domingo, 4 de janeiro de 2009

balanço de fim de ano (2)

A Fat Boy foi comprada zero km na loja da HD RJ. Custou R$ 52,5k em junho de 2006 e tirei-a da loja em julho de 2006. Ficou esperando trinta e dois dias pelo famoso BIN que vem a ser o número de cadastro de importação. Apesar de montada em Manaus, todas as HDs necessitam do BIN, além de registro na Receita Federal antes de serem despachadas para as lojas no Sul e Sudeste.

Na época eu tinha uma Yamaha Drag Star, também comprada zero km, e acabei comprando a Fat por aconselhamento de um amigo e muito incentivo da minha esposa. Como o Grupo Izzo não tem uma política de motos usadas, a minha Drag seria remetida para um revendedor em SP recebendo um preço abaixo do que pretendia e acabei mantendo a Drag por algum tempo até conseguir um comprador que pagasse melhor.

O uso de uma japonesa e de uma HD é complicado por conta dos diferentes comandos e respostas da moto. Na comparação entre as duas a Fat respondia melhor e fazia mais curva, mas eu ainda me assustava com o peso (cheguei a tombar com a moto na garagem, sem qualquer prejuízo pois ficou apoiada na plataforma) e por isso andava bastante com a Drag durante a semana no transito e apenas dava umas voltas com a Fat no fim de semana.

Esse uso conjugado fez com que a minha revisão de 1600 km fosse feita apenas 01/11/2006, e exatamente porque não tinha me acostumado com a moto e a proximidade da revisão me fizeram desistir do primeiro evento do HOG (I HOG Rallye Regional em Campos do Jordão).

Durante os primeiros dias, inconformado com o barulho de máquina de costura do escapamento, encostei a moto na loja HD RJ e comecei a customização: kit Screaming Eagle (ponteira e filtro de ar) e um riser para colocar o guidão em uma posição mais confortável. Eu tinha realmente muito pouca experiência com a moto e não senti o que todos reclamam quando trocam ponteira e filtro: a moto ficar mais “chocha” e fui levando até a primeira revisão. Na comparação com a Drag, a HD era muito melhor, mesmo com a injeção trabalhando forte para compensar o empobrecimento da mistura. Custo da brincadeira: R$ 2,2k e conheci o melhor amigo do harleyro: cartão AMEX em 10x sem juros.

Na primeira revisão trocaram o óleo do motor, filtro, resetaram a injeção e lavaram a moto. Custo: R$ 670. Aliás eram bons os tempos em que não se pagava para lavar a moto uma vez na loja por conta do HOG.... Nessa revisão reclamei da minha buzina que havia ficado muda (único defeito relatado por mim), como não tinham a buzina deram o “sopro da morte” e a buzina começou a falar... rouca é verdade, mas o suficiente para passar na vistoria anual do Detran e ficar muda novamente. Reclamei novamente e apenas DEZ meses depois, chegou a buzina em garantia.

Vendi a Drag em Outubro de 2006 e passei ao uso contínuo da Fat. Fui a alguns passeios curtos, comprei um Sissy bar destacável para que minha esposa tivesse mais conforto, instalado na loja HD RJ. Custo da brincadeira: R$ 1,5k.
Pronto para o evento de maio de 2007, acabei indo de carro em virtude de um problema de joelho, e sem moto... já viu... ninguém fala contigo. Compareci ao X HOG Rallye Nacional em Búzios, vi o movimento, minha esposa se empolgou com as roupas HD (e tome AMEX em 10x) e com isso ela se animou para andar de moto, foi quando comprou a Yamaha Virago e eu comprei a minha segunda HD, a softail FX que já contei a estória dela antes.

Na viagem para procurar uma pessoa para transformar a FX acabei comprando a capa de farol da Road King (conhecida como “cabeça de touro”) e pedaleiras plataforma para o garupa da marca Free Zone. Trouxe para o Rio e foi tudo colocado na Brazil Custom (começo da minha estória na Brazil Custom). Custo da customização: R$ 2,2k, com direito a instalação do farol da Fat na FX.

Em outra viagem, ainda sem ser de moto, conheci a HD Pimenta em SP, e fiquei de olho em um par de manetes para substituir meus manetes originas, que já se encontravam rasgados pelo uso. Acabei comprando na Brazil Custom pelo preço da HD Pimenta, mas com a instalação inclusa. Custo: R$ 480. Da manete evolui para a tampa da primária e do timer, sempre com o mesmo motivo e lá foram mais R$ 550.

Nisso a minha moto parou do nada... Reboque, garantia e diagnóstico: mangueira de ligação dos tanques furada. Não houve custo, mas a moto ficou uma semana na oficina para trocar uma mangueira, além de um diagnóstico nada agradável: os bicos injetores da minha moto precisavam ser trocados por outros com leque maior pois a mangueira havia estourado por conta do excesso de pressão para poder manter o motor alimentado. Para variar, não tinham os bicos e precisava encomendar. Chegou mais rápido que a buzina: só NOVE meses de espera e mais um estouro de mangueira porque afirmaram que a moto poderia continuar rodando até a chegada dos bicos. A troca foi feita em garantia e a moto melhorou muito.

Com uso e fazendo algumas viagens mais longas (Região dos Lagos e serra carioca) percebi que a injeção devia render melhor, resultado: comecei a inteirar sobre como funciona a injeção das HDs e encomendei o SERT (Screaming Eagle Race Tuner) ou a popular “faítana”. Custo barato para um acessório como esse, pois foi comprado na loja: R$ 1,5 com direito a remapeamento da injeção.

Em setembro de 2007 foi feita a revisão de 8000 km: trocaram óleo do motor e filtro, óleo de caixa, trocou as pastilhas de freio traseiras (muito uso urbano) um pouco antes do final, mas não queria retornar somente para trocar pastilhas. Dessa vez a lavagem já foi paga e custo da Revisão foi de R$ 870.

Moto rodando bem, sem defeitos, participando mais ativamente do HOG, inclusive com a minha esposa pilotando ao meu lado, fui a Tiradentes para o XI HOG Rallye Nacional e na volta deixei a moto para revisão de 16000 km, ainda em garantia decidi fazer novamente na loja HD RJ. A moto ainda não tinha os 16000 km (estava com 15500 km), mas não queria parar a moto, e como estava de férias, adiantei a revisão. Trocaram óleo do motor, filtro, óleo de caixa, óleo das bengalas, pastilhas de freio dianteiras. Custo: R$ 1,4k.

E nessa ocasião perguntaram se desejava remapear e para minha infelicidade disse que sim. Nessa época a turma da oficina estava sendo trocada (espantem-se: o recepcionista não sabia o que era o módulo do SERT) e acabou sendo uma verdadeira catástrofe. Colocaram o mapa errado (consideraram a configuração antes da troca dos bicos), a moto falhava muito e acabei voltando para reclamar do serviço. Resultado: alegaram que os bicos estavam sujos, mas assumiram que o remapeamento havia sido feito errado e fizeram novamente o remapeamento, trocando mais uma vez a mangueira que liga os tanques. Paguei a limpeza dos bicos (R$ 184), mas o remapeamento e troca da mangueira (inclusive a mangueira) foi feito em garantia. A moto melhorou, mas não voltou a ser o que era antes desse remapeamento e pretendo levar a moto na HD Pimenta para verificar esse mapa e fazer um afinamento melhor com ajuda de dinamômetro. Previsão de custo R$ 600.

Na busca de uma posição ainda mais confortável instalei as Highway shift Mark III da Kuryakin, que deixa uma pedaleira mais adiantada para uso na estrada (R$ 350 e as pedaleiras originais HD do garupa) e troquei o banco original por um HD badlander (o banco original da Softail Night Train), que deixou a moto mais fina e me deixou em uma posição mais confortável para a estrada (R$ 780).

Troquei o pneu traseiro na HD JK com 20000 km (prazo normal e pneu devidamente vencido), pois não tinha pneu no RJ. O pneu novo é o Dunlop série Harley Davidson, 150/80R16 e custou R$ 850 com serviço de montagem e desmontagem, balanceamento e alinhamento inclusos.

Com o fim da garantia e a aproximação da revisão de 24000 km, já marquei para revisar os itens de mecânica na Brazil Custom: vou trocar óleos (motor, caixa e bengalas), filtro, ajustar e lubrificar cabos, trocar fluído de freio e revisar freios, além de verificar tensão de correia e reaperto. Previsão de custo: R$ 800. Mais barato e mais serviços a serem feitos.

Resumo da ópera: a moto é muito estável, sofre muita influência do vento lateral, mas consegue fazer uma média de viagem muito boa. No uso urbano não tenho queixa, ainda mais depois da troca do banco que me deu ainda mais confiança e mobilidade nos corredores entre os carros. Tirando o problema da falta de peças e a lambança com o remapeamento, a oficina autorizada pode ser utilizada sem grandes problemas. A moto é confiável, embora tenha me deixado na mão uma vez por conta de erro de montagem na fábrica. Teve um custo de R$ 14,9k (R$ 0,60/km rodado) para ser mantida e customizada.

O consumo é normal para um motor TC88B com as modificações feitas na injeção (12,5 km/l na cidade e 20 km/l na estrada) com uso preferencial de gasolina pódium, mas já usei gasolina comum e aditivada sem grandes diferenças exceção a gasolina do mesmo tipo e de diferentes marcas (a da Texaco é melhor do que a da BR, por exemplo). A moto é bem mais esperta do que a FX, acelerando mais forte do que várias Fat Boys com motor TC96B e se igualando às Dynas e Electra Glide com motor TC96.
O seguro foi de R$ 4k (seguro novo e duas renovações) e está válido até jul/09. A moto, com as modificações mecânicas não deixa a desejar a nenhuma moto mais atual e considero que a ciclística dela é melhor do que a ciclística das Fats mais novas que usam os aros 17 polegadas e pneu 200.

Se vocês tiverem oportunidade de comprar uma softail usada com motor TC88B não se sintam inibidos: vale a pena, a FX é ótima para customizar e a Fat Boy tem muito mais possibilidades de customizar do que a Fat Boy mais atual. Na dúvida, faça como eu: compre as duas.

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