quinta-feira, 6 de abril de 2023

ABRACICLO: fechando 2022

A ABRACICLO publicou os números finais da produção no ano de 2022 e ficou confirmado os números deprimentes da Harley-Davidson: 2.628 unidades produzidas.

Números que superaram a marca projetada de 2.500 unidades, mas ainda assim muito abaixo do que a marca vinha produzindo no Brasil até a troca do CEO da marca nos EUA, que tem uma estratégia de lucratividade com a margem de revenda ao invés da lucratividade pela escala de produção.

A HDMC tem uma capacidade ociosa em sua linha de produção brasileira (chegou a produzir 8.000 unidades em 2013 quando a HDMC assumiu a operação no Brasil no lugar do Grupo Izzo), mas a estratégia de causar escassez para aumentar a demanda não foi abandonada.

Espero que a marca retome suas marcas de 5.000 motos porque atualmente a HDMC Brasil produz um quinto do que produz a BMW, atual líder nesse segmento de motos premium.

A Royal Enfield, mesmo sendo uma marca tradicional não faz parte do segmento premium, mas serve como parâmetro de vendas, continua fora da ABRACICLO e não tenho como avaliar a produção da marca, mas pelo relatório de emplacamentos fornecido pela FENABRAVE tem crescido muito, com números bem perto da líder BMW, mostrando que vale a pena investir na escala de produção.

Para deixar postado, o número de emplacamentos fornecidos pela FENABRAVE mostra a BMW com 12.707 unidades emplacadas, seguida pela Royal Enfield com 10.126 emplacamentos, Triumph com 5.212 emplacamentos, HDMC com 2.032 emplacamentos e a Ducati com 1.098 emplacamentos.

Vale notar que a RE tem cerca de três anos no mercado, vende cerca de 90% das vendas da BMW, o dobro da Triumph e cinco vezes mais que a HDMC.

Voltando aos números de produção da ABRACICLO, a líder BMW vem 13.022 unidades produzidas, a Triumph vem 6.074 unidades produzidas, a HDMC vem com 2.628 unidades produzidas e a Ducati fecha a lista com 1.476 unidades produzidas.

Fazendo o balanço entre os emplacamentos e a produção a BMW tem um encalhe de cerca de 10%, a Triumph tem um encalhe de cerca de 15%, a HDMC tem um encalhe de cerca de 20% e a Ducati tem um encalhe de cerca de 25%.

Como não tenho visto nenhuma promoção anunciada, as montadoras vem mantendo essas unidades fora das revendas, mas em algum momento deste ano devemos ter alguma "desova" de estoque.

O top ten da HDMC ficou da seguinte maneira: a Pan America, que teve pré-venda em todo o primeiro semestre de 2022 (e mais um pouco) é a best seller do ano com 468 unidades produzidas seguida pela Fat Boy com 408 unidades, um empate na terceira colocação entre Road Glide Limited e Ultra Limited com 324 unidades, em quinto a Heritage com 234 unidades, em sexto a Street Glide Special com 162 unidades, em sétimo a Road King Special com 150 unidades, em oitavo a Low Rider S com 144 unidades, em nono a Fat Bob com 132 unidade e outro empate no décimo entre a Road Glide Special e a Breakout com 102 unidades.

A Road Glide CVO teve 24 unidades produzidas e ainda existem 2 unidades a serem vendidas.

A Sport Glide fica com o mico do ano, muito por ser a única com o motor M8 107, com apenas 54 unidades produzidas. O modelo saiu do catálogo americano e brasileiro, mas o motor M8 107 ainda está em produção para mercados especifícos.

Detalhe para a Low Rider S, que ficou fora da linha de produção em 2021 e só voltou a ser produzida, desta vez com o motor M8 117, no segundo semestre e mesmo assim conseguiu superar a Fat Bob, tradicional rival da Fat Boy.

A Fat Bob só não ganhou o mico do ano por conta do resultado da Sport Glide, que já era uma aposta minha para o mico de 2022

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