domingo, 12 de junho de 2016

Indian Roadmaster: a "balarina"

Ontem tive a oportunidade de fazer o ride test na top de linha da Indian, a Roadmaster.

Acabei fazendo um trajeto ligeiramente mais longo: Barra, São Conrado, Leblon (via Niemeyer), Ipanema, Lagoa (volta completa no espelho d'agua), Gávea, São Conrado (via túnel Zuzu Angel) e voltando para a Barra a fim de entregar a criança.

Trajeto cresceu cerca de 8 kms (48 kms), durou 40 minutos e teve direito a pista livre, via sinuosa, trânsito pesado (com direito a corredor) e via expressa, assim como teve direito a todo tipo de piso: de ondulado (faz tempo que não vejo um piso liso no Rio) a esburacado.

Graças à gentileza do Felipe Carlier, dono da revenda, me foi permitido testar a Roadmaster sem o tourpack (facilmente removível: basta soltar as travas e desconectar a tomada do som) porque a ideia era experimentar a Chieftain, que está a disposição para ride test.

Impossível não associar a Roadmaster à Ultra Limited da HD: porte similar (2,6m da Ultra contra 2,66 m da RM), peso similar (426 kg da Ultra contra 421 kg da RM), carenagem morcego, alforges e tourpack rígidos, suspensões similares (hidropneumáticas com regulagem de ar) e motorização semelhante (principalmente se compararmos com a CVO Limited).

A Roadmaster impressiona na comparação com a Limited desde a retirada da posição de apoio no cavalete lateral: é bem mais "leve" para sair da inércia, "veste" muito bem e não parece ter o peso que tem.

E quando coloquei a Roadmaster para rodar, ela continuou impressionando: em menos de 20 metros já estava pilotando e explorando os equipamentos que ela tem (regulagem elétrica da altura do windshield, rádio, computador de bordo). Notei o cruise control, mas não cheguei a esse nível de "abuso" em testar o dispositivo.

A moto é muito divertida, não senti o buraco que senti na Chief em regime de baixa rotação, fato que justifica a minha impressão de que a causa seja a troca de ponteiras (a RM está totalmente original e menos de 100 kms rodados quando fiz o ride test).

Pelo fato da moto estar amaciando, o bom senso indica não abusar das marchas e mesmo assim a moto chega rápido à velocidade de 100 km/h e admite mais facilmente a "preguiça" na troca de marchas.

Fazendo curva lembra muito o comportamento da Limited, onde o angulo de cáster influencia favoravelmente inclinar a moto, mas a Roadmaster me parece mais fácil de inclinar por exigir menos força nos guidões, bastando pressionar as plataformas: uma verdadeira bailarina na via sinuosa.

As suspensões são muito macias, absorvendo as imperfeições, tal e qual as suspensões hidropneumáticas da Limited.

Na frenagem, também muito eficiente, sinto falta do ABS Reflex da HD.

Em motos cujo valor de revenda são elevados, impossível não comparar os ítens "premium", e nesse ponto a Limited oferece mais. Embora o acabamento da Roadmaster seja impecável e a presença de alguns diferenciais (regulagem elétrica do windshield, tourpack destacável e abertura das malas à distância) sejam boas ideias a serem copiadas pela HDMC, o painel menor (apenas dois instrumentos contra quatro da Limited) e o infotainment da HD chamam a atenção na hora de comparar "detalhes".

Para terminar gostaria de chamar a atenção para um detalhe, que é fundamental para o meu uso: a visão "próxima". Nas Tourings HD, a visão próxima  (a visão mais perto da roda dianteira) fica prejudicada pela linha do windshield mais alta e pelas perneiras (apenas a Street Glide Special não tem perneiras). Na Roadmaster e na Chieftain essa visão "próxima" é muito melhor: a linha do windshield é mais baixa, permitindo ver os objetos mais próximos, além da facilidade de regular a altura do windshield, que cobre totalmente a minha cabeça ou fica na altura do meu nariz, deixa o uso muito mais amigável.

Resumo do ride test: mais uma ótima alternativa para quem quer uma moto touring premium. Tanto a Chieftain (que não testei, mas deve ter um comportamento dinâmico muito semelhante ao comportamento da Roadmaster sem o tourpack) quando a Roadmaster cumprem o slogam da Indian, "a choice is coming".

É certo que escolher uma das duas Indians top de linha vai pesar no bolso, principalmente com as promoções que a HDMC vem fazendo, mas não descarte o ride test.

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