Saldo do Salão Duas Rodas mostra no segmento custom que a Harley-Davidson não vai estar tão sossegada na liderança.
A Indian, dependendo de sua produção, tem tudo para vender tanto ou mais que a Harley-Davidson.
Fatores que influenciam na hora da compra como status, life style, tradição, ostentação, sonho de criança entre outros já são explorados, e muito bem, pelo marketing de ambas as marcas.
Dentro do atual cenário econômico recessivo o mais provável comprador de motocicletas será aquele que precisa para trabalho ou transporte barato (segmento das motos de baixa cilindrada) e aquele que não precisa da motocicleta e vai comprar como um hobby (segmento das motos chamadas de premium).
Esse segundo grupo de comprador é aquele que compra a moto, usa (ou deixa na garagem para o vizinho olhar) apenas para participar do life style e será basicamente influenciado pela "marca da moda".
Tanto um grupo quanto o outro não vão comparar ou pensar em rendimento, dirigibilidade, ergonomia ou facilidade de manutenção.
Eu vejo com muito ceticismo quando falam que a concorrência fará bem ao setor custom porque a Harley-Davidson vai precisar melhorar o pós-venda ou o suprimento de peças e acessórios ou ainda melhorar a qualidade do serviço prestado nas oficinas.
Só pelo reajuste (leia aqui), que considero normal pelos vários fatores que a atual política econômica vem direcionando o mercado para favorecer as exportações e dificultar as importações equilibrando a balança comercial pela ponta interna, a Harley-Davidson já mostra que não pretende competir com a Indian. Vai no máximo manter a convivência buscando manter-se na primeira posição entre o segmento premium (e já vem perdendo essa posição para a BMW, mas dentro do segmento custom continua reinando absoluta) abrindo espaço para que a Indian ultrapasse as marcas japonesas e venha posicionar no segundo lugar.
As duas marcas americanas vão conviver de maneira diferente, mas irão conviver. A Harley-Davidson vai justificar a maior queda na produção em razão da "concorrência" da Indian e a Indian vai comemorar uma entrada bem sucedida no mercado brasileiro. E ambas ficarão bastante satisfeitas, mesmo dizendo que poderia ter sido melhor, com os resultados que obterão em 2016.
Minha aposta para esses números? Algo perto de 5000 unidades produzidas/vendidas pela Harley-Davidson e algo perto de 3000 unidades produzidas/vendidas pela Indian. Vamos ver isso em 2017.
Um comentário:
Como você disse, acho que a turma que adora uma novidade pode ficar encantada. Também acho que vai dividir o mercado, pelos próprios erros da HD do B. Quem é harleyro, continuará harleyro pois a proposta das duas marcas é a mesma, mas o espírito só a H-D tem.
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