quinta-feira, 11 de novembro de 2021

motor Milwaukee 8: precisa fazer upgrade?

 Eu venho usando motos com motorização Milwaukee 8 desde 2018 quando troquei a CVO por uma Road King Special.

Nesse período rodei 7100 kms com a Road King Special M8 107, 3600 kms com uma Street Glide M8 107 alugada para ir ao evento dos 115 anos da HD e 4300 kms com a Low Rider S M8 114 completando 15000 kms em cerca de 4 anos.

A RKS fez parte da "segunda fornada" do M8 no Brasil e já teve alguns problemas resolvidos e outros resolvidos em garantia, como já postei por aqui.

A SG americana era da mesma "fornada" e não tive nenhum problema com ela na viagem.

A LRS vem se comportando sem qualquer tipo de incidente desde que comprei demonstrando que o "laboratório dos clientes" que a HD usa em suas primeiras séries resolveu os pequenos defeitos iniciais.

Rodar 15000 kms com motos em diferentes estágios de uso não é uma experiência que possa ser classificada como longa duração como foi com a Fat Boy, mas dá para perceber que o projeto tem tudo para ficar em linha por muito tempo (completou 4 anos em agosto).

Hoje já temos uma boa experiência em preparação dos Milwaukke 8 e já aparecem as tradicionais perguntas: vale a pena fazer Remap? O Stage I é recomendado? e o Stage II? 

Sem falar nas tradicionais: Esquenta muito? Dá deixar rodando mais redonda? Vale a pena usar um enriquecedor de mistura?

Eu não sinto falta de desempenho no M8: tanto o 107 quanto o 114 são motores onde o torque aparece cedo com o 107 sendo mais "preguiçoso" na subida de giros, mas nada que um bom trabalho com a caixa de marchas não resolva.

O M8 não é um motor desconfortável no trânsito urbano: esquenta e dissipa calor muito menos que a minha Fat remapeada. Contribui para isso o fato de que o M8 funciona com uma exigência de marcha lenta mais baixa por ter um sistema elétrico bem melhor projetado que os Twin Cam e o radiador de óleo como item de série nas motos que usam o M8.

O M8 também não é um motor "enforcado" pela mistura pobre. O mapa de injeção e o uso de duas velas por cilindro permite um motor com queima mais eficiente gerando um desempenho bom com um consumo de combustível muito bom (a minha RKS tinha uma média na cidade de 14 km/l, a LRS vem mantendo 18 km/l enquanto a Fat Boy nunca passou dos 12 km/l).

Tanto na RKS quanto na LRS troquei apenas as ponteiras, não fiz remapeamento e nem troquei o back plate ou o elemento do filtro de ar. E a troca das ponteiras não trouxe nenhum tipo de problema.

Portanto, para quem não quer um desempenho realmente esportivo, o M8 é um motor para trocar as ponteiras (se quiser o "barulho tradicional") e mais nada.

Para quem busca um desempenho esportivo vale pensar em fazer o Stage II. O Stage I faz diferença no 107, que não tem filtro de alta vazão, e pouca diferença no 114, que já conta com o filtro e back plate esportivos. A troca dos comandos feita no Stage II é que vai fazer a real diferença em termos de desempenho e com isso o remapeamento é obrigatório.

Fazer um remapeamento para enriquecer a mistura ou usar um enriquecedor de mistura é praticamente nulo: no máximo o preparador vai deixar a curva de aceleração mais uniforme, mas o ganho de potência não vai chegar a 5%. O Milwaukee 8 já é um motor bem calibrado para as condições de uso.

Como o Stage II é uma preparação que não se consegue fazer na garagem, eu não penso em mudar nada na LRS além das ponteiras em termos de preparação.

Já a turma que quer frequentar o "clube dos 200" recomendo juntar mais uns trocados e partir direto para o Stage II ao invés de ficar procurando soluções alternativas como remapeamento com mapas prontos fornecidos pelo fabricante do dispositivo escolhido para remapear em casa.

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