quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fat na estrada

Vou começar falando sobre a minha Fat: completou 60000 kms na chegada em São Paulo e 62000 kms no retorno ao Rio. Total de 2560 kms sem problemas.

Trafegando nas velocidades limites para as rodovias que rodei (80, 110 e 120 km/h), com consumo oscilando entre os 19 e 21 km/l (média de 20 km/l), a moto se comportou muito bem.

Refez o Rastro da Serpente em condições de neblina, chuva e não chuva. Encarou os diversos buracos e "não estrada" no trecho entre Apiaí e Adrianópolis do mesmo modo que encarou a Dutra sem chuva e com forte vento lateral, do mesmo modo que encarou o complexo SP-070 (Carvalho Pinto/Ayrton Senna) com bastante vento lateral.

Voltou a encarar chuva e piso muito molhado na descida da Serra do Mar em direção à Joinville (BR-376) e na litorânea até Florianópolis (BR-101), voltando a encarar a mesma chuva na volta e subindo no seco até o Rio de Janeiro enfrentando caminhões, motoristas imprudentes e trechos de asfalto chokito (como na Serra do Cafezal - Régis Bittencourt).

Senti menos os efeitos do vento lateral dessa vez e dou crédito aos Michelin Commander II que substituíram os Metzeler Marathon. Esses novos pneus se adaptaram muito bem à moto e ao meu estilo de pilotagem, bem menos esportivo que o de muitos colegas.

Dessa vez fui com o banco original e um encosto lombar feito pelo Erê para que a Silvana pudesse aproveitar uma eventual garupa em Florianópolis. O encosto lombar me leva mais a frente, mas o banco original me deixa em uma posição mais alta em relação ao solo. No geral, essa combinação de banco original e encosto lombar foi mais confortável para a estrada que o Badlander. Embora force uma posição mais ereta na moto, a bolsa de viagem sentada no banco do garupa e presa no sissy bar ajuda a dar um descanso com a coluna mais reta. O único problema que senti com essa configuração foi encontrar uma posição correta para a bolsa/encosto que não pressionasse as costas logo acima da lombar pois a parte de cima do encosto era empurrada para frente pressionando as costas.

Posição mais elevada e coluna mais reta permitem uma pilotagem mais "ride like a pro" usando as técnicas de controle da moto nas curvas de baixa, mas o piloto apanha um pouco mais na pilotagem em velocidade de cruzeiro mais elevada, para isso serve a bolsa no lugar do garupa ou o windshield. Nas viagens usando o Badlander a resistência do vento incomoda menos porque o banco propicia uma posição que oferece menos o peito para enfrentar o vento.

Agora a Fat ganhou uma variedade de configurações que considero bastante interessantes: a configuração com o Badlander é muito interessante para um uso sem garupa e sem carga, tanto na cidade quanto na estrada. Na cidade a menor altura do banco deixa o calor do cilindro traseiro e do tanque do óleo incomodar mais o piloto.

Já a configuração de banco original com encosto se mostra muito eficiente para uso com garupa e/ou carga. Modifica sensivelmente o modo de pilotar, deixando a moto bem mais interessante de usar tanto na estrada quanto na cidade, principalmente se o piloto tiver uma boa prática no controle da moto em baixas velocidades. Em velocidades mais altas, a resistência do vento vai ser vencida com mais facilidade se o piloto mantiver o motor girando perto da faixa de torque máximo, ou como dizem os mais antigos: HD não pode andar com motor solto, sempre tracionando e sempre usando a marcha reduzida para aproveitar o freio motor.

Viajando em grupo, a moto acompanhou bem as outras Electras (eram quatro Electras, a minha Fat e uma Vulcan) e fez toda a viagem sem problemas ao contrário de duas das quatro Electras que apresentaram defeitos que foram corrigidos na oficina da The One.

A Fat segue em boa forma.

2 comentários:

PAIXÃO AFIADA disse...

Me apresentando, motoqueiro antigo (+de30 de guidão), harleyro novato (aprendendo), gostaria, se possível, que comente um pouco mais sobre o encosto lombar, eu vi uma img tua, o encosto não é tipo pochete? ele fica firme na moto? a minha é uma Switchback, a curva na traseira do banco do piloto é igual? tu (sou gaúcho) recomenda? já cheguei nos 55a e estou estudando a compra deste tipo pochete ou uma montagem artesanal. Antecipo agradecimentos,
Abraços
Antônio Zíngano

wolfmann disse...

Antônio, é um encosto pochete feito pelo Erê, aqui do Rio.

Comprei usado de um amigo e uso quando estou com o banco original na moto.

Como sou baixo (1,72m), o banco original acaba me deixando muito atrás e preciso me esticar para usar o guidão e pedais. Minha solução foi usar o Badlander, banco original da Night Train, que por ser mais cavado e ter uma lombar mais adiantada me permite fechar mais as pernas e ficar mais perto dos comandos.

Problema do Badlander é a garupa praticamente inexistente, quase um acabamento de um banco solo e quando saio e posso ter a Silvana na garupa não posso usar esse banco apesar de tornar a pilotagem menos cansativa e agradável.

Para usar o banco original eu fiz a experiência do encosto pochete de um amigo que havia trocado pelo encosto fixo da Kuryakin.

Funcionou como queria: me deixa mais perto dos comandos e da cava da sela do banco original, permitindo que a Silvana possa usar a garupa do banco original sem me atrapalhar a pilotagem.

Desci do Rio para Florianópolis com esse encosto e o banco original. Uma vez sentado o encosto não sai do lugar, mas você deve ajustar assim que senta porque ele fica frouxo no banco já que é preso por uma tira com velcro por baixo do banco do garupa.

Funciona bem, me deixa com uma postura mais ereta que me deu mais conforto em uso mais longo. O Badlander me deixa com uma postura mais relaxada e isso acaba me cansando na cervical se usar por período mais longo.

Eu recomendo como solução para quem quer ficar com a coluna mais ereta na moto.

Repare apenas que ele toma espaço no banco do piloto te levando para frente e se você já estiver bem posicionado na sua moto, pode acabar ficando espremido pelo encosto devendo considerar um encosto fixo que avance pelo banco do garupa (vai espremer o garupa).