quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

assuntos recorrentes: primeira moto, primeira HD, upgrade de moto, upgrade de HD, escolhendo a sua HD

Assunto recorrente em qualquer fórum de proprietários e que sempre me consultam é como começar no "mundo Harley".

Antes de mais nada vale sempre a pena lembrar uma postagem do Bayer de 2011, onde ele desmistifica vários (pré)conceitos existentes: então antes de mais nada leiam aqui.

Com essa postagem na cabeça vamos separar os três tipos de iniciantes no "mundo Harley": temos o sujeito sonhador que nunca andou de moto e sempre teve o sonho de ter a sua HD para "viver a liberdade"; temos o sujeito que já construiu uma vida confortável e quer se dar ao "luxo de ter uma HD" para completar o portfólio; e temos o sujeito experiente em duas rodas e que decidiu "finalmente dar uma chance para a HD" porque não quer abrir mão de andar de moto apesar da violência urbana.

Esses três tipos têm em comum a total falta de experiência com as HDs e vem com todo um repertório de ideias que dificilmente se concretizam quando apertam o starter da sua HD.

Quem é leitor do blog sabe que sou adepto em adquirir experiência com máquinas menores (podem recordar lendo aqui), mas normalmente o "sonhador" e o "realizado" não tem paciência para adquirir a experiência gastando tempo em motos menores e buscam logo realizar o sonho ou completar o portfólio, normalmente comprando uma HD zero que eles considerem "ideal".

Já o "experiente" tende a se considerar apto para pilotar qualquer motocicleta, independente das diferenças que existem entre elas.

E mesmo assim sempre aparece aquela pergunta: "qual a HD que devo comprar?"

Eu só posso responder pela minha experiência e pela minhas necessidades de ergonomia: posso dizer que dei muita sorte em ter começado pela Fat. Depois de experimentar várias motos, de todas as famílias HD (até na Night Rod eu andei em um test drive no Rio Harley Days), eu posso dizer que as softails são a minha primeira escolha para entrar no mundo HD. As softails tem uma ciclística neutra, um motor balanceado e suspensões que absorvem bem as irregularidades, poderiam ter freios duplos na dianteira, mas ninguém é perfeito. 

A minha preferida no catálogo 2017 é a De Luxe, pela ótima ergonomia; em seguida pensaria em uma Fat Special, também pela ergonomia; A Heritage nunca me agradou pelos acabamentos nos bancos, mas é a melhor escolha para quem pretende andar garupado e não compraria a Breakout pelas diversas adaptações necessárias para melhorar a ergonomia, apesar de ser fã da linha FX.

Pensando em trocar de moto, vindo de uma softail, começa a dúvida: eu acabei em uma touring, mas levei algum tempo para me ajustar à diferença de peso e a inércia decorrente desse aumento de peso. Uma vez adaptado, não penso em voltar para as softails por mais que a experiência com a Fat tenha sido muito boa.

As tourings são muito divertidas quando estão rodando, mas o peso cobra na hora de manobrar sem motor, assim como nas manobras urbanas (corredores). Depois que a gente se adapta acha tudo normal e vê que o mundo é muito melhor em uma touring que numa softail, mas essa não é uma moto para iniciante.

Escolher uma Sportster ou uma Dyna vindo de uma softail é uma questão de objetivo: se você pretende uma moto mais leve, pense na Sportster, se acostumou e gosta do peso das softails, pense em uma Dyna. A minha tendência é escolher uma Sportster 48 seja pelo estilo, seja pelo motor 1200. Não penso nas Dynas enquanto mantiverem o TC96: não vale a pena comprar uma moto nova que já está completamente defasada em relação ao resto do mundo, mas se o TC103 já estivesse nelas minha escolha é pelo "mico" Low Rider: sou fã do estilo e a ergonomia é ótima para o meu tamanho.

Tanto Sportster quanto as Dynas tem ótima performance nos circuitos urbanos (leia-se "corredores") e acompanham normalmente o ritmo das softails (se não andarem na frente) na estrada. Os problemas das duas famílias são conhecidos: a Sportster evoluiu no quesito freio e suspensão, mas continua sendo uma moto para andar sem garupa e a Dyna continua seu rebolado, merecendo adaptações para dar mais conforto para a garupa. Dá para começar a vida em uma das duas, mas vai passar por alguns sustos que não passaria se estivesse de softail.

As VRSC nunca foram minha escolha, vira e mexe sequer comento sobre elas, mas é uma moto para quem gosta de arrancar forte. Gosto mais da Night Rod que da Muscle, inclusive pela melhor ergonomia.

Enfim, seria um "downgrade" sair da minha Fat para uma 48? Foi um "upgrade" sair da minha Fat para a CVO?

Nenhum nem outro... apenas troquei de HD porque a oportunidade apareceu e a CVO me agradou desde seu lançamento em 2015: vestiu bem no "ass test" e confirmou as expectativas depois que me adaptei ao seu peso (ainda falta resolver o assunto "morcego"). Foi uma boa troca.

3 comentários:

Roque disse...

Excelente postagem, Wolfmann. É interessante e chega mesmo a ser cômico a "hierarquia" que as pessoas criam dentro do mundo Harley-Davidson. Depois de 10 anos pilotando Ultras, mudei para uma Heritage Softail. Algumas pessoas me perguntam a razão do "downgrade"! Como se existisse isto, no mundo do motociclismo ou, em especial, no mundo Harley-Davidson.
Bom carnaval!

Alexandre disse...

Mais um texto muito bom e bem útil, pelo menos pra mim. Parabéns Wolfmann !! Eu quero começar/entrar no mundo HD. Estou a procura da minha primeira HD e meu sonho de consumo (hoje) é uma FAT BOY.
Mesmo não tendo a moto (ainda), acompanho seu blog.
E se conseguir comprar minha FAT BOY, vou entrar em contato pra pegar umas dicas com o amigo.
Abraços

Macae.rj disse...

Olá amigos.Enfim consegui adquirir a minha 1Hd.após décadas em cima de boas motos consegui a Road king clássic 2016.Agora revés com a minha vulcan classic lt 900cc 2012 até vende lá.Tô muito contente com a minha Hd.espero que o casamento dure bastante.pois sempre tive o desejo de ter uma.Abraço a todos.Alcir de Guarapari.Es