Eu tenho certeza que nós somos os interessados em comprar HD por preços mais competitivos, mas depois do processo judicial que se iniciou em Março eu fico em dúvida sobre quem é o interessado popularizar as HDs.
Um dos interessados em vender HD deveria ser a própria HD, mas a produção vem em ritmo bem pequeno e apenas de modelos consagrados ou lançamentos.
Um dos não interessados em vender HD deveria ser a HDSP. Afinal, para que colocar azeitona na empada de quem está me processando? Mas isso também não acontece. Com as sucessivas promoções a HDSP vem vendendo bem (ou será que somos nós que estamos comprando devido aos baixos preços... momento Tostines!).
A popularização que vem ocorrendo com os preços mais acessíveis das HDs vem trazendo alguns efeitos marginais que deixam muita gente pensando.
Mostra que a marca é forte e tem um bom potencial de mercado que se encontrava adormecido devido à política de preços do dealer nacional.
Também mostra que existe uma "gordura" na margem de revenda das HDs que pode (e deve) sofrer um "emagrecimento" definitivo.
Acredito que a atual tabela de preços promocionais vem deixando muita gente com dor de cotovelo por ter comprado a sua moto por um preço bem mais alto do que poderia (e foi vendida), mas tenho certeza que não existe ninguém jogando dinheiro fora e todos fizeram o melhor negócio possível à época da compra de suas motos.
Por outro lado, vemos que o dealer nacional (que ganhou tantos prêmios de vendas) praticou preços que tinham a nítida intenção de elitizar a marca, já que preferia ganhar em uma moto o que poderia ganhar vendendo duas ou três.
A economia de mercado dá dois caminhos para o comerciante: vender muito com margem menor ou vender pouco com margem maior. Em ambos os casos, o lucro auferido se equipara e dependendo da demanda represada pode ser muito melhor uma venda em menor número (para manter o mercado aquecido) do que uma venda em maior escala.
Outro efeito marginal que vem sendo sentido é a demanda por peças substitutas. Em vários fórums de proprietários vem aparecendo soluções alternativas para serem usadas nas HDs. Lubrificantes de marcas mais baratas que mantém a especificação original, filtro de óleo genérico e peças equivalentes encontradas no mercado de auto peças (com a globalização, muitas peças de automóveis podem ser usadas nas HDs sem qualquer problema).
Ou seja, o preço de aquisição começa a ficar competitivo, mas o custo de manutenção continua sendo um problema para uma parcela dos novos proprietários que conquistaram o sonho da HD.
Espero que essa parcela que procura alternativas se mantenha adepta da filosofia sobre a importância da procedência da peça e não patrocine o roubo de motocicletas para atender a demanda por peças mais baratas.
De toda a forma, fica mais uma lição para a turma da matriz que vem se preparando para assumir a estratégia da HD no Brasil: não basta vender a moto por preço mais competitivo.
É preciso um pós-venda eficiente, com técnicos de bom nível prestando bons serviços por preços justos e peças de reposição a preços competitivos para evitar que esse mercado promissor não seja desperdiçado logo após a venda da motocicleta.
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