valores majorados pela hotelaria e bares para aproveitar a oportunidade.

Em seguida vem a tona a insatisfação de um MC, tradicional organizador do evento em Cabo Frio- RJ, por ter a verba pública destinada ao evento cortada e logo em seguida aparece um segundo MC para realizar o mesmo evento com soluções alternativas.

E para terminar a semana vem a comunicação de um dos grupos que frequento de que não participaria do evento realizado em via pública na orla turística de Niterói em virtude dos organizadores (que também houve uma divisão entre eles) começar a cobrar pelo uso do espaço destinado ao grupo, coisa que nunca havia sido feita.

Três eventos, três acontecimentos comuns, três assuntos que rendem muita polêmica.

Eventos grandes realizados em cidades pequenas, como Tiradentes e Penedo, costumam ter sempre uma grande frequentação e costumam ser fonte de renda extra para hotéis e restaurantes: fato notório.
Assim como falhas rotineiras da parte da organização (normalmente para acomodar alguma restrição ou "política") também são esperadas. Tanto é assim que somente os anônimos acabam frequentando o espaço destinado ao evento. Aqueles grupos assíduos, que usam o evento apenas como pretexto para um encontro, normalmente promovem "eventos" particulares onde apenas os convidados participam (e esses costumam ser o principal tema da conversa quando se comenta sobre o evento principal).

Outro assunto relacionado a participar dos eventos é quem organiza o evento.

Muitos amigos sequer se movimentam para participar de um evento se a organização muda ou se algo muda na organização, como é o caso de Cabo Frio e Niterói. Um evento conta com a tradição da realização para se firmar no calendário. Se a organização não entende isso, normalmente o evento fracassa. Esse foi um dos motivos da HDMC modificar o formato do HOG Rally de dois dias para o tradicional formato de três dias.

Tanto Cabo Frio quanto Niterói devem ter uma renovação entre os participantes pois já ouvi várias desistências em participar dos eventos. Isso não significa um fracasso, pois dependerá da renovação dos interessados em participar do evento, mas com certeza vai representar uma arrecadação menor para os organizadores.

Um evento motociclístico segue basicamente o mesmo formato: expositores, palco com bandas e bar, portanto esperar algo além disso é exagerar nas expectativas.

O bom evento se caracteriza por bons expositores: montadoras e customizadores conhecidos são os melhores chamarizes. Melhor ainda se tiver uma atração musical conhecida.

A HDMC sempre faz um evento monomarca, que para os fãs da marca é ótimo pois os participantes tem todos o mesmo interesse e a troca de experiências acaba acontecendo.

Mas ultimamente os bons eventos tem sido poucos e o que se encontra é sempre "mais do mesmo", coisa que vem me desmotivando a comparecer a eventos, exceção feita quando sei que vou encontrar amigos no evento porque aí qualquer coisa é motivo de festa.

Portanto, se você está começando nas duas rodas e nunca foi a algum evento, compareça. Nem que seja para saber como é e decidir que não volta ou que poder fazer uma triagem entre os vários eventos que aparecem no calendário.

Dê preferência aos eventos que a maior parte dos seus amigos diz que vai comparecer para não ficar se sentindo como um peixe fora da água.

Curta a estrada para ir e voltar do evento, essa é a melhor parte dos eventos na minha opinião.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

balanço de 2016: comparando a Fat e a CVO

Acabou 2016: vendi a Fat e estou rodando de Street Glide.

Esse resumo diz muita coisa, mas vale o balanço entre as duas motos. Em 2016 foram cerca de 6000 kms rodados, divididos entre as duas motos.

Enquanto iniciava o aprendizado com a SG, convivi bem entre as duas motos, mas conforme a experiência ia aumentando, a Fat foi ficando encostada até decidir pela venda ao ver a moto parada na garagem por duas semanas, sendo forçado a usá-la para mantê-la em condições de rodagem.

Esse foi o principal motivo da venda da moto: a forma como a SG demonstrou ser interessante de usar, mesmo com o perfil de uso urbano que aconteceu em 2016.

A diferença de tecnologia entre as duas motos é marcante, principalmente no quesito freios onde o ABS reflex da SG, aliado ao disco duplo dianteiro e as linhas de freio em aeroquip (que adotei na Fat) fazem uma diferença grande na eficiência da frenagem, deixando a SG bem mais segura para o uso.

A tecnologia da SG também se mostra bem interessante em termos de motor: o TC110SE é um motor muito mais acertado que o TC88. O EIMTS (desligar o cilindro traseiro), o closed loop e o mapa SE junto com o Stage I original deixam a moto muito redonda (senti grande diferença quando foi trocado o sensor O2 que estava defeituoso e não havia percebido até a msg de erro aparecer pois a Fat não contava com sensor O2) me fazendo inclusive repensar a necessidade de remapear. Talvez um ajuste na mistura para compensar o excesso de alcool que nosso combustível tem, mas até o momento tem se mostrado bem acertado, principalmente após a troca do sensor de O2. Ponto a ser decidido em 2017.

Outra diferença marcante entre as duas motos foi o quadro. Enquanto o quadro softail da Fat se mostra neutro, o quadro touring da SG mostra qualidades que permitem uma condução muito mais tranquila no momento de decidir a trajetória em curvas, permitindo menor angulação e correção dentro das curvas.

Um ponto que gostei bastante foi o infotainment: o som tem boa potência, o GPS (muito criticado por proprietários) não me deixou na mão até agora e o bluetooth funciona muito bem, o que me permite deixar o Ipod na mochila, dentro do alforge, sem precisar fazer a ligação por cabo (na entrada USB tenho um pen drive).

Outra coisa que me acostumei facilmente foi a facilidade dos alforges: nada melhor que deixar de carregar mochila ou amarrar a mesma no banco para não ter que carregar. É chegar, abrir e guardar.

Mas nem tudo é positivo. A SG tem maior peso, maior inércia, exige mais do momento da saída até o momento da "recolha do trem de pouso", quando os pés sobem para a plataforma.

Do mesmo jeito, exige mais cuidados na hora de estacionar (empurrar a SG montado é tarefa bastante exigente).

E a embreagem hidráulica é capítulo à parte nessa comparação. Enquanto a Fat tinha uma embreagem muito macia (contava com o auxílio do easy boy), a embreagem da SG se mostra muito dura e cobra muito no momento de fazer "meia-embreagem". É preciso reaprender a dosar a embreagem para não acabar com com as mãos doloridas.

No quesito consumo, a SG se mostra menos econômica: 10,5 km/l na cidade contra 13 km/l da Fat Boy e 18 km/l na estrada contra 20 km/l da Fat Boy. Culpa do motor maior (TC110SE contra o TC88).

Sobre a performance, posso dizer que para o meu perfil de uso tanto uma quanto a outra satisfazem plenamente, apenas a SG se mostra mais divertida. Falta um escape mais sonoro.

No uso urbano a Fat leva vantagem. Pelo menor peso e quadro mais neutro, a Fat aceita melhor rodar no corredor, manobra com mais facilidade e fica mais ágil na mudança de um corredor para o outro. A SG é mais comprida e mais pesada e acaba prendendo mais na hora que você quer fazer uma manobra, mas tudo é prática: hoje em dia tenho muito mais agilidade que tinha quando comecei o aprendizado.

Sobre o conforto: a suspensão traseira da SG não é a suspensão traseira tradicional das tourings e isso tem um preço: por ser mais esportiva, é mais dura e copia mais as irregularidades do piso enquanto a suspensão softail, mesmo não sendo um "cadillac", absorve mais essas imperfeições. Com a SG você vai procurando escapar dos buracos, coisa que nem sempre se faz com a Fat.

O morcegão é outro capítulo a parte: eu acabei me habituando, mas continuo não gostando. Gosto de ver a roda dianteira, coisa que o morcegão não deixa, mas em compensação as perneiras e a carenagem frontal protegem da chuva e do vento, coisa que a frente limpa não permite.

Resumindo: gostei dos dez anos de Fat Boy, mas não deixou saudades. Já o relacionamento com a SG se mostra interessante, mas não consigo dizer que é uma moto definitiva, apesar de ser bem superior à Fat.

E entre uma regulagem do mapa em dinamômetro e ponteiras novas, vamos ver o que 2017 traz para a SG CVO.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Fat Boy e Street Glide CVO: andando em sequencia e percebendo a evolução

Não é novidade que moto parada é convite para defeito, por isso no sábado passado sai com as duas motos que já estavam paradas há dez dias.

Embora ainda não tenha liberação médica (o médico apelou para o bom senso e evitar extravagâncias), aproveitei o dia de menor trânsito e rodei 50 kms com cada uma.

Comecei pela CVO: ligou sem problemas. A moto é realmente uma delícia para se rodar sem trânsito. Rodei sem qualquer tipo de problema. Retornei à garagem.

Sai em seguida com a Fat: ligou também sem problemas (ainda bem, pois a bateria é nova). Estranhei bastante rodar com a Fat nos primeiros quilomêtros, avalio em pelo menos dez minutos tensos por reações muito diferentes das reações da CVO. Após esse início tenso, fui me acostumando novamente e terminei o trajeto mais confortável.

Foi a primeira vez que fiz essa troca em sequencia, sem dar tempo aos reflexos de fazerem a aclimatação, esquecendo uma moto para lembrar da outra, e deu para perceber como as duas motos são diferentes em tudo: frenagem, aceleração, ciclística e pilotagem. 

Enquanto a CVO é uma moto fácil de conduzir (depois que se acostuma com o morcego), a Fat é uma moto que exige mais força para entra na curva: aros e ângulo de cáster fazem uma enorme diferença nesse quesito.

Mesmo que o motor da CVO não fosse tão evoluído em relação ao antigo TC88 da Fat, ainda assim a melhor ciclística da família Touring garante a pilotagem mais segura e mais divertida.

E não dá para comparar a frenagem das duas motos: a Fat te faz iniciar a frenagem com mais tempo, negociando as reduzidas em conjunto com o freio traseiro para que o freio dianteiro só se responsabilize pela parada final. Coisa que na CVO você nem precisa se preocupar: o ABS Reflex para a moto no local que você pretende sem grandes negociações: basta apertar o manete que a parada acontece.

Por outro lado recomendo a quem tiver realmente interesse em saber como frear com segurança que faça um estágio em uma moto grande sem ABS: é importante adquirir essa técnica de negociação. Eu mantenho o mesmo estilo da Fat na CVO e faz diferença na suavidade da frenagem.

Eu realmente não devia ter feito isso: perceber a evolução entre as duas motos fez com que o processo de desapego comece.


terça-feira, 7 de julho de 2015

antigos ditados

O Bayer compilou em um post no seu blog vários ditados sobre motos e motoqueiros/motociclistas (para ninguém ficar de fora).

Vale a leitura para ver onde você se encaixa: http://olddogcycles.com/2015/06/antigos-ditados-de-moto.html

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

a polêmica entre fãs do SoA e MCs

Pois é: surgiu uma situação entre os fãs cosplay do SoA e membros de MCs por conta do colete vendido como souvenir da série e que alguns tem usado como forma de se identificar como fã da série se sentindo o próprio "wanabe" SoA.

Enquanto muitos defendem o uso do colete fechado do SoA fazendo uma comparação com camisetas de bandas de rock, membros de MCs alegam ser desrepeitoso o uso de um colete fechado por quem não fez por onde.

Já deixei clara a minha posição em pertencer a um MC: não tenho perfil para ser membro de MC, o que não me impede de ver o conflito com a visão de quem se interessa pela cultura do mundo de duas rodas, coisa que parece difícil de ser vista com quem não quer se interessar pelo que acontece fora do mundo do life style do marketing que envolve esse universo tão atraente para quem olha de fora.

Ou não entendem ou preferem confundir para não entender.

Já vi vários "MC"s nascerem pelo desejo de usar o colete fechado. E já vi esses mesmos "MC"s morrerem por não entenderem o que significa usar um colete fechado. Mais do que usar um colete do SoA por ser um fã, é preciso entender o que significa usar um colete fechado.

O souvenir da série que é vendido na web, se realmente fosse uma simples questão de marketing de uma série de ficção teria o cuidado de evitar a venda do colete fechado nem que fosse para valorizar o conteúdo da série: a vida de clube 1%.

O descompromisso com o significado já desmerece esse marketing mal (valeu Tovar!) feito.

Mesmo não pertencendo a MC, entendo e conheço o comprometimento que cada membro tem com o clube e isso está representado no colete fechado. O uso desse souvenir representa para cada membro de MC um desrespeito a esse comprometimento, que para muitos é razão para acordar diariamente.

O fã da série pode até não conhecer o significado de um colete fechado, mas se é realmente um fã dos MCs e por isso se tornou fã da série vai procurar saber como não desrespeitar os MCs que tanto diz admirar.

O problema é o "malvadão de fim de semana" com hora para voltar para casa e que não passa muito da "esquina onde todos se reúnem" que quer usar a desculpa de ser fã para usar um colete fechado.

Essa é a questão que incomoda os membros de MCs quando encontram um colete do SoA na rua.

sábado, 2 de novembro de 2013

Biker´s Creed

Existe um código não escrito que faz parte do mundo das duas rodas desde que eu comecei a andar em cima delas, e provavelmente muito antes disso.

Aparecia em conversas com colegas mais antigos, um grande amigo me explicou boa parte da filosofia e já li em alguns blogs e sites americanos artigos sobre essa filosofia de vida.

Digo filosofia porque é muito mais um código de conduta, é uma forma de conhecer as pessoas.

Não é preciso treino e nem decorar nada, é intuitivo.

O Bayer fez uma tradução muito boa desse código (http://olddogcycles.com/2013/10/a-doutrina-dos-motoqueiros.html) e, em tempos onde o Life Style atropela as pessoas com promessas de que tudo pode mudar conforme a moda do momento, vale a pena divulgar:

A DOUTRINA DOS MOTOQUEIROS
Eu piloto porque é divertido.
Eu piloto porque gosto da liberdade que sinto ao estar exposto aos elementos, e ao perigo que faz parte do ato de pilotar.
Eu não piloto porque é fashion e está na moda.
Eu piloto a minha máquina, mas não a visto como uma roupa. Minha moto não é um símbolo de status. Ela existe apenas para mim, e para mim somente.
Minha máquina não é um brinquedo. É uma extensão do meu ser, e eu vou tratá-la de acordo, com o mesmo respeito que eu tenho por mim mesmo.
Eu me empenho em tentar entender o funcionamento da minha máquina, do item mais simples ao mais complexo. Eu vou aprender tudo o que puder sobre a minha máquina, para que eu não precise contar com ninguém mais além de mim para manter sua saúde e bem-estar.
Eu me esforço para melhorar constantemente o controle sobre a minha máquina. Irei aprender os seus limites para que possamos nos tornar um só, e assim manter nós dois vivos na estrada. Eu sou o mestre, ela é a serviçal. Trabalhando juntos em harmonia, seremos um time invencível.
Eu não irei temer a morte. Mas irei fazer todo o possível para evitar uma morte prematura. Medo é o inimigo, não a morte. Medo na estrada leva à morte, é por isso que não deixarei o medo me dominar. Eu irei dominá-lo.
Minhas máquinas viverão mais do que eu, elas serão meu legado. Eu cuidarei delas para que futuros motoqueiros possam estimá-las como eu as estimei um dia, sejam eles quem forem.
Eu não irei pilotar para ganhar atenção, respeito ou medo daqueles que não pilotam. Nem desejo intimida-los ou perturba-los. Para aqueles que não me conhecem, tudo o que eu desejo é que eles me ignorem. Para aqueles que querem me conhecer, eu vou compartilhar a verdade sobre mim, para que eles possam me entender e não temer outros como eu.
Eu nunca serei o agressor na estrada. No entanto, se provocado, irei lidar com a provocação de acordo.
Eu mostrarei meu respeito com os motoqueiros mais velhos ou com mais conhecimento do que eu. E tentarei aprender com eles o máximo que puder. No entanto, se o meu respeito não for apreciado ou correspondido, ele irá acabar.
Eu não serei desrespeitoso com outros motoqueiros menos experientes ou com menos conhecimento do que eu. Irei ensinar para eles o que puder. No entanto, se eles forem desrespeitosos comigo, levarão uns tapas.
Será minha tarefa ser o mentor de novos pilotos, se assim eles quiserem, para que a nossa espécie continue. Eu irei instruí-los, assim como fui instruído por aqueles antes de mim. Eu deverei preservar a honra e as tradições dos motoqueiros, e as passarei para frente inalteradas.
Eu não irei julgar outros motoqueiros pela escolha de suas máquinas, pela aparências ou profissão. Eu irei julgá-los apenas pela suas condutas como motoqueiros. Eu tenho orgulho das minhas conquistas, mas nunca irei me gabar delas perante aos outros. Irei dividi-las com os outros apenas se for perguntado.
Eu vou estar sempre pronto para ajudar outro motoqueiro que realmente precise da minha ajuda. E eu nunca vou pedir para outro motoqueiro fazer algo que eu possa fazer sozinho.
Eu não sou um motoqueiro de meio-período. Eu sou um motoqueiro em qualquer lugar que eu vá. Eu tenho orgulho de ser motoqueiro, e não escondo a minha escolha de vida de ninguém.
Eu piloto porque amo a liberdade, independência e o chão se movendo sob os meus pés. Mas acima de tudo, eu piloto para me conhecer melhor, minha máquina e os lugares por onde passo.
- Autor Anônimo -

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Rótulos

Muitas vezes faço menção à algumas classificações e sempre aparece algum comentário perguntando o que quero dizer com determinada palavra.

A realidade é que existem várias classificações informais que acabam sendo uso comum na comunidade HD como "old school", "jaspion", "rider", "poser", "biker" entre outras.

São rótulos que se empregam e que muitas vezes não tem nada a ver com esta ou aquela pessoa, mas acabam passando a imagem para quem está lendo.

Vou colocar o que significam esses rótulos no meu entendimento apenas para servir com dicionário para quem está começando a ler sobre HD e seus proprietários. Quem quiser colaborar, é bem vindo.

Começando pelo mais citado a todo momento: old school. Old school é o cara que se guia pelas tradições que vão sendo aprendidas conforme a gente convive. É o cara que não só vive pelas tradições, como se empenha em difundí-las. Old school não é necessariamente o proprietário que gosta de usar o colete de couro, capacete vintage, ou anda com uma bobber.

E já que se falou em bobber, bobber é a motocicleta transformada buscando eliminar partes supérfluas, normalmente com frente bem modificada, muitas vezes sem o paralama dianteiro e traseira usando paralama tipo fender, deixando a roda traseira bastante exposta.

E ao contrário das bobbers, as choppers são motocicletas também transformadas de garfo dianteiro com maior angulação, pneus finos na frente, largos na traseira e chassi mais alongados.

As cruisers são as custons de desenho mais clássico como a linha softail, onde tem frente e traseira mais equilibrada, paralamas maiores impedindo que as rodas sujem o piloto e centro de gravidade mais baixo, normalmente o piloto senta mais ereto, com braços mais paralelos ao chão e pernas mais a frente em plataformas.

As muscle bikes, como a linha V-Rod, já buscam outro piloto. despejam muita potência na roda, arrancam forte e exigem bastante técnica para tirar a performance que elas podem entregar.

Voltando aos pilotos, uma classificação que costuma ser muito usada é bikers, riders e posers. Os bikers usam a moto diariamente, mesmo que seja apenas para ir até a padaria. A moto faz parte do proprietário e o proprietário cuida mais da moto que de si mesmo. Nem sempre a gente vê esse cuidado na moto brilhando, mas pode ter certeza que essa moto não vai deixar seu proprietário na estrada... e se isso acontecer, ele vai dar o jeito dele para ela voltar a rodar, nem que seja amarrando arame ou usando uma fita hellerman. O biker só encosta a moto se não tiver outro jeito. Para trocar de moto tem de acontecer algo que inviabilize manter a moto.

O rider já busca a moto para as viagens ou passeios. Gosta da estrada, não tem saco para o trânsito e gosta de conforto. Pode muito bem deixar a moto de lado para encarar o trajeto de ir e vir do trabalho para poder  escutar o som e curtir um ar condicionado. É a turma que gosta de passar dias na estrada, mas chegar e dormir em um bom hotel e comer uma boa refeição. Cuidam da moto, mas trocam conforme o velocímetro vai aumentando.

Já o poser é o cara que conhece todas as estradas, usa o equipamento completo, compra a touring e deixa a moto ainda mais completa, e se aparecer um modelo ainda mais completo ou um acessório mais novo, troca a moto. Infelizmente os passeios dele se limitam a oficinas e bares da moda para contar como equipou a moto, quanto gastou no casaco novo e onde vai ser a próxima viagem, que irá de avião porque de moto é cansativo. Chuva nem pensar e se um cromado perde o brilho ou encontra uma ferrugem, é pretexto para uma reforma completa.

O jaspion, como o próprio nome lembra, é o proprietário das japonesas. Normalmente vestidos como fossem para a prova de motovelocidade, gostam de performance esportiva e a moto tem de ser veloz, muito veloz... problema é quando o cérebro ou o braço não acompanham a velocidade...

A gente conhece muitos colegas que se enquadram nessa ou naquela classificação, mas posso garantir que muitos só parecem se enquadrar. Vale sempre a pena conversar e trocar experiências, afinal sempre encontramos um pouco de "coxa" nos "malvadões"...

domingo, 10 de junho de 2012

a vida em duas rodas: qual o seu perfil?

Eu recebo muitos comentários que não considero pertinentes com o post e não publico. Nesses comentários vem perguntas do tipo: "devo ou não entrar para o motoclube?" ou "vale a pena ser membro do HOG?" ou ainda "o que um biker como você está fazendo no meio dos coxas?".

Viver em duas rodas tem muito a ver com a sua identidade. Tem muitos que se identificam com a imagem, outros com o compromisso com o grupo que elegem como família. Eu me identifico com aqueles que gostam de partilhar o prazer de não ficar preso a roteiros, imagens ou grupos.

Nunca cogitei em entrar para um motoclube porque não tenho o perfil necessário para viver o motoclube. Uma pessoa que quer pertencer a um motoclube sabe que terá pela frente o compromisso com os irmãos de clube, um compromisso que não pode ser deixado de lado porque aquele grupo existe para viver esse compromisso. É mais que uma religião ou uma família: é viver uma tradição e perpetuar essa tradição. Quem não entende isso não consegue viver nesse grupo. E por extensão, não existe "motoclube tranquilo" ou "motoclube sem muitas regras", até porque um motoclube tem suas regras de convivência que podem ser duras ou não, mas precisa necessariamente se basear na tradição de um grupo coeso, que passa a sua união para os mais novos e não pode aceitar ninguém que não se comprometa com o clube.

Meu perfil é de um comprometimento com minha família e meus amigos, que não pertencem necessariamente a um clube. Eu não me incomodo de ensinar ou auxiliar um colega mais novo e dou a ele o mesmo respeito que dou a um colega que me ensinou o que estou passando para o novato agora. Não havendo isso, não haverá amizade e sem amizade não vou perder meu tempo tentando ajudar quem não dá valor a isso. E nem sempre no clube você terá somente amigos e você vai ter de conviver com esses colegas, o que não me interessa.

O HOG, pelo menos o Chapter carioca, é uma associação de grupos que se relacionam conforme suas conveniências. Não existe compromisso com uma união entre seus membros e quando há algum fato que sensibilize a maioria de seus membros, age como se fosse um grande grupo. A solidariedade que recebi na época do acidente da Silvana são um bom exemplo de como o HOG consegue agir como um grupo coeso. A movimentação para os eventos HDMC são outro bom exemplo. Mas passeios organizados semanalmente nem sempre conseguem motivar os membros do HOG a agir como um grande grupo, simplesmente porque o passeio pode não interessar, algum amigo decide não ir por conta de algum problema particular e o outro decide não ir também porque não encontrará nenhum conhecido no meio dos novatos e assim por diante. O HOG, ao contrário dos clubes, não força convivência entre seus membros e nem exige comprometimento com a associação: vai quem quiser, o encontro semanal do café da manhã vale para ver quem vai para a estrada e se vai com o HOG ou sai sozinho ou mesmo fica zanzando pela cidade apenas para mostrar o acessório novo. O não compromisso para com o HOG permite que você se dedique  aos amigos que você tem no HOG ou que apenas frequentam o HOG.

Já vi grupos dentro do HOG formarem motoclubes que se fortaleceram na união do grupo menor, já vi colegas de HOG que ingressaram em motoclubes e acharam seu lugar e da mesma forma vi motoclubes que nasceram sem o comprometimento necessário com o grupo e simplesmente desapareceram e colegas que perceberam não ter o comprometimento necessário com todos no clube e não foram aceitos ou entregaram o colete.

Por isso me identifico com o HOG e não com um motoclube em particular: meu perfil é de comprometimento com as pessoas e não com o grupo. Isso me permiti ir aonde sou convidado, rodar com quem me permite e conviver com aqueles que gostam de conviver comigo.

Usar um colete sem se identificar com o escudo é algo que não se pode tolerar. Muitos desvirtuam o uso do colete com o objetivo de serem aceitos como "motoqueiros durões" e muitas vezes não rodam nem até a esquina de casa.

Eu uso o colete do Chapter RJ por me identificar com o esse Chapter do HOG. E uso sempre que acho necessário ser reconhecido como sendo membro do HOG, em especial do Chapter RJ. Se não julgar necessário deixo em casa porque não tenho compromisso com o HOG, como teria se fosse membro de um clube. Essa liberdade de usar quando acho necessário define a minha vida em duas rodas: livre escolha.

Livre escolha para usar o colete, para andar de moto quando quiser, para cuidar da moto da forma que achar melhor, colocar na moto o que achar que preciso, rodar com quem eu quiser, passar a experiência adquirida para quem tiver curiosidade e mostrar respeito para quem me respeitar.