sexta-feira, 2 de outubro de 2020

impacto da tabela out/2020 da HDMC

O impacto mais esperado desse reajuste vai ser uma retração nas vendas. 

Já li em vários grupos de proprietários que estão felizes por já terem trocado a moto, outros que estão bem infelizes pela rasteira que levaram e outros que já estão conformados em manter as máquinas atuais por mais tempo.

Por mais que possamos justificar o reajuste em face da variação cambial, que continua reduzindo o poder de compra do consumidor médio brasileiro, esse reajuste chega em má hora: o mês de Agosto só tem números de venda no atacado melhores que o mês de Abril (mês em que a economia brasileira parou por conta do isolamento social mais rígido).

Não li nenhuma análise na imprensa especializada, a "irmandade dos blogs" também não se manifestou ainda, mas a minha visão é que a HDMC Brasil vai rezar pela cartilha do Jochen Zeitz e levar a marca para um patamar de exclusividade ainda maior do que o patamar de produtos premium que sempre disputou a liderança com a BMW visando uma lucratividade na margem de revenda e não mais na escala de vendas.

Lembrando sempre que a HDMC Brasil já se manifestou pela retirada da família Sportster do line up 2021 e isso vai deixar como "modelo de entrada" a Softail Fat Bob com motor 107 custando mais de oitenta mil reais.

Quando postei sobre a nova estratégia da HDMC, o plano Rewire, já comentei sobre a saída de "modelos repetidos" (mesmo modelo com duas motorizações) e isso dificulta ainda mais a compra da primeira HD zero, pois se isso acontecer o "modelo de entrada" passa a ser a Deluxe acima dos noventa mil reais.

Ora, uma marca que tem seu modelo mais barato acima de noventa mil reais, que muitas vezes nem ocupa o top ten de vendas da marca, não pode estar pensando em aumentar as vendas, mas sim buscando um público muito exclusivo tentando caracterizar a marca como produto de status e não mais como um produto premium.

Realmente não consigo prever até onde a marca vai conseguir vender o life style como produto exclusivo e nem como os dealers vão conseguir manter a lucratividade em mercados de menor poder aquisitivo.

E isso tudo sem investir em melhora no controle de qualidade de seu produto, principal queixa dos consumidores da marca.

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