quinta-feira, 8 de novembro de 2012

pilotagem e equipamento

Ritmo de estrada: coisa que parece não fazer diferença, mas faz. Eu comecei a viagem completamente sem o ritmo da estrada. Qualquer balanço era um susto e o tempo sem rodar na estrada pegando o vento de frente, o vento lateral, a turbulência causada pelos caminhões na estrada e em sentido contrário fazem muita diferença.

Com a passagem dos quilômetros você começa a relaxar e perceber e lembrar que aquilo é normal. Eu só me senti na estrada quando atingi Itatiaia. Até chegar lá foi preciso uma certa dose de paciência do Marinho com o "bração" que ia na frente dele.

De Itatiaia em diante consegui ser menos "bração" e a viagem transcorreu melhor. A posição diferente por conta do banco original/encosto/bolsa no garupa também me levou a encontrar um modo diferente de pilotar a moto, usando mais torque para vencer o vento frontal e anular o vento lateral, assim como acelerar mais forte para fazer as ultrapassagens sobre as carretas. Usando mais torque, a moto acelerava mais rápido e a ultrapassagem era feita com mais segurança. A Fat conseguia sair rapidamente de 110 km/h para 140 km/h em uma ultrapassagem e mantinha a estabilidade muito mais facilmente rodando entre 100 e 120 km/h.

Vale sempre lembrar que na chuva ou com pista úmida/molhada é recomendável mais prudência e manter a velocidade na casa dos 90 km/h economiza muitos sustos.

Eu não consegui fazer, mas fazer alguns passeios curtos de 100/150 km em estradas antes de partir para uma viagem mais longa ajuda bastante a encontrar o ritmo de estrada.

O equipamento de segurança é outro detalhe importante. Ninguém fica rodando normalmente de armadura de estrada. Esses passeios curtos antes de uma viagem longa também ajudam a se ambientar com a roupa de cordura/couro, luvas integrais e capacete fechado.

Lógico que nem todo mundo gosta de andar com tudo isso, fazendo suas viagens com capacete aberto, sem luva e de camiseta ou colete. São escolhas e devem ser respeitadas, assim como deve ser respeitada a escolha em andar equipado.

Eu comecei a usar a calça de cordura Alpinestars P-1. Impermeável e com forro removível, a calça se mostrou confortável e com boa proteção para a chuva e pedras. Em conjunto com o meu casaco de cordura Screaming Eagle (que já merece aposentadoria, tanto que as proteções de ombro e cotovelo se esfarelaram nessa viagem) e botas Caterpillar Steel Toe também impermeáveis, me deixaram seco e confortável fosse na chuva ou no sol. Completei usando um par de luvas Alpinestars SP-X, mas estava levando um par Artic também da Alpinestars.

O capacete é um detalhe que merece comentar: o AGV GP-Tech vale cada centavo investido (no meu caso, dei sorte na alfândega e chegou bem mais em conta do que é comercializado no Brasil). Sucessor do GP-Pro, o GP-Tech é ainda mais leve, mais ventilado e mais silencioso. Com boa área de visão, eu gostei muito de usar esse capacete. Comparando o seu peso, ele consegue ser mais leve que o meu N-43. O problema que pode ser um fator para não escolhê-lo, é para quem usa intercomunicador. Como a queixeira fica muito próxima do rosto, o microfone pode acabar ficando muito encostado na boca, mas nada que uma diminuição da espuma do microfone não resolva. Quando ele tiver de ser substituído, procurarei outro igual ou o seu substituto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Wolfmann, a ideia de rodar uns kms de estrada antes de viajar é muito boa. Eu procuro fazer isso para pegar ritmo de estrada antes de iniciar a viagem principal. Mas tem que ser um passeio de uns 200km direto, para vc acostumar rodar os 200kms antes da parada. Minha sugestão.

Com relação ao capacete, uso o novo FXRG da Harley. É muito bom! Gosto mais dele do que meu Arai Chaser (mais silencioso, melhor ventilação e vedação). Uma grande vantagem dele é a viseira com PinLock. Esse equipamento evita o embassamento da lente durante tempo de chuva. Na estrada, todos os meus amigos estavam com a viseira aberta. A minha 100% fechada. Não sei se o GP-Tech aceita PinLock. Caso sim, recomendo fortemente a usá-lo, ainda mais agora, nessa época de chuva.

Quanto ao comunicador, eu uso o Cardo G4. Quando comprei, veio somente a base com microfone com haste, para capacetes abertos. É muito desconfortável usar com capacete fechado. Depois de pesquisar, verifiquei que existe uma base (cradle) especifica para capacetes fechados. O microfone é ligado por um fio, e não mais por uma haste. Como o microfone é pequeno, a instalação fica excelente e muito confortável. Procure na internet pelo Cardo G4 Cradle Corded Mic.

Abraços,
Renatinho