Dan Morel postou em seu blog uma aposta/novidade para 2017 que promete render muita polêmica: o Milwaukee 8 (leia aqui).
O Milwaukee 8 é um V2 multi-valvulado que estaria sendo preparado para equipar as novas Tourings em 2017.
Como já é uma praxe da HDMC lançar as novidades tecnológicas na família Touring, a aposta já começa com grande chance de ser efetivada. Na postagem é possível ver a parte de cima do Milwaukee 8 no que seria um quadro Touring.
Esse novo motor nasce bem maior que nasceu o Twin Cam, com 107 ci e parece manter a refrigeração a ar, ou talvez mantendo a refrigeração híbrida que foi apresentada no Rushmore Project.
Pouca coisa se sabe desse motor, além da característica técnica de ter quatro válvulas por cilindro (por isso o número 8 no nome do motor).
Buscando maiores informações, não encontrei nada além do que Dan Morel já havia postado.
Mas por que esse novo motor promete render polêmica? O Twin Cam já não mostra a passagem do tempo, estando perto do limite na sua linha de evolução? Aposentar o TC e trazer um novo motor não é o que todos estavam esperando?
Para responder isso, vamos começar entendendo o que significa adotar um motor multi-valvulado para motorizar as HDs: deixamos de ter um motor que privilegia o regime de baixa rotação onde o torque aparece muito cedo e passamos a ter um motor que privilegia o regime de alta rotação onde o torque aparece bem mais tarde forçando um trabalho extra na caixa de marchas para manter o motor girando na faixa de torque máximo.
Aliado a isso, sendo ou não um motor multi-valvulado, a provável manutenção da refrigeração a ar vai manter o motor defasado tecnologicamente, provavelmente dissipando muito calor e ainda bem pouco econômico. E sendo multi-valvulado, será um motor que vai ter recomendação para gasolina de alta octanagem, ao contrário do TC.
Com isto na mente, a HDMC parece estar trazendo um "novo velho" motor para substituir o Twin Cam, muito provavelmente resolvendo os calos do Twin Cam, mas trazendo novos calos como a provável necessidade de troca de correia dentada, ou sistema similar, do comando de válvulas como acontecia nos antigos motores Fiat de 16v.
Além disso, esse motor já nasce grande e a evolução dele parece ser no sentido de deixá-lo maior ainda, o que para o mercado americano não representa grande problema, mas nos "mercados politicamente corretos" da Europa e Japão pode ser um tiro no pé.
Resumo da ópera: a HDMC troca seu motor tradicional, impondo ao proprietário que mude seu modo de pilotar para se adaptar a um motor que funciona de maneira totalmente diferente, e que mesmo resolvendo problemas de um projeto antigo, traz outros problemas de um projeto que não pode ser chamado de novidade, mas sim de um projeto menos antigo.
A polêmica vai nascer exatamente pelos poucos atrativos que a novidade vai trazer, fazendo muita gente adiar trocas, gerar muita zombaria para os que comprarem o Milwaukee 8 (não chega a ser um "porsche", mas será que é HD mesmo?) e não chega a ser suficiente para combater a "ameaça" do cacique que continuará tendo um conjunto tradicional muito eficiente, e promete novidades para o dealer convention da marca que acontece ainda neste mês.
Agora resta aguardar o dealer convention da HDMC, marcado para agosto, para saber se Dan Morel continua mantendo sua "bola de cristal" limpa e antecipando as novidades que a HDMC pretende trazer.
E que venham as novidades... Quem a sabe a HDMC não traz um produto que realmente seja um novo marco na história da empresa.
2 comentários:
Wolf, As Stars da Yamaha todas são com 8 válvulas e não perde em nada de torque em baixa. Um exemplo é a Xvs950 que tem o Torque máximo 7,83 kgf.m a 3.000 rpm.
Acredito que o torque não vai mudar com a adição das válvulas :)
O torque não muda, pelo contrário deve ser ainda mais forte, apenas o regime em que ele vai aparecer será de giro mais alto.
Para quem está acostumado a ter a moto na mão em qualquer regime de giros, vai exigir uma adaptação de estilo.
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