Postei em abril sobre a qualidade da gasolina e a gasolina indicada para as HDs (http://wolfmann-hd.blogspot.com.br/2014/04/gasolina-e-os-motores-hd.html).
As novidades de agosto foram o anúncio de duas novas gasolinas sendo comercializadas no Brasil: a BR anunciou a Gasolina Grid e a Shell anunciou a V-Power Nitro.
O que isso trouxe de novidade para os motores? Nada. Essas "novas" gasolinas são as mesmas gasolinas já vendidas desde o início do ano como Supra (BR) e V-Power (Shell), ambas gasolinas aditivadas com octanagem 87 IAD (mesmo índice da gasolina comum).
O batismo das duas gasolinas se deve a necessidade de adequação da fórmula usada até então à nova gasolina com menor índice de enxofre comercializada no Brasil desde o início do ano.
Com o novo índice de enxofre, a queima passou a ser mais limpa e boa parte da aditivação usada na Supra e na V-Power passou a ser ineficiente em termos de queima do combustível. Segundo as duas distribuidoras, a nova fórmula aproveita melhor o menor índice de enxofre permitindo um menor uso de detergentes e possibilitando um maior uso de aditivos para melhorar a qualidade, mas na prática não vi ou li diferença que justifique esse marketing, deixando a sensação de que melhoraram apenas o processo de fabricação permitindo um menor custo (que não vi sendo repassado até agora).
E como nada pode ser tão ruim que não possa ser piorado, o Senado acaba de aprovar uma alteração no percentual máximo de álcool a ser misturado na gasolina. Passou de 25 para 27,5% o teto máximo da adição de alcool na gasolina (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/09/1509934-senado-aprova-aumento-de-mistura-de-etanol-e-biodiesel-em-combustiveis.shtml). A medida segue para sanção presidencial e não significa que será implementada imediatamente. Atualmente a adição de álcool encontra-se no teto máximo de 25% e com a subida do teto pode haver o aumento para até 27,5% conforme a necessidade econômica.
A mudança no teto representa uma forma de desafogar a produção de álcool que anda encalhando e um alívio para as contas dos usineiros e do governo que não precisa aumentar o preço de gasolina ao adicionar mais álcool e baixando o custo de produção.
O que isso representa? Teremos um combustível com poder calorífico menor do que já temos atualmente aumentando a necessidade de combustível na mistura para manter o rendimento esperado e muito provavelmente essa alteração não será implementada de forma automática pelas montadoras, deixando a cargo da ECU o trabalho de ajustar essa equação com base na leitura dos sensores.
Os motores carburados provavelmente vão necessitar de nova giglagem para encarar essa mistura, ou sofrer de falta de rendimento crônica.
Resumo da ópera: as novas gasolinas não trazem maior performance e com o aumento do percentual do álcool na gasolina, não devem sequer apresentar o mesmo rendimento anterior, exceção feita se você voltar para a programação da ECU e compensar o novo parâmetro, coisa que vai aumentar seu consumo.
O que eu vou fazer? Vou manter a moto rodando sem alterações antes de decidir aumentar a eficiência volumétrica para compensar o álcool a mais e manter o meu esquema de três tanques de gasolina comum para cada tanque de gasolina pódium ou premium, pelo menos até 2015 quando será encerrada a comercialização da gasolina comum com a exigência de que toda a gasolina vendida no Brasil seja aditivada.
Nesse momento vou analisar se vale a pena substituir a gasolina comum pela aditivada (87 oct IAD) ou alternar entre gasolina premium (91 oct IAD) e pódium (95 oct IAD).
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