Cheguei de São Paulo no fim de semana passado e mesmo antes de chegar ao Rio já estava escutando que vários colegas já haviam comprado a EG 2009. Os motivos para isso são vários: "é uma moto completamente nova, a tecnologia embarcada não deve nada a nenhuma BMW, dá mais conforto para a garupa, preciso de uma moto maior (mesmo que seja para ir do trabalho para casa e vice-versa), o preço vai aumentar"... e assim por diante. Inclusive já vaticinaram que estarei trocando minha Fat Boy por uma Electra antes do fim do ano.
Antes de mais nada quero dizer que não tenho nada contra comprar ou trocar a sua HD por outra HD (ou não HD). Motivos pessoais dizem respeito a cada um e nunca me arvorei em dono da verdade, mas não posso deixar de ver uma certa "corrida armamentista" para conseguir superar o vizinho. Isso só é bom para a autorizada HD.
Vamos parar e pensar. O cenário atual é coexistir nas revendas HDs os modelos 2008 (o modelo anterior) e os modelos 2009 (os modelos modificados) e isso leva a termos vários patamares de preço, todos escalonados em R$10.000,00 (belo degrau...). Temos a EG 2008 s/piloto automático por R$51k(poucas mais ainda existem), a Ultra 2008 completa por R$61K, a EG 2009 pelos mesmos R$61k e a Ultra 2009 por R$71K. Todos esses preços vão ser acrescidos de frete, que pode ser dispensado conforme a negociação.
EG 2008 por R$ 51K é mais barata que a minha Fat comprada em 2006 por R$ 52,5K e a Fat 2009 é vendida por R$ 54K. Portanto se você precisa de conforto para a garupa e mais espaço para as malas quando sai em viagem, você tem uma EG pelo preço de softail.
Por mas R$10K você compra uma Ultra 2008 completa (abs, piloto, acelerador eletrônico, todas os defletores, rádio PX) ou uma EG 2009 (moto completamente diferente, com abs, piloto e acelerador eletrônico, mas sem os defletores e o rádio PX).... se você pensar bem essa Ultra 2008 está cara ou a EG 2009 está barata....
E por fim, colocando mais R$ 10K você compra a Ultra 2009 completa, mas será que R$ 10k valem defletores, rádio PX e duas caixas de som?
Além desse cenário, você precisa responder o seguinte: você vai comprar a moto porque a sua esposa anda sempre com você e reclama da garupa ou você vai comprar a moto porque tem esperança que a sua esposa finalmente comece a andar de moto com você?
Senhores, a resposta dessas perguntas é individual e vou dar a minha resposta: não tenho garupa e quando viajo tenho espaço suficiente para as minhas bolsas sem necessidade de uma moto maior. Além disso, uso a moto todos os dias para trabalhar e uma moto maior vai ser um transtorno no uso diário. Eu não preciso de uma EG ou Ultra e por isso não pretendo comprar uma.
Em alguns anos meu caçula pode vir a querer fazer as viagens conosco e aí vou precisar de uma moto para levar o garupa e nesse caso vou comprar uma EG porque não adianta tapar o sol com a peneira: as demais HDs são muito cansativas para o garupa. Garupa não tem com quem falar, não dirige, apenas fica sentado olhando a vida passar até chegar no destino e com tudo isso se vai sentado em um banco que só traz desconforto é judiar demais de uma pessoa de quem você gosta.
Se a minha necessidade de ter uma garupa existisse hoje, eu manteria a minha Fat para o uso solo e compraria uma EG 2009 para o uso com garupa porque considero o melhor custoxbenefício das Touring no cenário atual. Não vale a pena gastar menos R$ 10K (a menos que você não tenha e aí recomendo a EG 2008) para ter uma moto sem alguns acessórios e com alguns defeitos que vão demandar dinheiro para serem resolvidos. A compra da Ultra 2008 pelo mesmo preço da EG 2009 é um tiro no pé da autorizada e a diferença de R$10k a mais para comprar a Ultra 2009 não vale os acessórios que faltam na EG.
E se o seu caso for comprar uma EG usada, lembre que R$ 51K é um valor muito próximo dos valores pedidos por EGs usadas com até quatro anos de uso, e que essa diferença pode não compensar o uso de uma moto zero quilômetro.
Em resumo, só troque sua moto se você realmente precisar... e pense bem antes de tirar o escorpião do bolso.
6 comentários:
Amigo Wolfmann,
Esta febre pegou aqui pelo SUL há cerca de 1 ou 2 anos. Antes disso era apenas uma ou duas Ultras rodando com a turma, salvo aquelas guardadas na garagem. Um amigo, que gentilmente cedeu a sua Ultra diversas vezes para teste drive da turma, profetizou que em pouco tempo todos optaríamos pelo modelo. Hoje isto se concretizou em grande parte dos frequentadores assíduos do HOG. Vários fatores que influenciaram nesta decisão, como nosso clima com o frio extremado (melhor tolerado com as carenagens), a proximidade com o Uruguai e Argentina, e, principalmente, a parceria constante das esposas (o conforto para a carona é indiscutível). Além disso, depois da compra de duas, não há como um terceiro se permitir ficar de fora das conversas do rádio, importante elemento de integração, segurança e, por que não, diversão durante a viagem.
Grande abraço,
Reinaldo.
Aqui não é muito diferente: 3 Electras e 1 Ultra rodam conosco. A grande maioria é de softail (hoje não temos nenhuma Sportster no grupo, o que acho uma pena).
Com as mudanças, vários colegas que usam a moto somente no fim de semana se animaram a comprar as Electras e logo terão dobrado em número.
Para mim continua não sendo prático usar uma EG diariamente, faço isso com a minha Fat, e uma compra dessas terá de ser um acréscimo e não uma substituição.
Portanto, enquanto não surgir a necessidade da Electra, vou andando de Fat Boy junto com a minha esposa que vai de FX.
Tu tens uma das situações bais bacanas. A Fernanda, minha esposa, pilotou durante algum tempo nossa VESPA ( AINDA TENHA A "SUPER-MAQUINA ). Tenho uma DELUXE minha grande paixão e confesso que sempre toco no assunto dela pilotar a mesma. A ULTRA utilizamos sempre que estamos juntos, quanto ao deslocamento é complicado mesmo, o aquecimento e mesmo a mobilidade da mesma em BX velocidade no transito são fatores que comprometem o uso da mesma.
REI
Avise a Fernanda que a Silvana começou pilotando uma Burgman 125 e em menos de nove meses estava no guidão da FX.
Da Vespa para a Deluxe é um pulo...
Engraçado, eu não consigo ver a EG como uma progressão natural. Pra mim é outro estilo de Harley, outro jeito de andar.
Dynas, Fats, Nights e Heritages sempre foram mais a minha praia. Não me imagino chegando numa EG.
Daniel, para mim a EG será uma possibilidade caso volte a carregar um garupa nas viagens (no caso o meu caçula que hoje tem cinco anos).
Como você mesmo disse, também não me imagino em uma EG, mas as vezes a necessidade obriga. Se você carrega uma garupa em viagens longas a EG proporciona uma viagem mais tranquila para o garupa... para o piloto muda muito: você deixa de pegar vento na cara, deixa de ter a impressão de que faz parte do cenário, mas ganha em conforto para rodar muito mais kms.... como estou mais para viagens com muitas paradas continuo com a minha Fat.
Postar um comentário