Ontem tive a oportunidade de andar na versão CVO da Street Glide, moto do amigo Ronaldo Cataldi que está com ela há uma semana.
O mais interessante é que até agora não consegui sequer agendar um test drive na versão Special da Street Glide junto ao dealer carioca, mas como a gente sempre comenta: não são os dealers que vendem, somos nós que compramos.
Enfim, vamos ao que interessa: a CVO é uma versão "customizada de fábrica", com importantes diferenciais mecânicos e de acabamento. Como uma série limitada, vieram poucas para o Brasil e aqui no Rio tenho conhecimento de apenas três rodando, todas com amigos meus.
A pintura da moto, o banco do piloto e garupa personalizados, o amplificador traseiro e falantes nos alforges laterais, além dos mesmos já seguirem a tendência bagger de alforges alongados já são suficientes para chamar a atenção, mesmo daqueles que não tem ideia do modelo ser um modelo diferenciado.
Quem conhece e compara com a versão standard reconhece os melhoramentos que o modelo recebeu: o motor de 110 ci, a suspensão dianteira reforçada, freios Brembo, a caixa cruise que deixou os engates mais fáceis e o motor de refrigeração híbrida fazem muita diferença na comparação entre as versões da Street Glide, que já havia sido atualizada com a adoção do Rushmore Project (ABS Reflex, nova aerodinâmica e embreagem hidráulica).
Acrescente a isso detalhes de acabamento como a tampa do tanque escamoteável e não necessitar de chave para ligar a moto (a chave serve apenas para travar o guidão), punhos e plataformas e não tem como não ficar impressionado logo no primeiro contato.
Já no ass test a CVO já se mostrou melhor que a standard pelo banco mais baixo e que permitiu plantar os pés sem dificuldade. A posição de pilotagem é boa, com os comandos bem posicionados e um guidão com uma altura confortável (pelo menos para mim que não sou alto).
Rodando a moto se mostrou muito amigável. Andei no trânsito de 18h30 pelas ruas do Leblon e saí do Rota com todo o cuidado, não só porque a moto não é minha, mas também porque não tinha ideia de como seria andar com aquela moto.
Na terceira esquina já parecia que tinha milhares de quilômetros rodados de tão fácil que a moto se mostrou rodando no trânsito. A moto tem uma direção bem leve, muito torque a disposição e freia com muita eficiência. Não deu para ir muito mais longe que usar a terceira marcha e as suspensões parecem ser muito confortáveis, apesar de todos reclamarem da suspensão Showa de regulagem milimétrica ao invés da tradicional suspensão traseira hidropneumática.
Ajuda nessa análise o fato de não ser um usuário de Touring para fazer uma comparação melhor entre as suspensões, e portanto sem o "vício" da suspensão com regulagem à ar.
A menor altura do solo que a Street Glide tem em relação às demais Tourings para mim é uma vantagem, mas para muitos é motivo de reclamação.
Outra reclamação fica pelo conforto da garupa que não tem o tourpack para montar o sofá, mas é o estilo da moto.
Acredito que na estrada seria ainda mais rápida a adaptação.
Ponto fraco na CVO está relacionado com a carenagem que disfarça o radiador e vaso de expansão. Por conta dessa carenagem e do banco mais baixo, os joelhos acabam ficando dobrados em um angulo que vai cansar em viagens, mas nada que uma highway peg no mata cachorro não resolva.
Outros dois detalhes necessitam de uma adaptação: a embreagem hidraúlica é dura (e na moto do Cataldi precisava ser regulada) e o morcego que obriga ao piloto a se acostumar a olhar mais longe da moto.
Fazendo uma comparação com a Road King Police, melhor HD que já tive oportunidade de fazer o test drive (também por gentileza de um amigo), a Street CVO é mais "mansa" e por isso mesmo mais fácil de pilotar. Mesmo com um motor ligeiramente menor, a RK Police arranca com mais disposição e manobra com mais agilidade por conta da altura do solo maior permitindo maior inclinação, mas nem por isso a Street CVO parece ser uma moto com menos apetite para a estrada e as manobras em baixa velocidade.
Sobre o estilo, eu gosto do estilo mais simples da Street Glide que o estilo clássico das Electras e Road Kings, mas é uma moto para rodar solo na maior parte do tempo ao contrário das outras duas primas Tourings que tem garupas bem mais confortáveis.
O preço da CVO é bem salgado: R$111.000,00 no site da HDMC, mas sei que última vendida atingiu R$118.000,00. Comparando com os R$77.000,00 da versão Special seria preciso que a moto fosse realmente muito melhor, e na minha opinião é.
Resumo da ópera: para o projeto 2015 que foi adiado, a minha primeira opção é uma CVO usada, inclusive já estou pegando "senha" para quando os amigos decidirem trocar.
Um comentário:
Comprei uma RK 2015 e adorei o motor novo 103 High
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