Meu painel do odômetro estava em fim de carreira: completamente ilegível e totalmente rachado pela ação do tempo (sol e umidade da chuva) havendo necessidade de substituição para executar as funções básicas (registro de quilometragem, contadores parcial A e B, leitura de diagnóstico).
Problema na substituição do painel: perda da comunicação com a ECU e consequente perda de informações registradas até o momento da substituição, havendo necessidade de nova conexão com o instrumento substituto.
Informações desencontradas indicavam que na substituição poderiam acontecer quatro cenários: não estabelecer nova conexão (comum nas motos mais novas) havendo necessidade de procedimento a ser executado pelo dealer com auxílio de cabo e/ou software proprietário; estabelecer conexão usando o último ponto salvo no instrumento (totalizador de quilometragem, contadores parciais e log de erro da moto anterior) e passando a registrar as informações novas acumulando a partir desse ponto salvo; reset geral do instrumento substituto passando a registrar as informações como se fosse um instrumento novo; ou o melhor dos cenários: estabelecer conexão assumindo os valores registrados até a substituição no instrumento antigo.
Em apenas uma pesquisa consegui uma resposta que as informações poderiam ser recuperadas por um instrumento substituto, desde que o novo instrumento fosse um equipamento novo, sem ter tido nenhuma conexão com ECU e com necessidade de procedimento onde o novo instrumento seria ligado à ECU por um cabo similar ao cabo usado para download com a interface SEPST, mantendo o instrumento antigo ligado até que o novo instrumento estabelecesse ligação com a ECU. Após a conexão estabelecida, o instrumento antigo seria substituído pelo novo.
Esse procedimento é plug and play nas ECUs dos motores TC103, devendo funcionar nas ECUs dos motores TC96 que adotaram a tecnologia CAN BUS (2011 em diante), havendo dúvidas se funcionaria nas ECUs sem a tecnologia CAN BUS, sendo praticamente impossível funcionar nas ECUs dos motores TC88 pela defasagem em relação às ECUs mais antigas dos primeiros TC96.
Ou seja, para a Fat era praticamente nula a possibilidade de recuperar as informações acumuladas, fosse um velocímetro novo ou usado, dei preferência a conseguir um usado que acabou sendo assunto do post anterior (http://wolfmann-hd.blogspot.com.br/2015/04/facebook-e-o-mercado-de-pecas-usadas.html).
Eu apostava que aconteceria um reset geral (começar com o odômetro em zero), o Adriano apostava em um reset parcial (começar com o odômetro com a quilometragem da outra moto) e nenhum de nós acreditava que ia ligar e recuperar tudo que já estava armazenado.
Se a conexão não fosse estabelecida, o odômetro iria iniciar uma contagem regressiva até zerar e não funcionar mais, devendo ir ao dealer para resetar instrumento e ECU, estabelecendo conexão após o reset.
Como a prática comprova a teoria, o Adriano acertou a aposta. Após a instalação houve um reset parcial e o odômetro inciou sua vida com a quilometragem da moto anteriou: pouco menos de 10.000 kms anotados. Não havia registro nos contadores parciais e nada no Log de erros: verifiquei cada uma das funções.
Também derrubamos mais uma lenda: a que o novo velocímetro deveria ser compatível com a ECU. Eu procurei um instrumento para softail TC88 (anterior à 2006), encontrei oferta que dizia ser um instrumento de softail 2005, mas acabei recebendo um instrumento que já traz as luz espia do FOB e ABS (softail após 2011), constatado após a instalação.
E mesmo assim tudo funcionou: odômetro, contadores parciais e log de erro estão mostrando as informações, o relógio digital que foi integrado à odômetro em 2007 com os motores TC96 apareceu e está funcionando, apenas a função do tacomêtro (2012 em diante) e autonomia (2007 em diante) não aparecem, mas acredito que seja por deficiência da ECU antiga.
As luzes-espia indicando erro no ABS e security system estão acendendo (a do ABS permanece acessa indicando erro no ABS uma vez que a moto não tem ABS), o diagnóstico reconheceu ECU, TSM e instrumento, acusando ausência de tacometro e ABS. Resta agora verificar o funcionamento da luz espia da entrada na reserva.
E a Fat agora marca apenas 10.000 kms no odômetro: para chegar à quilometragem real preciso somar 66.000 kms, já que o instrumento antigo marcava pouco mais de 76.000 kms quando foi substituído.
O custo do uso não se alterou apesar dos gastos com a compra do instrumento e dashboard usados e mão de obra para a instalação mantendo R$0,42/km rodado ao atingir a marca de 76.000 kms.
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